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EDUCAÇÃO NA PERSPECTIVA INCLUSIVA: UM DESAFIO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR

Por:   •  10/8/2017  •  Artigo  •  4.248 Palavras (17 Páginas)  •  559 Visualizações

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EDUCAÇÃO NA PERSPECTIVA INCLUSIVA: UM DESAFIO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR

Ariane Antonia da Silva[1]

Charles Albert Moises Ferreira²

RESUMO

Este artigo tem como objetivo analisar a formação do professor na perspectiva da educação inclusiva, a partir de seus conceitos avaliando sua trajetória histórica no Brasil, e com isso, identificar as principais necessidades e dificuldades que os profissionais da Educação Básica possuem em relação à inclusão de alunos com necessidades especiais no ensino regular. Ainda com a proposta desta discussão, foram realizadas entrevistas com um questionário semiaberto com professores da rede de ensino de Curitiba a respeito de seus conhecimentos e praticas no que tange a Inclusão escolar. Trata-se de um estudo qualitativo e de cunho exploratório, a qual interpela-nos a pensar nas políticas educacionais inclusivas dentro das práticas escolares cotidianas, discutindo a possibilidade de maior qualificação e capacitação do professor enquanto mediador do conhecimento. A análise das perguntas aponta para duas situações, nas quais a formação docente se apresenta como meta principal e o fazer docente em suas múltiplas dimensões e desdobramentos no âmbito inclusivo. Os resultados demonstram a necessidade de preparação do professor para incluir alunos que apresentam necessidades especiais na sala de aula comum, reconhecendo o desafio que se lança para os professores e a todos os outros profissionais envolvidos nesta nova realidade de ensino.

Palavras chave: Educação Inclusiva. Formação de Professor. Prática Pedagógica

1 INTRODUÇÃO

Este artigo tem como ponto de partida analisar as necessidades e dificuldades existentes da formação do professor diante dessa nova realidade escolar que é a educação inclusiva. O interesse pelo tema proposto está vinculado à reflexão sobre Inclusão, com objetivo de avaliar as políticas de formação docente e os novos desafios para esta área.

Educar na diversidade exige um direcionamento para o estudo de práticas pedagógicas que valorizem as diferenças dentro das salas de aula. Diante dessas novas dinâmicas de aprendizagem, devem ser considerados alguns eixos na formação e atualização dos profissionais, como aprender sobre os novos conteúdos, seus métodos de transmissão e desenvolvimento, suas formas de avaliação, etc.

Visto que a maioria dos cursos de formação de professores prioriza o estudo das deficiências quanto às suas caracterizações e condições específicas, dentro do modelo de Educação especial, o que acaba sobrepondo a formação do especialista à formação do professor comum, sendo que os conteúdos parecem apontar para a falta de temas pragmáticos no processo de ensino e aprendizagem entre educação especial, rede de apoio e ensino comum, em relação às dimensões da perspectiva inclusiva. São visíveis no currículo as falhas de conteúdo relacionadas aos serviços de apoio inseridos na escola, à integração com a família, o papel dos gestores, à gestão da sala de aula, entre outros.

Vários estudos afirmam que os processos de análise e reflexão da própria ação pedagógica são um importante instrumento para a transformação da prática do professor. Há necessidade de as informações, nos cursos iniciais, serem atualizadas e inter-relacionadas com o cotidiano escolar, pois as lacunas presentes nos cursos de formação podem deixar a prática dos professores desconectada da realidade dos alunos de inclusão.

Além de aprender a adaptar o planejamento e os procedimentos de ensino, é preciso que os educadores olhem para as competências dos alunos, e não apenas para suas limitações. É claro que se deve considerar a prática, as experiências e o saber fazer do professor ao integrá-lo nos programas de atualização; é preciso considerá-lo protagonista no contexto em que atua, pois quando o conceito de inclusão escolar é efetivamente compreendido, as dificuldades vivenciadas na prática são na maioria solucionadas. Muitas vezes, valores pré-concebidos pelas pessoas, informações incorretas, até mesmo a falta de informação e de conhecimento constituem os maiores obstáculos à prática inclusiva.

Diante desse quadro, torna-se importantíssimo que os professores sejam instrumentalizados, a fim de atender as peculiaridades apresentadas pelos alunos.

Sendo assim, o principal foco dessa pesquisa está relacionado em reconhecer que o educador precisa transpôs barreiras significativas no processo de transformação em que a escola vem passando nos últimos tempos. Para isso, é preciso identificar as principais necessidades dos professores da Educação Básica em relação à inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino, bem como verificar a receptividade dos docentes diante da perspectiva de Educação inclusiva e analisar diante do discurso dos mesmos, como suas práticas pedagógicas favorecem a concepção inclusiva de educação.

2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA: CONCEITOS

A Educação Inclusiva é a educação para todos, que visa reverter o percurso da exclusão, ao criar condições, estruturas e espaços para uma diversidade de educandos onde pessoas com diferenças convivem e aprendem de acordo com suas particularidades. Assim, a escola será inclusiva quando transformar, não apenas a rede física, mas a postura, as atitudes e a mentalidade dos educadores, e da comunidade escolar em geral, para aprender a lidar com o heterogêneo e conviver naturalmente com as diferenças.

Nunca como hoje ouvimos dizer tanto a respeito de inclusão, especialmente nos mais diversos meios de comunicação. De acordo com o dicionário LUFT (1998), inclusão é o ato ou efeito de incluir-se, ou seja, é fazer parte de algo, é ser inserido.

Segundo RODRIGUES, Armindo J. Apud RIBEIRO e BAUMEL (2003), a educação inclusiva não deve ser tratada como uma abordagem tradicional onde era sinônimo de uniformização, mas numa abordagem de atenção a diversidade e a igualdade com respeito pelas diferenças e pelas necessidades individuais, desenvolvendo as potencialidades de cada aluno através de percursos individualizados de aprendizagem, respeitando as características e o ritmo de cada um.

Para MITTLER, Peter (2003, p.20):

A inclusão depende do trabalho cotidiano dos professores na sala de aula e do seu sucesso em garantir que todas as crianças possam participar de cada aula e da vida da escola como um todo. Os professores, por sua vez, necessitam trabalhar em escolas que sejam planejadas e administradas de acordo com linhas inclusivas e que sejam apoiadas pelos governantes, pela comunidade local, pelas autoridades educacionais locais e acima de tudo pelos pais.

O que se evidencia aqui, é que o aprendizado inclusivo deve ser construído dia após dia com o auxílio e acompanhamento de todas as esferas sociais desde a escola, família, ao governo.

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