Canyons urbanos na cidade de Santos
Por: Bonafim • 24/9/2017 • Seminário • 599 Palavras (3 Páginas) • 248 Visualizações
Tema:_”Canyons urbanos na cidade de Santos – litoral paulista”
O crescimento urbano juntamente com o planejamento das cidades, tem dado pouca importância ao conforto ambiental urbano. Muitas vezes, as estratégias de elaboração de um projeto usado em países quentes secos, são oriundos de países de climas temperados e são, portanto, mal adaptados ao clima local. Segundo BOURBIA (2010), o planejamento urbano tem um imenso impacto sobre o microclima local, que, por sua vez, afeta o conforto e qualidade do espaço dentro de uma cidade. Como consequência do planejamento das cidades feito de forma errônea, as áreas urbanas, muitas vezes tornam-se desconfortáveis, resultando no agravo das condições microclimáticas, que acontece em decorrência de vários fatores, como o incremento urbano, a supressão da vegetação pré-existente, a poluição e canalização dos cursos d’agua, e a impermeabilização do solo. Em várias cidades ao redor do mundo, como Santos, no litoral paulista, as casas dão lugar aos prédios, que vão crescendo e formando os canyons urbanos, ou seja, ruas ou avenidas emparedadas por edificações de ambos os lados.
O fenômeno, além de diminuir a circulação do ar e criar bolsões de poluição, também favorece o surgimento das chamadas ilhas de calor. Agora, uma ferramenta criada na Universidade de São Paulo (USP) pode não só revelar a intensidade do problema, como servir de ajuda na hora de planejar o desenvolvimento da malha urbana.
O trabalho sobre os canyons street canyons vem sendo desenvolvido pelo pesquisador Jurandir Itiz Yanagihara, que realiza o estudo no Laboratório de Engenharia Térmica e Ambiental da Poli/USP.
A pesquisa consiste em desenvolver um modelo matemático que permita simular, em computador, uma determinada região. O modelo está pronto e, agora, passa por uma fase de calibração, na qual diversas variáveis, como direção dos ventos e concentração de poluentes, estão sendo aferidas.
A ferramenta, porém, já está disponível para uso, afirma Jurandir.
Áreas críticas – Entre os principais pontos analisados, estão a direção e a intensidade do vento no ambiente, a geometria e a posição dos prédios, o fato de haver insolação ou não e a natureza dos poluentes formados.
Segundo ele, as áreas mais críticas são aquelas formadas por ruas ou avenidas emparedadas por altos edifícios, com pouca incidência de ventilação natural e tráfego constante de veículos. Quanto maior a altura dos edifícios e menor a largura das ruas entre os paredões de prédios, maior o efeito dos canyons urbanos, devido à desproporcionalidade enre altura de prédios e nível do mar.
Nesses casos, o simulador pode aferir qual o nível de estagnação do ar dentro desses corredores, mas pouco pode fazer para mudar a situação.
"Quando falamos de uma área já muito edificada, o máximo que o Poder Público pode fazer é restringir a circulação dos veículos, principalmente dos ônibus e caminhões a diesel, que lançam muito material particulado (fuligem) e monóxido de carbono na atmosfera, pondera Jurandir Yanagihara.
Mas até mesmo esse tipo de paliativo pode não funcionar. É o caso de ruas estreitas com torres em ambos os lados. Além da grande concentração de carros dos moradores, há os de serviço. Nelas, por exemplo, o caminhão de coleta de lixo pode demorar até 30 minutos para percorrer uma quadra. E o problema se agrava em ruas perpendiculares à praia, onde a incidência de vento é ainda maior.
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