- Os autores Luiz Carlos Pinheiro Machado e Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho buscam em seu livro mostrar que é possível e que é dever a produção de alimentos sem agrotóxicos e fertilizantes químicos. Sem apresentar características de um manual, apresenta os caminhos viáveis para a produção do modelo agroecológico.
- Segundo o autor a agroecologia é apoiada em princípios, não em dogmas, e que é o caminho certo a ser seguido na produção de alimentos limpos. Apresentando diversos dados proveniente de fontes seguras, como, por exemplo, FAO e ONU; é ilustrado, como, apesar dos compromissos assumidos por algumas nações, a situação atual do desenvolvimento sustentável é espantosa.
- O autor apresenta a complexidade da insegurança alimentar, que pode ser usado como exemplo para entender como os problemas enfrentados pela humanidade se relacionam. E também categoriza os autores das ações que causaram essa situação alarmante. E ainda pontua que “ propor uma solução para, pelo menos, parte desses problemas, é o pretensioso objetivo deste livro” MACHADO (2014, p.22).
- Ainda é trabalhado a forma como a agroecologia atua como uma ciência racional; que se desenvolve através de pesquisa, trabalho conjunto entre prática e teoria, aplicação dos princípios e adaptação às diferentes realidades. E também a importância do “produtor pesquisador” como sujeito do processo, valorizando todo o conhecimento ancestral que essas pessoas têm.
- É feito uma crítica a agricultura industrial e sua característica marcante de domínio sobre o agricultor através dos insumos, das máquinas, das sementes e das grandes corporações. E explicitando que a produção limpa exigindo do sujeito do processo mais tempo de dedicação, proporciona a ele emancipação e compensação no âmbito ambiental, financeiro e social.
- O autor esclarece que os conceitos tratados no texto são alterados diante de cada nova realidade. E, também, que é proposto uma produção limpa e em escala visando atender as necessidades da humanidade, e não dos interessados apenas em lucros e acumulação de capital. Segundo MACHADO (2014, p.25) “este trabalho é uma palavra a favor da vida!”.
- Sem o intuito de ilustrar um quadro apocalíptico, são apontados os impactos do agronegócio nos mais diversos âmbitos.
- O capítulo 01 inicia explicando que no início da história da humanidade a utilização dos bens comuns era pouco impactante, pois, era realizada por uma população mínima, que vivia em harmonia com a natureza. A vida humana se mantinha apenas do que poderia ser extraído da natureza. E quando o aumento demográfico pressionou os bens naturais comuns, os humanos se tornaram nômades.
- No período neolítico se estabeleceu um novo contexto socioprodutivo que tornou viável “crescimento demográfico para além dos limites da produção natural” MACHADO (2014, p.30). Entretanto, o aumento populacional ocorreu juntamente com o avanço da ciência e de técnicas que tornava realizável o cultivo de alimentos para uma população em crescimento.
- Os avanços científicos após a Inquisição, desencadearam a Revolução Industrial e as condições tecnológicas para as monoculturas - o desenvolvimento da primeira máquina agrícola articulada, em 1701; a nutrição de plantas através de fertilizantes solúveis, em 1840; e a descoberta dos agrotóxicos, em 1939. Esse processo de - má utilização da - modernização além de modificar completamente processos agrícolas, oprime a cultura camponesa, marginaliza e toma o lugar do agricultor.
- É no início do século XX, que a humanidade começa a tomar consciência sobre os efeitos prejudiciais à natureza - e, consequentemente, as pessoas. Assim, surgem os movimentos contestatórios, que atuam em oposição ao agronegócio e todos os modelos danosos à agrobiodiversidade. “É o início da negação da negação” MACHADO (2014, p.32).
- Com um capítulo dedicado a tornar claro o que é a agroecologia, fica esclarecido como a agroecologia “retoma as concepções agronômicas de produção pré-revolução verde” MACHADO (2014, p.35). Como articula progressos científicos e técnicas produtivas com questões que abrangem meio ambiente, ética, cultura, sociedade, entre outros.
- É explicado e exemplificado como não é verdade a ideia de que a produção agroecológica é mais cara; como a agroecologia utiliza utiliza do progresso tecnológico como suporte para o sujeito do processo, não como alternativa para aumentar lucros; e como consegue ter produção superior a produção do agronegócio.
- As explicações sobre a revolução verde, deixam explícitas a forma como o capitalismo destruiu a biodiversidade com a introdução das monoculturas.
- O autor ainda fala sobre a raramente comentada agricultura do Brasil; que é pouco conhecida até pelos jovens que atualmente tem atividade profissional ligada à agricultura.
- Com apontamentos sobre os três segmentos que se dividia a economia agrícola brasileira: lavoura de exportação, criação extensiva de bovinos e a “produção colonial” que abastecia o consumo interno; explicando os conceitos básicos; a revolução verde; e nossa história com a agricultura. Se torna possível através da obra estudar o passado e abrir os olhos para o presente.
|