Texto dissertativo argumentativo Ensinar não é transmitir conhecimento
Por: Alex Hith • 9/9/2019 • Dissertação • 314 Palavras (2 Páginas) • 1.431 Visualizações
Para ensinar, é necessário muito mais do que apenas ter o conhecimento que se quer passar. É necessário que o educador, ao entrar em uma sala de aula, mantenha-se imediatamente aberto às dúvidas, às curiosidades e às inquietações dos alunos, pois, como proposto por Paulo Freire, “Ensinar não é transferir conhecimento”.
Ensinar exige, na verdade, que ambas as partes compartilhem ideias. Transferir um conteúdo é despejá-lo de forma unilateral. Um bom educador ensina e aprende ao mesmo tempo, utilizando técnicas e métodos que facilitem o aprendizado, oferecendo informação de maneira que ela seja compreendida e até praticada, transformando-se, assim, em conhecimento.
Será inútil falar em pedagogia se a prática não se configurar em um exemplo concreto do discurso. No próprio ato de falar sobre a construção do conhecimento, a aula já deve envolver os alunos na formulação deste raciocínio, porque quando todos os interlocutores participam e enxergam-se como parte do desenvolvimento das ideias propostas, fica mais fácil compreendê-las. No entanto, se um educador acaba por interromper a fala dos alunos, mostrar-se impaciente com os embaraços, os acanhamentos e as pausas, que são naturais no processo de raciocínio e aprendizagem, contradiz seu discurso de forma a prejudicar a autenticidade e a eficácia de sua aula.
Portanto, um educador não deve, de forma alguma, apresentar-se como o detentor do conhecimento, deixando assim a impressão de que seus alunos são meras caixas vazias. Todo aquele que se dispõe a ensinar deve portar-se como um mediador do conhecimento, buscando interagir com os alunos, ajudando-os a transformar informações em conhecimento. Contudo, deve-se tomar muito cuidado para não cair na armadilha de que não existe certo ou errado em um discurso, uma vez que pensar certo não é possível em uma atmosfera de indisciplina, na qual um pensamento ingênuo e até arrogante é incapaz de superar o senso comum, pois, como sugere Paulo Freire, “sem um rigor metódico, não é possível pensar certo”.
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