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Sobre livros e leituras

Por:   •  9/5/2015  •  Resenha  •  805 Palavras (4 Páginas)  •  733 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA[pic 1]

CENTRO DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR

LICENCIATURA EM FILOSOFIA

Componente Curricular: Seminário de Pesquisa

DOCENTE: Kleyson Assis 

DISCENTE: Sônia Cristina S. da Silva

O conceito de social e sociedade na obra “O homem e a gente”,

 de Ortega y Gasset

Muitas vezes os homens discutem sobre determinados aspectos da vida e não sabem o significado deles. É lamentável, pois determinados termos geram muita confusão. Ortega vai tentar mostrar o que é sociedade e os fatos sociais que nela se apresentam. Ele entende o homem como o único ser capaz de ensimesmar-se isto é retirar-se provisoriamente do mundo e voltar-se para dentro de si. Há várias contradições sobre a importância que esses vocábulos representam. Observam-se essas idéias, - lei, direito, coletividade, liberdade, autoridade, justiça social, deve ser cuidadosamente discutido, pois esses termos carecem de muita clareza, pois quando falamos sobre algo que não conhecemos geralmente pode ocasionar várias conseqüências. Pois nem mesmo os próprios estudiosos analisam de forma precisa o que é o social e o que é sociedade. Segundo Ortega y Gasset, mesmo lendo esses livros descobre-se que seus autores “senhores sociólogos” não mostram claramente sobre esses fenômenos elementares em que consiste o fato social.

Mais ainda: não somente não conseguem dar-nos uma noção precisa do que o social, do que é a sociedade, como ao ler esses livros descobrimos que seus autores – senhores sociólogos, nem sequer tentaram, um pouco a serio, por eles mesmos em claro sobre esses fenômenos elementares em que consiste o fato social. (Ortega y Gasset, 1960, pag.56 )

O homem sabe que ele é personagem principal de sua vida e ele pode mandar na sua própria vontade, pois só ele tem o poder de sair de cena e recolher-se dentro de si mesmo para pensar em suas idéias e no seu mundo interior e depois voltar trazendo verdades que estavam escondidas em seu intimo, isso é ensimesmar-se. Quando o homem não está ensimesmado, ele está no estado de alteração, está fora de si “alter-outro” que é tudo que não faz parte do “eu”. No estado de alteração, o homem perde sua característica essencial que é a possibilidade de recolher-se para dentro de si e ir à busca de novas idéias sobre o mundo sobre as coisas e sua relação com elas.

O animal é pura alteração, pois ele não consegue controlar seus impulsos e tem que está sempre atento, sempre temendo o perigo em tudo que passa a sua volta, disposto a se defender de qualquer maneira com a fuga ou até mesmo com dentadas. Pois, são os objetos e o que acontece no ambiente que o governa sendo que, ele não governa sua própria vida.

 O animal, com efeito, vive em perpetuo medo do mundo e, mesmo tempo, em perpetuo apetite das coisas que há nele e que nele aparece, um apetite indomável que dispara também sem freio nem inibição possíveis, igual ao pavor. (Ortega y Gasset, 1960, pag. 56)

        Diferente do animal, o homem é pura ação, ele não vive para pensar, mas, pensa para poder viver. O pensamento não foi dado ao homem, assim como o pássaro foi dado o vôo e o peixe a natação. O pensamento vem se formando pouco a pouco. O homem nunca está certo de que vai poder exercitar o pensamento e também não está seguro de está certo ou de que vai acertar, assim como não está seguro de que, com efeito, é homem, assim como o tigre está seguro de ser tigre e o peixe de ser peixe. Segundo Ortega y Gasset o homem de forma alguma está certo de que ele é realmente homem, pois ser homem está sempre certo de não ser, pois o homem vive sempre em risco de se desumanizar.

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