Tomás de Aquino e o argumento das cinco vias
Por: Makaveli S • 22/6/2017 • Dissertação • 317 Palavras (2 Páginas) • 241 Visualizações
Para Anselmo, é possível dar algo como evidente quando o conhecimento deste algo está
inato em nós, e também, quando conhecemos o significado de algum termo. Seguindo essa
lógica, Anselmo afirma que todos nós naturalmente possuímos a ideia de que Deus existe, e
que além disso, sabemos que o termo "Deus" designa algo tão grandioso que não há nada
maior que possa ser pensado. Portanto, possuir a ideia da existência de Deus inata em nós,
e conhecer o significado do termo "Deus" reconhecendo-o como algo grandioso/perfeito (e
por ser perfeito assume todas as qualidades, inclusive a de existir, por isso não pode-se negar
a existência dele no pensamento e na realidade) são evidencias da existência de Deus.
Tomás de Aquino começa a refutar os argumentos de Anselmo expondo duas formas
diferentes de como algo pode ser considerado evidente. Tomás diz que algo é evidente em
si mesmo e por nós quando conhecemos o sujeito e o atributo de uma preposição, à
exemplo da frase "o homem é um animal" onde sabemos identificar o que é o sujeito (homem)
e o atributo (animal). E diz que algo pode ser evidente em si mesmo e não por nós, que é
quando desconhecemos o sujeito e o atributo, para exemplificar isso Tomás de Aquino utiliza
a proposição "Deus é" e explica que para nós que essa proposição não é evidente pois
desconhecemos o que Deus é.
Partindo daí, Tomás de Aquino refuta a afirmação de Anselmo de que quando o homem
pensa no termo "Deus" ele entende como algo que não há nada maior que possa ser
pensado. Para Tomás, nem todo mundo entende o termo "Deus" dessa forma porque existem
pessoas com visões diferentes de Deus (pessoas que acreditaram que Deus fosse um corpo),
e mesmo supondo que todos entendessem Deus dessa forma, isso não significaria que todos
representariam a existência dele como real e "não como apenas uma representação mental",
à exemplo dos que rejeitam a existência de Deus, que o enxergam como existente apenas
no pensamento dos que acreditam nele.
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