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Por:   •  18/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.374 Palavras (6 Páginas)  •  250 Visualizações

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JOÃO CALVINO E A DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO

Marcos Vinícius de Sousa Ramalho

Prof. Afranio Gonçalves Castro

Faculdade Teológica Batista de Brasília – FTBB

Bacharelado em Teologia

07/12/2015

RESUMO

A doutrina da predestinação é definida como “o eterno decreto" de Deus, pelo qual ele determinou o que desejava fazer de cada pessoa. Nem todos estão nas mesmas condições, mas Deus determina a vida eterna para alguns e a condenação eterna para outros. A função primaria da doutrina da predestinação e explicar o porquê de alguns indivíduos responderem ao evangelho e de outros não. João Calvino cria que a doutrina da predestinação era claramente encontrada nas Escrituras e que seus argumentos pudessem ser tomados da Bíblia. Ele também não permitiu que a doutrina fosse usada como desculpa para não proclamar o evangelho a todos. De fato, na história da igreja, alguns dos maiores evangelistas e missionários foram firmes defensores dessa doutrina. Nesse paper analisaremos a real intenção de Calvino em relação a doutrina da predestinação e o porque a teologia reformada eleva essa doutrina como ponto fundamental de seu pensamento.

        

Palavras-chave: João Calvino; Predestinação; Reforma Protestante.


1) INTRODUÇÃO

        João Calvino nasceu em Noyon, a nordeste de Paris, em 1509. Educado na Universidade de Paris, dominada pelo pensamento escolástico, ele transferiu-se mais tarde para a Universidade de Orleans, na qual estudou o Direito civil. Foi um dos tantos protestantes franceses que fugiram para o território suíço. Na Suíça, Calvino entrou em contato com as ideias humanistas e, principalmente, teve acesso à literatura grega antiga. Esse contato com a literatura clássica e humanista foi muito importante para aquilo que Calvino iria desenvolver em sua teologia.

        Em 1536, publicou uma pequena obra, com apenas seis capítulos, intitulada As institutas da religião cristã. João Calvino, nos vinte e cinco anos posteriores, mexeu nessa obra, adicionando-lhe outros capítulos e reorganizando o material. A época de sua ultima edição (1559), a obra tinha oitenta capítulos e subdividia-se em quatro livros. O primeiro livro, trata do Deus criador e de sua soberania em relação aquilo que havia criado. O segundo livro, trata da necessidade de salvação do ser humano e de como alcançar essa redenção por meio de Cristo, o mediador. O terceiro livro, trata da maneira pela qual o ser humano se apropria dessa redenção, enquanto o ultimo livro trata da igreja e de seu relacionamento com a sociedade.

        Embora, com frequência, insinue-se que a predestinação ocupe lugar central no sistema desenvolvido por João Calvino, isso não corresponde a verdade; o único principio que parece nortear a forma como ele organizou seu sistema teológico e, por um lado, a preocupação de ser fiel as Escrituras e, por outro lado, a obtenção de máxima clareza possível na apresentação dos temas.

2) DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO SEGUNDO CALVINO

        João Calvino, na posição de pastor de uma congregação de língua francesa que havia na cidade em Estrasburgo, pôde adquirir experiência a respeito de problemas práticos enfrentados pelos pastores reformados. Na ausência de João Calvino, a situação religiosa e política da cidade de Genebra havia se deteriorado. Em setembro de 1541, a cidade pediu a João Calvino que voltasse e restaurasse a ordem e a segurança. O João Calvino que regressou a Genebra, agora, era um jovem mais sábio e experiente, bem mais preparado para enfrentar as tarefas que o aguardavam.

        Geralmente, diz-se que Calvino fez da doutrina da predestinação o centro de seu sistema teológico. Contudo, uma leitura atenta de suas Institutas não confirma esse julgamento consagrado. Calvino adota, bem ao contrario, uma abordagem bem restrita em relação a essa doutrina, dedicando somente quatro capítulos a sua explicação.

        A analise que Calvino faz da predestinação parte de fatos empíricos. Alguns creem no evangelho. Outros não. A função primaria da doutrina da predestinação e explicar o porquê de alguns indivíduos responderem ao evangelho, e de outros não. É possível que Calvino tenha se apropriado desse conceito através de aspectos do agostinismo medieval posterior.

João Calvino utilizou o vocábulo da predestinação a primeira vez na edição de 1539 de as institutas. Com isso ficou claro que ele não teve muita originalidade pois seus ensinos são bastantes semelhantes aos apresentados nos escritos de Lutero, Zuínglio ou Bucer, que já haviam feito um empréstimo de Agostinho.

         

             Embora Lutero nunca tenha suavizado a doutrina da predestinação, como os luteranos fizeram depois, ele tentou estabelecer o mistério da eleição no contexto da eternidade.

Segundo ferreira (2007, p.714)

“Para ele, três raios de “luz brilham sobre essa questão”: a luz da natureza, a luz da graça de Deus e a luz da gloria celestial. a luz da graça da natureza não é suficiente para capacitar e entender essa doutrina, pois pela luz da natura “Deus parece Ser injusto”. A luz que recebemos da graça “ajuda-nos a compreender melhor as coisas”, mas não é de completa ajuda, pois não explica “como Deus pode condenar alguém que, por suas próprias forças, nada pode fazer a não ser pecar e ser culpado”. Os retos julgamentos de Deus só podem ser compreendidos à luz da glória por vir. O mistério da eleição só será compreendido no “dia vindouro, quando Deus se revalar a si mesmo como inteiramente justo, embora os seus juízos ultrapassem a nossa limitada compreensão de seres humanos.””.

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