Desindustrialização Do Brasil, Mito Ou Verdade?
Artigos Científicos: Desindustrialização Do Brasil, Mito Ou Verdade?. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: LayaneErica • 13/11/2013 • 3.121 Palavras (13 Páginas) • 511 Visualizações
Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Rio Grande do Norte – Campus Apodi
Professor: Raul Santos
Componentes: Layane Érica, Rokátia Lorrany, Flávia Thaísa e Wilyane Gama
Desindustrialização do Brasil, mito ou verdade?
Muito se sabe sobre a industrialização tardia do Brasil, que ocorreu de forma transplantada, devido à desaceleração do fluxo internacional de comércio durante o período da Primeira Guerra Mundial. Esse conflito internacional foi um dos fatores que favoreceu a industrialização brasileira. Na década de 1950 a indústria brasileira apresentava dois aspectos distintos: de um lado estavam os empreendimentos centrados na produção de bens perecíveis, do outro estavam as empresas inteiramente nacionais. Ainda assim a industrialização do país não estava completa. Havia uma deficiência na produção de bens perecíveis e semiduráveis. Após a fase da Revolução Industrial Brasileira – de 1930 a 1950 – ocorreu a fase de internacionalização da economia brasileira.
Após o ápice da industrialização, a indústria vem diminuindo sua contribuição no PIB. Uma diminuição com altos e baixos, mas que vem perdendo destaque na economia do país devido a diversos fatores. Essa diminuição progressiva na economia é chamada de desindustrialização. Assim, desindustrialização refere-se a uma perda na participação da indústria na produção total do país, ou ainda, uma redução persistente da quantidade de vagas na indústria como proporção de emprego total.
A valorização do Real é um dos fatores do processo de desindustrialização, onde o mesmo permite importar mais bens e torna nossos produtos mais caros para os estrangeiros, em outras palavras, as importações são favorecidas e as exportações são prejudicadas. Dessa forma, o setor industrial demonstra déficits – mais importações do que exportações – no saldo da balança comercial. Com isso, para muitos, a valorização do real é uma das formas de prejudicar os produtos nacionais, pois os mesmos perdem parte do mercado interno para produtos análogos estrangeiros, e ainda, por não serem tão disseminados pelo mundo, se tornam pouco atraentes para os outros países. Tudo isso poderá resultar na falência de várias indústrias, diminuindo assim sua parcela de produção na economia do país. O câmbio valorizado sempre é tido como um complicador para qualquer país, fazendo com que as indústrias diminuam os custos e aumentem sua eficiência e produtividade, acarretando na falência de algumas indústrias que não sustentam tal situação.
Os produtos brasileiros se tornam menos competitivos em relação aos similares exteriores devido aos gastos internos e aos altos juros atribuídos pelo governo, que sobrecarregam nos produtos e serviços brasileiros – o Brasil foi classificado em 48º lugar dentre 49 nações em relação à competitividade global –, a isso se dá o nome de Custo Brasil, que também pode ser definido como a análise dos investimentos do país, ou ainda conjunto de fatores que comprometem a competitividade e a eficiência da indústria nacional, e que encarece em cerca de 37,25% os produtos fabricados no Brasil, em relação aos fabricados na Alemanha e Estados Unidos. Os principais componentes do Custo Brasil são a carga tributária, os custos portuários, os transportes, os encargos trabalhistas, os financiamentos, a energia e telecomunicações, e a regulamentação governamental. Esses componentes são associados às ineficiências estruturais do país. A alta carga tributária é também um dos maiores desafios das indústrias do Brasil, sendo a relação entre os altos impostos cobrados pelo Brasil e o seu PIB. Para o Brasil participar ativamente da expressão econômica mundial é necessário que seja definido uma estratégia para concretizar as reformas necessárias, visando aumentar a competitividade e a redução natural do Custo Brasil. Assim como alerta Júlio Sérgio Gomes de Almeida, assessor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), "corremos o risco de ver parte do setor produtivo ser transformado em montador, numa indústria que só tem casca e cujo conteúdo vem de fora".
Para que o Brasil atinja taxas de crescimento sustentáveis acima de 5% é necessário suprir as deficiências na área de inovação tecnológica, o que é um desafio. Há ainda um sistema de educação falho – a falta de mão de obra qualificada é grande, precisando buscar profissionais de outros países para suprir a necessidade que há no país –, falta de atratividade exercida pelas marcas brasileiras nos outros países, e deficiências na infraestrutura. O problema com a infraestrutura é mais fácil de resolver, isso se houver pessoas capacitadas que o administrem, já os desafios em educação e inovação são maiores, que necessitam mais do que pessoas capacitadas. A inovação tecnológica seria então toda a novidade implantada pela empresa, que acontece por meio de pesquisas ou investimentos, e aumenta a eficiência do processo produtivo ou implícita em um novo ou aprimorado produto. Muitas empresas e bancos investem na inovação tecnológica, numa tentativa de apoiar operações associadas à formação de capacitações e ao desenvolvimento de ambientes inovadores, com a finalidade de gerar valor econômico ou social, melhorando o posicionamento competitivo das empresas, contribuindo assim para a criação de novos empregos de melhor qualidade, melhoria da eficiência produtiva, refletindo no crescimento sustentado do país. O BNDES é um dos principais bancos que regem pela inovação tecnológica.
A inovação tecnológica também é prejudicada pela deficiência da infraestrutura brasileira, principalmente em relação ao transporte. Um país com cerca de 8,5 milhões de km² necessita de um sistema de transporte que ofereça facilidade no deslocamento, e, consequentemente, na ligação entre as mais diversas cidades do país. País este que possui quase dois milhões de quilômetros em rodovias, cerca de quatro mil aeroportos, 37 grandes portos, 50.000 quilômetros em hidrovias e cerca de 30.000 quilômetros em ferrovias e mesmo assim ainda não consegue suprir as deficiências do transporte. Essa deficiência é um dos principais fatores que interferem na economia do país, provocando o fortalecimento do Custo Brasil, e dificultando a promoção da inovação tecnológica.
A distância entre vários pontos do Brasil é grande e promove um alto custo no momento em que uma indústria busca matéria-prima em outra região, provocando o aumento do preço do produto final. O transporte representa então o elemento mais importante do custo logístico
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