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Teoria Do Conhecimento Ead

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Por:   •  28/4/2013  •  2.581 Palavras (11 Páginas)  •  1.482 Visualizações

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Atividade de Avaliação a Distância

Unidade de Aprendizagem: Teoria do Conhecimento

Curso: Gestão Pública

Professor: JOEL IRINEU LOHN

Nome do aluno: Danielle da Silva Fontoura

Data: 07/04/2013

Orientações:

 Procure o professor sempre que tiver dúvidas.

 Entregue a atividade no prazo estipulado.

 Esta atividade é obrigatória e fará parte da sua média final.

 Encaminhe a atividade via Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA).

Análise de artigo

Esta atividade envolve a leitura e interpretação de um trecho de uma tese de doutorado sobre Teoria do conhecimento e Ceticismo. O texto se relaciona a dois assuntos que você estudou em seu livro didático:

- Os argumentos céticos de Descartes acerca da dúvida sobre a existência do mundo exterior.

- A filosofia da linguagem comum de John Austin.

Passo 1

Leia abaixo os trechos selecionados do texto Austin e a noção de alternativas relevantes, escrito por Flavio Williges em sua tese de doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Passo 2

Com base nos conteúdos de nosso LD listados acima e na leitura do texto, desenvolva a seguinte atividade:

Em determinado momento do texto, o autor analisa a atitude de Austin em relação à filosofia cartesiana e se refere ao “cenário cético” presente nas Meditações. Elabore uma resposta dissertativa (8 a 10 linhas) para cada uma das seguintes questões:

A) Quais são os argumentos que permitem a Descartes invalidar a percepção sensível como fonte de um conhecimento seguro em suas Meditações? Para responder a esta questão você deve pesquisar em seu livro didático e, de preferência, ler as duas primeiras Meditações. Este texto está disponibilizado na internet, veja o endereço de acesso no Saiba Mais do EVA. (3,0 pontos)

Na primeira meditação, existem dois processos de dúvidas. O primeiro é a dúvida natural, com dois argumentos: o argumento do erro dos sentidos no qual tudo aquilo que mostrar o menor motivo de engano será tido como falso, e o argumento dos sonhos, que ele diz que as percepções humanas ocorrem também durante o sonho e por isso não são confiáveis.Na época era a filosofia aristotélica que prevalecia, mas Descartes, ao considerar as opiniões anteriores como falsas, negava todas as filosofias escolásticas anteriores.

B) De acordo com o texto, distinguindo entre dois padrões diferentes de racionalidade Austin se afasta do problema cético do mundo exterior descrito nas Meditações. Explique quais são estes “padrões de racionalidade”, qual deles Austin adota para a sua filosofia da linguagem comum e porquê. (3,0 pontos)

Existem dois padrões de racionalidade: : a racionalidade puramente epistêmica (metafísico-filosófica) e a racionalidade prática. Austin adota a racionalidade prática, condição que é apropriado dizer que sabemos.

C) As reflexões de Austin sobre os problemas céticos geralmente são classificadas como uma filosofia do senso comum. Explique porque e cite uma passagem do texto que justifique a sua resposta. (4,0 pontos)

“O interesse de Austin por problemas epistêmicos teve como ponto de partida um estudo sistemático do uso dos termos da linguagem natural, a linguagem utilizada em contextos corriqueiros, contextos de fala cotidianos. “Sua abordagem foi que o modo de testar um argumento filosófico sobre a natureza e extensão do conhecimento consistia em avaliar quão fiel esse argumento é às nossas práticas ordinárias: para o que nós dizemos e fazemos e pensamos ser correto dizer e fazer na vida comum” (KAPLAN, 2008, p. 349).”

Austin e a noção de alternativas relevantes

Flavio Williges

O interesse de Austin por problemas epistêmicos teve como ponto de partida um estudo sistemático do uso dos termos da linguagem natural, a linguagem utilizada em contextos corriqueiros, contextos de fala cotidianos. “Sua abordagem foi que o modo de testar um argumento filosófico sobre a natureza e extensão do conhecimento consistia em avaliar quão fiel esse argumento é às nossas práticas ordinárias: para o que nós dizemos e fazemos e pensamos ser correto dizer e fazer na vida comum” (KAPLAN, 2008, p. 349).

Tal orientação possui consequências importantes para o tratamento dos problemas filosóficos, particularmente do conceito de conhecimento. A mais marcante dessas consequências diz respeito à interpretação de nossa susceptibilidade ao erro, das coerções que nossas práticas cotidianas impõem para que uma possibilidade de erro possa ser aceita como um desafio legítimo às nossas pretensões de saber. Austin reconhece que, por mais cuidadosa que seja nossa tentativa de fazer asserções que tenham como alvo a verdade, sempre será possível localizar deficiências e juízos terão de ser refeitos. Nossos erros não são simplesmente erros de omissão. Mesmo quando seguimos os melhores métodos de justificação disponível, podemos errar. O saber é constitutivamente um empreendimento de risco. Nesse sentido, ele parece considerar que no conhecimento, como em outras partes da vida, estamos “num mundo sem garantias”, “um mundo esburacado”, como afirmou certa vez Dretske em referência aos conceitos absolutos de Unger. Mas isso não quer dizer que o erro seja o único resultado de nosso envolvimento com as coisas. Boa parte da epistemologia de Austin é devotada à tarefa de mostrar que nossa susceptibilidade ao erro tem sido sistematicamente mal interpretada pelos filósofos. Filósofos frequentemente tomam o risco do erro como um pretexto para negar a existência do conhecimento, como se errar fosse um defeito humano congênito (AUSTIN, 1979, p. 98). Como afirmou Williams, “não podemos argumentar da possibilidade do erro para a impossibilidade do conhecimento”. Aos olhos de Austin, é principalmente isso que tem acontecido.

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