DISCIPLINA: METODOLOGIA E PRÁTIA DE PESQUISA EM GEOGRAFIA I
Por: Vitória Alves Lima • 5/2/2019 • Resenha • 1.092 Palavras (5 Páginas) • 382 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ[pic 1]
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECONOLOGIA – CCT
CURSO DE GEOGRAFIA – BAHARELADO
DISCIPLINA: METODOLOGIA E PRÁTIA DE PESQUISA EM GEOGRAFIA I
Texto 02: MOREIRA, Ruy. A Geografia Serve Para Desvendar Máscaras Sociais. In: (Org.). Geografia: Teoria e Crítica. Petrópolis: Vozes, 1982
Ruy Moreira é um geógrafo brasileiro, que publicou vários livros que abordam questões ontológicas e epistemológicas da geografia. É graduado (licenciado e bacharel) em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ (1970), mestre em Geografia por esta Universidade (1984), doutor em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo-USP (1994) e Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual do Ceará-UECE (2016). É professor permanente do curso de pós-graduação (mestrado e doutorado) da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde é aposentado pelo Departamento de Geografia, e professor permanente do curso de pós-graduação (mestrado) em Geografia da FFP-UERJ.
O objeto de estudo da geografia é o espaço. No entanto, o uso da geografia era para sobretudo promover descrições fazendo da geografia apenas ideográfica no sentido das descrições, tratando apenas o espaço como meio físico-natural sem relação direta com o homem e sem ligação com a produção social. Segundo Ruy Moreira: “A função ideológica essencial do palavreado da geografia escolar e universitária foi, sobretudo, de mascarar, através de processos que não são evidentes, a utilidade prática da análise do espaço, sobretudo para a condução da guerra, assim como para a organização do Estado e a prática do poder” (MOREIRA:1982:33). Ruy Moreira propõe aqui, novos pontos de reflexão para a teoria do espaço e teoria da transformação social.
O texto é dividido em 10 tópicos, o primeiro tópico corresponde à: 1 Os termos da questão, onde ele adentra a questão da análise dialética do arranjo do espaço, onde ele destaca as relações de classes sociais. “Por detrás de todo arranjo espacial estão relações sociais, que nas condições históricas do presente são relações de classes. Com isso, afirmamos que espaço é história, estatuto epistemológico sobre o qual a geografia deve erigir-se como ciência, se pretende prestar-se a alguma utilidade na prática da transformação social”. (MOREIRA:1982:35). Usando o método materialista-histórico-dialético, que considera que a história se desenvolve no espaço geográfico e que o espaço geográfico é parte do processo de produção social.
O segundo tópico é, 2. Objeto e objetivo da geografia. Nesse tópico, trata-se o espaço como objeto de estudo da geografia, e também a natureza e a formação econômico-social também associadas ao objeto de estudo da geografia, tendo em vista que, estão interligados, “o espaço geográfico é o espaço interdisciplinar da geografia” (MOREIRA:1982:38). O objeto da geografia, era não apenas o espaço total como a ideia de um espaço sideral ou cósmico, mas o espaço relacionado e intimamente ligado às relações tanto físicas quanto sociais que aconteciam na superfície da terra. E dessa forma, a expressão relação homem-meio foi criando grande relevância.
O terceiro tópico corresponde à, 3. A geografia é uma ciência social. Nesse tópico é reforçada a ideia de que o espaço geográfico é um espaço produzido, e de que o espaço não é “o chão da geografia”. O espaço é essencialmente social tendo em vista principalmente que homem e meio estão interligados, no sentido de que os dois produzem o espaço geográfico. “A primeira natureza integra a base material da sociedade”.
O quarto tópico corresponde ao, 4. O espaço como espaço social. Nesse tópico é tratada a necessidade humana como motor da transformação e produção da primeira natureza para atender as suas necessidades, e ao passo que o homem transforma o meio natural, ele também se transforma. “Os homens entram em relação com o meio natural através das relações sociais travadas por eles no processo de produção dos bens materiais necessários à existência.” (MOREIRA:1982:43). Então, a ideia nesse tópico é transformar o meio natural através das relações sociais de produção dos bens materiais.
O quinto tópico corresponde à, 5. Espaço social e espaço tempo. O espaço e o tempo dependem um do outro, segundo Ruy Moreira: “O tempo não é só movimento, mas movimento dialético. (...) Somente através da dialética espaço-tempo podemos acompanhar os processos e os estágios de desenvolvimento das formações espaciais, no interior dos quais encontraremos diferentes estágios de relação homem-meio.”
O sexto tópico corresponde à, 6. Espaço e reprodução. Esse tópico é voltado para a formação social e a produção espacial. Para realizar a produção os homens travam relações sociais, denominadas relações de produção em razão de sua natureza, a realização da reprodução implica em reprodução das relações de produção. Segundo Ruy Moreira: Na formação espacial se realiza todo o processo de reprodução realizado na formação econômico-social, (...) Por isso o espaço geográfico intervém em dois processos articulados na formação econômico-social: o de produção social (instância econômica) e o de controle de suas instituições e de relações de classes (instâncias jurídico- política e ideológica).” (MOREIRA:1982:48).
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