ÉTICA: A BASE DO PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO
Projeto de pesquisa: ÉTICA: A BASE DO PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 111222333444 • 25/8/2014 • Projeto de pesquisa • 2.806 Palavras (12 Páginas) • 402 Visualizações
ÉTICA: AS FUNDAÇÕES DO PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO
Dinorá Carla de Oliveira Rocha Fernandes
Advogada.
Mestranda em Direito Empresarial pela Faculdade de Direito Milton Campos.
Especialista em Direito Público pela Associação Nacional dos Magistrados Estaduais e
Centro Universitário Newton Paiva.
Especialista em Direito do Trabalho e Previdenciário pela Universidade Gama Filho.
Professora de Direito Previdenciário no Centro Universitário Newton Paiva e
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Professora orientadora do Centro de Exercício Jurídico – CEJU do Centro Universitário Newton Paiva.
Sumário: 1. Introdução - 2. Ética em sentido antigo - 3. Epicuro e a questão do universo interior -
4. Era medieval - 5. A defesa da liberdade - 6. Crise política no século XIV - 7. A ética do mando -
8. O pensamento político moderno - 9. Lutero e Calvino - 10. Conclusão - 11. Referências.
1. Introdução
A proposta deste trabalho é demonstrar, de forma rápida, as fundações
do pensamento político moderno, iniciando pelo sentido da palavra ética, nos
detendo no estudo das lições de Epicuro e sua questão do universo interior,
passando pela Era Medieval, pela defesa da liberdade, Era dos Príncipes, crise
política do século XIV, Lutero, Calvino, até chegarmos ao pensamento político
moderno e o sentido de Democracia.
2. Ética em sentido antigo
Para o homem grego, a ética era o caminho a ser seguido. Ele buscava
na ética, a estética da sua existência.
Acreditava-se que o homem se transformava eticamente na medida em
que se tornava parte do cosmos.
Pitágoras dizia que o universo revelava uma beleza, uma ordem que
servia de modelo de referência para a ética. Mas para os estudiosos da ética antiga, a questão central era discutir,
descobrir o que seria o bem para o homem.
Kant1
admirava intensamente as estrelas no céu e as normas morais
dentro dele mesmo.
Tem-se notícia que as epopéias homéricas já falavam da ética.
A ética no sentido pessoal e político é retratada e tem como símbolo,
um barquinho no mar, que simboliza as paixões humanas.
Para MARILENA CHAUÍ2
a ética seria a educação da nossa vontade
pela razão para a vida bela justa e feliz para a qual estamos todos destinados.
Afirma que é necessária a educação da nossa vontade pela razão, que,
recebendo a educação racional nos ajuda a escolher entre o bem e o mal para a
vida bela, feliz e justa para a qual todos estaríamos destinados.
3. Epicuro e a questão do universo interior
EPICURO (séc. III a.c.) é a figura que representa a ética antiga porque
suas atitudes sempre foram pautadas pela ética. A obra de Epicuro é
extremamente atual porque ensina o virtuosismo pessoal, mesmo em tempos de
adversidades.
Na época de Epicuro a Grécia não era mais livre, vivia sob o jugo do
império macedônio após a vitória de Queronéia.
Nesta época, segundo os estudiosos, não se poderia pretender que a
polis, (cidade) figurasse a beleza como pretendia Platão e Aristóteles3
porque os
povos já não mais escolhiam as leis; tinham, na verdade que se submeter às leis
de Alexandre e Felipe; não havia mais a liberdade.
Mesmo nesta condição, Epicuro dizia que o homem, mesmo na
adversidade devia ser feliz porque nascera para isso. Para ele, o bem pessoal
deveria ser seguido sozinho porque “o barquinho” interior é que deveria ser
guiado para que o homem compreendesse a sua dimensão, o seu papel.
1
KANT, Immanuel. Idéia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita. São Paulo:
Brasiliense, 1986.
2
CHAUÍ, Marilena Convite à Filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2003.
3
ARISTÓTELES. Tópicos.In: Os Pensdores. São Paulo: Abril Cultural, 1974 (volume IV)
2Epicuro propõe, então, um programa de auto-administração com base
no atomismo de Demócrito.
Para Epicuro, o homem deveria procurar permanentemente o prazer,
porque o sofrimento seria uma fatalidade, mas que, com sua vontade e
capacidade conseguiria vencê-lo. Afirmava que homem poderia viver e morrer
sereno e feliz, o que se conseguiria através da auto-gestão.
Vale ressaltar que Epicuro vivia a sua doutrina. Foi radical ao dizer que
o homem deveria optar entre a vida política e a serenidade, que para ele era
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