A GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL - TRAJETÓRIA HISTÓRICA E PROPOSIÇÕES PEDAGÓGICAS
Trabalho Escolar: A GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL - TRAJETÓRIA HISTÓRICA E PROPOSIÇÕES PEDAGÓGICAS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: acmo • 11/1/2014 • 2.053 Palavras (9 Páginas) • 1.528 Visualizações
A GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL - TRAJETÓRIA HISTÓRICA E PROPOSIÇÕES PEDAGÓGICAS
INTRODUÇÃO
Ao investigar o desenvolvimento de novas práticas a respeito do ensino de conteúdos da disciplina de Geografia nas ultimas décadas, vem causando várias indagações que tem gerado a necessidade de novos rumos perante as exigências da realidade social. Então, o presente trabalho mostra que hoje a geografia está se modificando não sendo somente uma forma descritiva e que tenha utilidade, entendendo o mundo através dos processos, ou seja, ela estuda o passado para melhor entender o presente e planejar o futuro, mas que deva partir da realidade presente.
1. A GEOGRAFIA TRADICIONAL NO SISTEMA DO ENSINO FUNDAMENTAL
A geografia foi anexada como disciplina escolar a partir das Leis Orgânicas do ensino primário e secundário tendo como referência a geografia tradicional. As tendência da Geografia e as correntes que dela se desdobraram foram chamadas de geografia Tradicional, pois, estudava-se a população, mas não a sociedade; os estabelecimentos humanos, mas não o processo de produção, ou seja, não se discutia as relações intrínsecas da sociedade, abstraindo assim o homem de seu caráter social. A Geografia no ensino se revelou, e muitas vezes ainda se revela, pelo estudo descritivo das paisagens naturais e humanizadas, de forma separada do espaço vivido pela sociedade e das relações contraditórias de produção e organização do espaço. De acordo com uma citação de GEBRAN em que ela diz:" essa concepção de ensino da Geografia, ainda está muito presente nas instituições escolares, envolvendo um conteúdo distanciado da realidade do aluno, que não lhe permite compreender e conhecer o espaço em que vive nas suas múltiplas relações e determinações". Ainda hoje há muitas instituições escolares que apresentam idéias, interpretações ou, até mesmo, expectativas de aprendizagem defendidas pela geografia tradicional.
2. O REFERÊNCIAL TECNICISTA DA EDUCAÇÃO - A NOVA GEOGRAFIA
A partir dos anos 60, com o golpe militar surge uma tendência crítica à Geografia Tradicional, que tem como preocupação as relações entre a sociedade, o trabalho e a natureza na produção do espaço geográfico. E essa nova perspectiva considera que não basta somente explicar o mundo, é preciso transformá-lo. A inserção desse processo histórico provocou mudanças no sistema educacional, a partir de 1968. Todas as leis são impostas por militares, houve os chamados acordos MEC-Usaid, com os quais o Brasil passou a receber assistência técnica e ajuda financeira para a implantação da reforma tecnicista. Desenvolve-se uma reforma na educação autoritária, que possui o objetivo de educar visando o modelo econômico dependente, o qual foi imposto pela política norte-americana. No que se referia ao ensino fundamental e médio numa visão tecnicista, economicista e sistemista da educação, expressa pela lei 5692/71, permeava tais reformas. O ensino estaria voltado diretamente para produzir profissionais técnicos “competentes” para o mercado de trabalho. Esta educação atuava no aperfeiçoamento de profissionais capazes de dominar as regras técnicas da organização do trabalho e da produção, articulando-se diretamente com o sistema produtivo cujo interesse era produzir indivíduos “competentes” para o mercado de trabalho, onde era valorizado, nesta perspectiva. O objetivo da ditadura era “educar” politicamente os jovens. História e Geografia foram fundidas nos chamados Estudos Sociais, tornou-se obrigatório o ensino de Educação Moral e Cívica em todos os graus escolares (no ensino médio, recebe a denominação de “Organização Social e Política Brasileira”, e no ensino superior, “Estudos de Problemas Brasileiros”. Ambas com extremo caráter doutrinador e manipulador.
3. A REDIMENSÃO DO PROCESSO EDUCACIONAL - A GEOGRAFIA CRÍTICA.
No final dos anos 70, descontentamento sociais, políticos e econômicos e reivindicação contra a política, fizeram com que as tendências críticas passassem a analisar a educação como um elemento que propiciasse a transformação da sociedade. No que se refere a disciplina geografia, tais propostas, sustentados nos referenciais da geografia crítica apresentava novos rumos possibilitando uma ação pedagógica, redimensionada, comprometida com a formação do aluno enquanto cidadão - sujeito histórico e social, sendo que os conteúdos selecionados devem permitir o pleno desenvolvimento do papel de cada um na construção de uma identidade com o lugar onde vive. Outro critério importante na seleção de conteúdos refere-se às categorias de analise da própria Geografia. É importante delinear um trabalho a partir de algumas categorias considerando o meio histórico construído como fonte primeira do conhecimento, que é construído a partir das atividades dos indivíduos em interação com o meio. E nesse processo o professor assume o papel fundamental na construção desse conhecimento. Mesmo com o caráter inovador, pouco foi incorporado ao fazer pedagógico cotidiano dos professores e dos alunos. Houve sérias dificuldades tanto do ponto de vista econômico, quanto do ponto de vista político e administrativo. A visão educacional imposta pela ditadura militar ainda é tarefa difícil, mas primordial ainda encontrada no campo educacional. Com isso, o MEC em 1996, apresenta os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, como propostas para as diferentes áreas do conhecimento.
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