EPISTEMOLOGIA DA GEOGRAFIA
Por: Fernandaramalho • 5/5/2015 • Trabalho acadêmico • 744 Palavras (3 Páginas) • 1.731 Visualizações
EPISTEMOLOGIA DA GEOGRAFIA – PAUL CLAVAL
Nos últimos anos surgiu a preocupação na geografia de fazer releituras de clássicos da literatura, como por exemplo, Epistemologia da Geografia do francês Paul Claval. O livro consiste na interação dos temas da geografia que ao longo dos anos foram sofrendo transformações no pensar geográfico, em um contexto histórico e cultural, observados nas diferentes etapas de evolução da geografia. Sendo divido em treze capítulos que inicia desde a geografia vernacular até os debates epistemológicos da geografia pós anos 1990.
Paul Claval em uma análise crítica, com características fenomenológicas ressalta que o saber científico distingue-se de dois momentos. O primeiro da vida cotidiana do homem dos saberes-fazeres da geografia vernacular, ciência de observação, procedendo também de enquetes e questionários. O segundo está relacionado com a geografia científica que é uma reinterpretação das geografias vernaculares (CLAVAL, 2011).
Durante o decorrer da obra Paul Claval, retrata o papel dos gregos na evolução do pensar geográfico, com papel fundamental nos métodos de observação e localização cartográfica. Depois dessa perpectiva ele mostra já a preocupação sobre a descrição da paisagem, ao mesmo tempo ressalta que a geografia não é apenas baseada na observação, mas também em métodos estatísticos.
Outro marco da história está relacionado à análise dos gêneros de vida de Vidal de La Blache, que relaciona o homem e o meio que ele vive, buscando explicações nas transformações do espaço.
A interpretação possibilista da ideia de gênero de vida insiste no papel da iniciativa humana na transformação das paisagens, no seu ordenamento e na sua valorização. Valoriza mais particularmente a dimensão técnica dos gêneros de vida e as inovações que possíveis neste domínio (PAUL CALVAL, 2011.p.162).
Os geógrafos achavam que tinham que fortalecer os estudos das interpretações do homem e o meio, assim entre os anos de 1920 e 1960, muitos exploraram a hipótese que a geografia humana deveria se tornar uma ciência das configurações espaciais de organização regional. Claval vai chamar essa concepção de démarche geográfica, no qual vão analisar as regiões a partir da análise das características físicas, o meio rural, as estruturas agrárias numa concepção ainda vidaliana para tentar identificar as características próprias de cada região.
Depois dessa análise, a geografia começa uma nova fase de discussões entre geografia francesa e inglesa, determinismo e possibilismo, modernismo e marxismo para explicar as formas de análises da geografia no contexto atual. Essas discussões seguem até os dias atuais, onde o pesquisar ao longo de suas leituras sobre o pensar da geografia busca a melhor forma para seguir uma linha de raciocínio e compreensão do que aconteceu ao longo da história para explicar o momento em que está vivendo.
Esse período de discussões e indagações surge pós-guerra, onde Claval fala da Revolução Científica ilustrada por Thomas Kuhn e diz ainda que os debates epistemológicos que cercam a geografia clássica são chamados de nova geografia. Seria uma evolução das discussões a cerca do período em que a geografia estava passando naquele momento.
A nova geografia evidencia também
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