TRABALHO DE ÉTICA - LEANDRO KARNAL
Por: Ana Ruth Cunha de Oliveira • 15/12/2016 • Trabalho acadêmico • 1.047 Palavras (5 Páginas) • 4.313 Visualizações
CINCO PONTOS IMPORTANTES DA PALESTRA DE LEANDRO KARNAL
Toda a palestra foi de grande importância e diante do momento conturbado em que o Brasil se encontra, o tema, Ética é um dos quesitos mais em falta na atual política brasileira.
O 1º ponto de suma importância foi a citação da obra de Zigmunt Bauman: “A cultura no mundo líquido moderno”, onde Leandro Karnal fala sobre os relacionamentos líquidos, superficiais, sobre o empoderamento dado ao celular, onde as pessoas se tornaram escravas deste aparelho (que além de tudo, faz ligação) e sobre a cultura do virtual, onde as pessoas se conectam para não se sentirem solitárias e acabam por cair em um isolamento dia após dia, mascarando uma vida, criando barreiras e personagens. Não existem mais contatos físicos, os relacionamentos ficaram fluidificados e volúveis, fazendo com que o indivíduo fique cada vez mais sozinho, voltado para si mesmo. É a cultura do “Eu”.
Podemos ver que atualmente, todas as situações do cotidiano ganham uma dimensão assustadoramente maior quando caem nas graças da repercussão midiática virtual. As redes sociais se tornaram ferramentas com grande poder e cada indivíduo conectado consegue se inteirar imediatamente dos acontecimentos mundiais, opinando e sendo influenciados pelas opiniões dos outros, pode-se perceber uma nova cultura, com novas maneiras de se ver o mundo e de ser visto por ele.
Outro grande tsunami comportamental é exatamente este, o vício por se ver e quanto mais conectado, mais voltado para cultura do eu, mais autorretratado e mais exposto, porém, solitário e fluidificado.
O 2º ponto destacado por Karnal foi sobre a falta de ética nas repartições públicas e demais setores organizacionais onde o ser humano é testado e quer levar vantagem. Cita a carta de Pero Vaz de Caminha pedindo um cargo para um parente e dá uma alfinetada nas situações do cotidiano dos brasileiros e na podridão política do Brasil, assunto de considerável importância, já que atravessamos uma crise política onde toda sujeira veio à tona e corremos o risco de impeachment.
Ouso afirmar e corroborar com os argumentos do historiador quando diz que o brasileiro comete delitos graves, prejudica uma nação com seus crimes de “colarinho branco” e se for julgado diz que foi em prol de sua família. Não consegue enxergar que o que faz de errado pode causar consequências gravíssimas na vida das pessoas que confiaram e necessitam de seu trabalho honesto. Aliás, este nem sabe mais como agir honestamente, tudo virou negociatas políticas. Perdeu-se a noção, ou se é que um dia existiu, de política honesta, atitudes verdadeiras, salvo alguns parlamentares. Mas até mesmo, se é corrupto no dia a dia, nas escolas, nas repartições de trabalho, no trânsito. O brasileiro joga e barganha com as pessoas para tirar proveito da situação.
No 3º ponto falou-se sobre o jeitinho brasileiro, Karnal fez referência ao diminutivo usado para conseguir algo que se almeja.
Vou além, porque se buscarmos na educação dos anos iniciais de uma criança brasileira veremos que a barganha está enraizada, a mentira dentro dos lares justificando uma falta na escola do filho, o uso de drogas dos pais sendo mascarado por que o conselho tutelar acha melhor aconselhar os pais e passar por cima dos problemas do que retirar a criança e colocar em um abrigo superlotado.
Pode-se enquadrar também neste contexto a vaidade exacerbada, vaidade nas atitudes, nos comportamentos, adjetivo que em outros países seria ofensa, aqui para nós não é, mascaram-se as situações para se parecer algo que não existe e não se é na realidade, por exemplo: gasta-se o que não tem para comprar algo para mostrar para os outros que possui e assim por diante até nas relações de aparências.
O 4º ponto a ser citado é sobre o “jeitinho brasileiro”. Karnal fala desta maneira de o povo brasileiro tem de negociar alguma coisa, sempre utilizando um escape para se sair bem de uma situação. Cita o livro: “homem cordial”, central no livro Raízes do Brasil, do historiador Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), onde o autor fala sobre uma sociedade paternalista e são estas marcas profundas de segregação e do fortalecimento do desprezo ao trabalho manual no imaginário nacional que se convertem no dilema apontado por Buarque de Holanda. Arrastando-se desde o começo da formação do Brasil, esta instituição tratou de contaminar sobremaneira a forma mentis nacional, viciando-a de uma forma tal em preconceitos e à uma ética peculiar.
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