Canudos
Tese: Canudos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Miche123 • 10/11/2014 • Tese • 1.141 Palavras (5 Páginas) • 271 Visualizações
Resumo
Este artigo apresenta uma análise do filme Guerra de Canudos. O filme é baseado em um acontecimento histórico ocorrido no final do século xix, no sertão da Bahia. Apresenta a epopeia sertaneja de canudos, e a trajetória da vida do líder, o beato Antônio Conselheiro, vista sob á ótica de uma família sertaneja. Um dos aspectos fortes é a expressão, pelos membros dessa família de diferentes pontos sobre conselheiro. De caráter social político e religioso, o filme relata uma vigorosa denúncia das atrocidades cometidas pelo exército brasileiro contra centenas de crianças, mulheres e homens na última batalha de canudos. O filme destaca elementos, como a defesa do território, a bravura, o fanatismo religioso e a política, estreitamente ligados ao tema de agressão.
Introdução
No ano de 1893, com a forte seca que castigou o semi-árido, agrava-se a pobreza na região. Famílias que viviam no campo se deparam com o descaso por parte do governo brasileiro. Momento histórico de instalação da República no Brasil, no qual há um aumento nos impostos, cujas taxas cobradas aos pequenos produtores eram exorbitantes.
É nesse contexto histórico, de mudanças políticas, fim da monarquia e início da república, com seus ideais de progresso, e com as contradições de uma sociedade de classes, que se inicia a narrativa.
Métodos
O estudo foi descrito como base na análise do filme: Guerra de Canudos e em pesquisa bibliográficas.
Território, Religião e Política.
Diante do quadro dos seus bens, os Lucena mantém o primeiro contato com Antônio conselheiro, que encontrou muitos adeptos em sua peregrinação pelos sertões nordestinos. A família, em um momento de instabilidade financeira, sente-se injustiçada, projetando em conselheiro e nas palavras de Deus em uma esperança de dias melhores. De acordo com Franco (1997), a religiosidade é de uma suma importância na cultura rural.
A figura de líder espiritual, de Conselheiro é encontrada em sociedade humanas primitivas. Nessas sociedades o chefe é quem fala em nome da comunidade, ele nunca exprime a fantasia e o desejo individual ou a regra da sua lei privada, mas apenas o desejo social da comunidade para se mantiver unida.
Ao longo do filme, verifica-se que o discurso desse líder tem forte conotação política, no qual ele estabeleceu a sua simpatia pelo regime monárquico, e seu inconformismo com o regime republicano, recém-criado no Brasil, fazendo associações entre política e religião. No olhar do líder Conselheiro a república é considerada ”anticristo”, que fará a população trabalhar para o governo em regime de escravidão que não respeita ninguém.
Em 1892, é fundado em Canudos o Império de Belo Monte, nome que faz alusão á monarquia. O perfil de Conselheiro conquista fé de muitos sertanejos e, em pouco tempo, o povoado cresce e abriga cerca de vinte mil habitantes, vindos de diferentes estados do Nordeste.
Verifica-se no filme a rotina das orações, um culto permanente de rezas e ladainhas a Deus. No discurso religioso de Conselheiro, temas especificamente políticos são abordados a partir das palavras divinas.
Esse movimento social e religioso passa, então, a ser visto como uma ameaça ao novo regime e o governo federal decide atacar Canudos.
No filme Guerra de Canudos fica expresso que os seguidores de Conselheiro entram em guerra não só em defesa das suas crenças, como também em defesa do seu território, das suas casas e das suas famílias, contudo, fica claro que aquela população vivia na ignorância política, fato que facilitava a liderança de Conselheiro e a construção de um pensamento coletivo.
Na cena em que Tereza se lembra da irmã Luiza, fica clara a desinformação da população em relação ao regime político instalado no país e os motivos pelos quais os sertanejos estão em guerra, A menina pergunta ao pai se “foi a república quem levou sua irmã embora”.
Em 1887, o exército é derrotado pelos sertanejos. A falta de estratégia no ataque leva as tropas do coronel “Corta-Cabeça” a uma derrota sanguinária, no qual parte dos sertanejos faz exposições das cabeças dos soldados mortos, retaliação ao Coronel Moreira César,
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