ELEMENTOS ARQUITETURAIS DE ARENITOS
Por: Wanz13 • 28/8/2019 • Monografia • 828 Palavras (4 Páginas) • 269 Visualizações
ELEMENTOS ARQUITETURAIS DE ARENITOS
Os componentes volumétricos ou elementos arquiteturais de arenitos incluem:
1) Grãos de arcabouço (framework grains),
2) Grãos detríticos de matriz (detrital matrix grains),
3) Espaço poroso e
4) Cimento.
Portanto, há componentes primários – são aqueles que existem no tempo de deposição, e componentes secundários – componentes modificados ou gerados pela diagênese.
O limite granulométrico entre grãos de arcabouço e matriz é colocado a 30µm. Embora este valor seja algo arbitrário, ele é, em parte, justificado, pois grãos maiores que 30µm são geralmente transportados em tração enquanto grãos menores se movem como carga de suspensão.
1) Grãos de arcabouço: Partículas detríticas, principalmente de tamanho areia, que se autosustentam no tempo de deposição.
Os grãos mais abundantes são quartzo, feldspato e fragmentos de rocha. Os fragmentos mais comuns incluem: a) grupo argiloso (folhelho, ardósia, filito, xisto), b) rochas vulcânicas incluindo vidro e c) grupo de sílica com quartzo e silex. Menos importante são fragmentos de rochas carbonáticas. - Estes três tipos de grãos (big three) são a base para a maioria das classificações de arenitos e podem informar sobre o tipo de rocha mãe, paleoclima e ambiente tectônico. Servem também para fazer previsões relativas a compactação ou eventos de cimentação.
Além dos tipos principáis de grãos (big three), ocorrem minerais acessórios que incluem principalmente os minerais pesados, como zircão, turmalina, estaurolita, cianita, etc. Os minerais pesados são indicadores sensíveis de proveniência, processos de intemperismo, transporte, deposição e diagênese (Morton 1985).
2) Matriz detrítica: Partículas menores que 30µm mecanicamente transportadas em suspensão.
Os grãos mais importantes são os argilominerais; todavia, quartzo e feldspato são também comuns. As partículas de matriz normalmente não são depositadas junto com a fração areia. Isto também vale para a maioria dos finos nos turbiditos depositados a partir de correntes de turbidez.
Um grande problema é reconhecer a origem de materiais finos nos arenitos. Segundo De Ros & De Cesero (1986) há oito processos ou combinações de processos que geram e introduzem argila intersticial: 1) deposição simultânea (matriz verdadeiramente sindeposicional), 2) fluxo fluidificado, 3) bioturbação, 4) infiltração mecânica (introdução pós-deposicional), 5) alteração e substituição de grãos, 6) processos pedogenéticos, 7) deformação de clastos dúcteis (formação de pseudomatriz) e 8) cimentação por argilominerais.
O termo matriz envolve, portanto, uma grande complexidade genética de processos que devem ser discriminados para o estabelecimento de adequadas interpretações paleoambientais, paleogeológicas, paleotectônicas ou petrológicas. Segundo McBride (1985), o termo matriz é usado para material < 30µm, de origem incerta ou não especificada; matriz detrítica é aplicada para material fino transportado e pseudomatriz se refere a fragmentos pelíticos esmagados. Segundo muitos pesquisadores, a matriz em greywackes é, em grande parte, de origem diagenética.
Obs.: Muitos pesquisadores não usam mais o termo greywacke.
3) Espaço poroso: Vazios na rocha ocupados por fluidos que incluem ar, água (soluções aquosas), hidrocarbonetos e misturas de hidrocarbonetos-água.
Os fluidos podem ser quimicamente inertes, podem precipitar cimento ou reagir com grãos de arcabouço, matriz ou cimento. A porosidade de areia varia de 55% (porosidade máxima inicial) até quase zero em arenitos compactados e cimentados. Entretanto mesmo em arenitos densos ou "fechados", existem ainda aproximadamente 2% de porosidade irredutível.
Os poros podem ser classificados segundo a) sua origem (poros primários, poros
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