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A CARTOGRAFIA COMO INSTRUMENTO DE ESTUDO DA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE LOCAL

Por:   •  1/6/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.814 Palavras (8 Páginas)  •  243 Visualizações

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A CARTOGRAFIA COMO INSTRUMENTO DE ESTUDO DA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE LOCAL[1]

Matheus de Assis Nogueira[2]

Resumo

A cartografia é uma ciência que ajuda na compreensão da ocupação do espaço geográfico. Através dela se pode analisar o modo como uma sociedade, em uma região, ocupa o espaço, formando comunidades e bairros, e até mesmo as áreas de periferias. Essa ocupação do solo demonstra a identidade dessa comunidade, se é agrária ou urbana, a quais atividades econômicas se dedicam e como tratam o meio ambiente. Por isso, a cartografia é um instrumento que pode auxiliar na compreensão da identidade de determinada comunidade, pois ao compreender como ocupou o solo, o espaço geográfico, podem ser compreendidas as preferências e a maneira que a sociedade convive com o ambiente onde vive. Por isso, como objetivo deste artigo se buscou compreender como a cartografia pode ser usada como instrumento na formação da identidade de uma comunidade. Como metodologia foi escolhida a revisão bibliográfica, pois através de pesquisa em livros e artigos sobre o tema, foi possível construir esta pesquisa.

Palavras-chave: Cartografia, ocupação do espaço, identidade.

Abstract

Cartography is a science that helps in understanding the occupation of geographical space. Through it one can analyze how a society, in a region, occupies the space, forming communities and neighborhoods, and even the peripheral areas. This occupation of the soil demonstrates the identity of this community, whether it is agrarian or urban, to which economic activities are dedicated and how they treat the environment. Therefore, cartography is an instrument that can help in the understanding of the identity of a given community, because in understanding how the land occupied the geographical space, the preferences and the way society can live with the environment in which it lives can be understood. Therefore, the objective of this article was to understand how cartography can be used as an instrument in the formation of the identity of a community. As a methodology was chosen the bibliographic review, because through research in books and articles on the subject, it was possible to construct this research.

Keywords: Cartography, occupation of space, identity.

1. Introdução

        Para entender uma cidade, faz-se necessário ver, sentir, apalpar e ouvir o que ela tem a nos dizer. A cidade conta a sua história através de seu povo, de suas tradições, de sua forma, dos seus cenários, de seu cheiro, de sua região.

 Muitas vezes, através dos sentidos, a cidade vai nos contando histórias de forma irregular, pois ela não se preocupa com a cronologia, com a exatidão do tempo no espaço. Ela vai acontecendo neste espaço, imprimindo aí sua época, seus valores, sua forma. Mas o espaço fragmenta-se, no sentido de ser suscetível as mudanças no decorrer do tempo. Tais mudanças não acontecem de maneira uniforme. Assim, encontramos num mesmo espaço vários tempos, vários estilos, várias histórias.

No artigo escrito por Sposito (1989), “cidade é muito mais do que um aglomerado humano que se formou historicamente em algum ponto do território, e que cuja razão de ser era o desenvolvimento da agricultura.”

Já Corrêa (1989) disse que a cidade pode ser definida como espaço urbano, ou seja, conjunto de diferentes usos da terra justapostos, espaços estes que são fragmentados e articulados: mantêm relações espaciais com as demais, ainda que de intensidade muito variável. Este complexo é a organização espacial da cidade.

Por isso, esta pesquisa se dedicou à compreensão da evolução urbana, pois para entender a cidade na sua forma atual e para planejar o seu desenvolvimento de maneira integrada, torna-se condição indispensável conhecer suas origens, seus processos e meios de sobrevivência anteriores e atuais, como a maneira de ocupação do espaço e a convivência com o ambiente. Para isso, a cartografia foi considerada um instrumento que pode auxiliar nesta tarefa.

2. Cartografia e Ocupação do Espaço

        Saviski e Torres (2014) afirmam que a cartografia é uma ciência que surgiu na Grécia. Seus primeiros objetivos foram conhecer e representar a Terra.  Essa ciência possibilita que se entenda de maneira mais eficiente a ocupação e modificação do espaço geográfico, ou seja, o estudo do espaço antes de que fosse ocupado e as modificações que sofreu até hoje.

        De acordo com Pissinati e Archela (2007), se pode dizer a importância do estudo da cartografia para compreensão do espaço e das direções:

A alfabetização cartográfica consiste no processo de ensino/aprendizagem por onde o estudante será inserido no estudo formal do mapa. Essa alfabetização supõe o desenvolvimento de noções de visão oblíqua e visão vertical; imagem tridimensional, imagem bidimensional; alfabeto cartográfico (ponto, linha, área); construção da noção de legenda; proporção e escala; lateralidade.

        Dentro dos conteúdos de geografia, a cartografia deve ser aprendida não somente na teoria, mas buscando aprender a sua influência nas questões físicas, sociais, estéticas, dentre outras. À partir da compreensão da cartografia e sua importância, se pode compreender o espaço geográfico e como sofreu influência da identidade da sociedade.

Saviski e Torres (2014) afirma que não se pode afirmar quando surgiu o primeiro mapa, mas que as datas de seu surgimento são de aproximadamente 4.000 atrás, nos povos mesopotâmicos, chineses, egípcios e gregos.

Francischett (2002) afirma que o mapa é a representação da realidade geográfica por meio de imagem cartográfica, podendo ser visual, táctil ou digital, representando o real.

3. Formação da Identidade através da Ocupação do Espaço

Analisando as mudanças ocorridas à partir da segunda metade do século XX, pode-se dizer que estas foram oriundas dos avanços tecnológicos, principalmente nas áreas da informação e comunicação.

        Com essas transformações, houve a reformulação de diversos conceitos, estabelecendo assim uma reformulação da direção e fluxo das identidades culturais, onde o indivíduo deixa de ser uma agência centrada, estável de conceitos de identidade, passou a ser deslocado de sua posição.

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