A Epistemologia ensaio sobre o conhecimento cientifico
Por: Samuel Ferreira • 5/11/2017 • Trabalho acadêmico • 943 Palavras (4 Páginas) • 524 Visualizações
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Nome: Samuel Filipe Ferreira de Auxiliador
Nº de aluno: 82603
Turma: LAA1
Unidade Curricular: Epistemologia e Conhecimento Antropológico
Ensaio:
As incertezas da Ciência Moderna
Palavras-chave: paradigma dominante; paradigma emergente; crítica; método científico; teste de Popper.
Resumo:
“Acabadinhos de chegar de 12 anos de “decora, copia e cala-te” e temos de escrever 1300 palavras sobre uma obra que põe um sistema de pensamento inteiro em questão.”
Esta frase foi-me dita por um colega de turma e acho que resume perfeitamente a minha experiência na totalidade no que toca à realização deste primeiro “grande” trabalho de avaliação do ensino superior. Analisei “um discurso sobre as ciências” o que por si só já pôs em causa a minha perceção sobre o método científico, e, após ler o texto “a minha crítica da ciência”, as conclusões que tinha acabado de tirar pode nem ser inteiramente corretas. Conclusão: nem acerca da imensa fonte de conhecimento que é a ciência o ser humano posso estar 100% seguro.
Introdução:
No âmbito da disciplina de Epistemologia e Conhecimento Antropológico vou realizar o ensaio relacionando a obra “Um Discurso Sobre as Ciências” de Boaventura Sousa Santos e o texto “A minha critica da ciência” por Jorge Dias de Deus, presente na obra “Conhecimento Prudente Para Uma Vida Decente”. Vou começar por sintetizar elementos importantes do discurso para depois poder interpretar melhor a critica de Jorge Dias de Deus. Tenho como objetivo determinar qual o melhor método cientifico, baseado nestas duas obras, sendo apenas a minha opinião.
Começando pelo Paradigma Dominante, é aquele que retrata o estado atual das ciências. É caracterizado por se reger pela racionalidade científica e ao mesmo tempo descarta o senso comum e os estudos humanísticos como formas de conhecimento. Foi no século XVI que foi criado este paradigma, na mesma altura em que se deu a revolução científica, e da qual também se baseou. Como exemplo de quem seguiu este modelo de aceitação de conhecimento o autor menciona diversas personagens históricas que tiveram influência no plano científico, tais como Copérnico, Kepler, Galileu, Newton, Bacon e Descartes. O modelo de ciência moderna tem como base um mundo estável, sem alterações para que desse modo os resultados de experiências cientificas sejam exatamente iguais independentemente do tempo e do espaço para que dessa forma seja possível chegar a conclusões certas como as leis de Newton, por exemplo. É aí que entra o mecanicismo que diz que os processos naturais são determinados mecanicamente e podem ser explicados pelas ciências naturais.
Por outro lado, temos o Paradigma Emergente que, segundo o autor, é capaz substituir o paradigma dominante como a principal forma de prática cientifica, que o autor não consegue prever qual poderá ser, mas que tenta caraterizar através de quatro pequenas teses: Todo o conhecimento científico-natural é científico-social; Todo o conhecimento é local e total; Todo o conhecimento é autoconhecimento; Todo o conhecimento científico visa construir-se em senso comum.
Analisando agora a crítica feita às ciências por Jorge Dias de Deus, o autor faz uma critica relativamente ao paradigma dominante, apesar de mencionar que não acha que este vá ser substituído por algum outro paradigma tão cedo. Menciona várias vezes de como a ciência e o capitalismo “andam de mãos dadas” já há mais de trezentos anos. Fala de como a ciência, ao contrário dos estudos humanísticos, se foca na quantificação em vez de na qualificação, como diz o autor “à essência sobrepõe-se a existência” (SANTOS, 2004, p 214). O autor começa depois por questionar o método cientifico e menciona o método usado por Galileu/Descartes, que à experimentação juntava a lógica e a matemática. “É um método universal e eterno, definido fora do espaço e do tempo.” (SANTOS, 2004, p 215). Outras conclusões a que chega Jorge Dias de Deus são a de que não pode existir experiência sem haver uma teoria para a justificar e que por mais vezes que uma experiência seja repetida isso não garante a sua validade. É-nos depois dada uma espécie de introdução ao teste de Popper que nos diz que só aquilo que pode estar sujeito ao teste de falseabilidade é considerado científico. Não é um teste fiável pois logo a seguir são-nos dados exemplos em que o teste de Popper é completamente descartado por conveniência, como quando as leis de Newton não conseguem explicar uma anomalia na órbita do planeta Mercúrio ou quando Galileu apresentou a sua teoria heliocêntrica o que novamente leva o autor a uma nova conclusão: “a história da ciência não dá apoio à teoria popperiana da racionalidade científica” (SANTOS, 2004, p 216). É aqui que o autor começa a questionar verdadeiramente o método científico ao perguntar-se o porquê de não poder associar o teste de Popper ao método de Galileu-Descartes. A justificação é que a ciência em si não é perfeita pelo facto de ter sido criada por humanos, vista agora através do carácter social. A ciência nunca foi perfeita e nunca será, a ciência não se altera, ela adapta-se, pelo facto de não ser assim tão universal quanto aparenta.
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