TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO ARARIPE, NORDESTE DO BRASIL

Casos: ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO ARARIPE, NORDESTE DO BRASIL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  6/7/2013  •  7.176 Palavras (29 Páginas)  •  586 Visualizações

Página 1 de 29

Revistt Brasileira de Geociências 22(3):289-300, setembro de 1992

ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO ARARIPE, NORDESTE DO BRASIL

MARIO L. ASSINE*

ABSTRACT STRATIGRAHUC ANALYSIS OF ARARIPE BASIN, NORTHEASTERN BRAZIL. The

Araripe Basin comprises four main stratigraphic sequences separated by unconformities: 1. a Paleozoic sequence

composed of the Cariri Formation; 2. a Juro-Neocomian sequence composed of the Brejo Santo Formation, Missão

Velha Formation (redefined) and Abaiara Formation; 3. an Aptian-Albian sequence composed of the Barbalna

Formation and Santana Formation; and 4. an Albian-Cenomanian sequence composed of the Exu Formation. The Juro-

Neocomian sequence is characterized by horsts and grabens displayed in two sub-basins: Cariri and Serrolândia subbasins.

The Aptian-Cenomanian is characterized by sub-horizontal bedding and localized brittle deformation. The

events of sedimentation, erosion, and deformation proposed for the sequences above, integrate the Phanerozoic

evolution in Northeastern Brazil. The Paleozoic deposits which have, in attempt, been classified as Upper Ordovician/

Lower Silurian, have also been interpreted as an extension of the cratonic Parnaiba Basin. The Juro-Neoconian

sequence is ú» sedimentary response to the mechanical subsidence brought about by the Gondwana rifting processes.

The Barbalha and Santana formations comprise a transgressive-regressive cycle characterized by short-lived sea

ingression which has deposited an exuberant fossiliferous carbonate concretions level and extensive gypsum beds. The

presence of alluvial deposits of Exu Formation, deposited contemporaneously to a global eustatic sea level rising,

suggests an epeirogenic uplift early in the Albian-Cenomanian time.

Keywords: Stratigraphy, Araripe Basin, Northeastern Brazil.

RESUMO A Bacia do Araripe é constituída por quatro seqüências estratigráficas, histórica e geneticamente distintas,

limitadas por discordâncias. As quatro seqüências correspondem a quatro embaciamentos distintos, dos quais somente

uma fração da cobertura original está preservada, não havendo porções marginais e depocentros definidos. Os eventos

de sedimentação, erosão e deformação não constituem fatos isolados, integrando-se no contexto evolutivo do fanerozóico

nordestino. A seqüência paleozóica, constituída unicamente pela Formação Cariri e tentativamente posicionada

no Ordoviciano Superior/Siluriano Inferior, integrava um extenso trato com mergulho deposicional para noroeste,

testemunhando uma maior extensão oriental da Bacia do Pamaíba no Paleozóico inferior. A seqüência juroneocomiana,

composta pelas formações Brejo Santo, Missão Veiha e Abaiara, foi a resposta sedimentar à subsidência mecânica

decorrente dos processos de rifteamento do Gonduana. Seus sedimentos apresentam-se espacialmente em horstes e

grábens, dispostos em duas sub-bacias: Cariri e Serrolândia. A seqüência aptiano-albiana, constituída pelas Formações

Barbalha e Santana, compreende um ciclo transgress!vo-regressivo com ingressão marinha de curta duração, à qual se

associa exuberante nível de concreções carbonáticas fossilíferas e extensas jazidas de gipsita. Ainda em condições

eustáticas positivas a nível global, foram depositados os sedimentos aluviais da seqüência albiano-cenomaniana

(Formação Exu), indicando uma reativação tectônica com soerguimento epirogênico da região já no Albiano

Médio/Superior.

Palavras-chaves: Estratigrafia, Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil.

INTRODUÇÃO A Bacia do Araripe é a mais extensa das

bacias interiores do Nordeste do Brasil (Fig. 1). Sua área de

ocorrência não se limita à Chapada do Araripe, estendendo-se

também pelo Vale do Cariri, num total de aproximadamente

9.000 km2.

O trabalho pioneiro sobre sua geologia é o de Small (1913),

que subdividiu o registro sedimentar em quatro unidades (conglomerado

basal, arenito inferior, calcário Santana e arenito

superior). Estudos sistemáticos foram realizados somente a

partir da década de 60, um período de profícuos trabalhos,

como os desenvolvidos por professores e alunos da Universidade

Federal de Pernambuco, de que resultaram publicações

como as de Beurlen (1962, 1963). Este autor redefiniu as

unidades estabelecidas por Small, denominando-as de formações

Cariri, Missão Velha, Santana e Exu, para as quais estimou

uma espessura sedimentar total de cerca de 850 m.

Dentre as unidades litoestratigráficas da bacia, a Formação

Santana é estratigraficamente a mais complexa e também a

mais estudada, não só pelas extensas jazidas de gipsita, mas

principalmente por se constituir no principal jazigo brasileiro,

famoso em todo mundo sobretudo pela rica paleoicniofauna

preservada em concreções carbonáticas.

Rand & Manso (1984), com base em dados gravimétricos,

...

Baixar como (para membros premium)  txt (60.3 Kb)  
Continuar por mais 28 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com