EXPLORANDO O TRABALHO: A MAIS-VALIA EM RELAÇÃO A PRODUÇÃO DE CAFÉ NA CIDADE DE ALFENAS-MG.
Por: Emerson Costa • 27/11/2019 • Trabalho acadêmico • 3.377 Palavras (14 Páginas) • 214 Visualizações
EXPLORANDO O TRABALHO: A MAIS-VALIA EM RELAÇÃO A PRODUÇÃO DE CAFÉ NA CIDADE DE ALFENAS-MG.
Emerson Costa Carvalho Souza Universidade Federal De Alfenas- UNIFAL emersoncosta1444@hotmail.com
RESUMO: O seguinte artigo tem como abordagem principal a mais-valia relativa teorizada e defendida pelo sociólogo alemão Karl Marx, em que a mesma consiste em incrementar a produção do excedente a ser apropriado pelo capitalista, ou seja, ele trabalha mais que o suficiente para pagar o produto e a sua mão de obra, garantindo cada vez mais lucro para o produtor. O trabalho parte de uma análise na forma de exploração do trabalho entre os apanhadores de café na cidade sul mineira de Alfenas em Minas-Gerais.
Palavras-chave: Exploração. Café. Trabalho. Mais-valia.
INTRODUÇÃO
Alfenas é um município brasileiro localizado no sul do estado de Minas Gerais. Localizado na Mesorregião do Sul e Sudoeste de Minas e na Microrregião homônima. De acordo com a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sua população estimada em 2017 era de 79.707 mil habitantes.
Considerada um núcleo urbano de bastante importância na região sul- mineira. Tradicionalmente, agropastoril e grande centro produtor de café. Desenvolve-se a cultura do arroz, alho, batata-inglesa, feijão, milho, café, cana- de-açúcar, mandioca, soja, tomate e frutas, cada uma delas com mais de 100 hectares de terra cultivada. Em primeiro plano está o café, principal produto que vem mantendo um nível considerado bom de produção. É consumido internamente e exportado para outros municípios e estados do país.
O café é um forte produto responsável pelo desenvolvimento do agronegócio desde o século XVIII no Brasil, embora ele já houvesse sendo cultivado desde o século XVI e sendo ainda mais potencializado nos séculos XIX e XX, respectivamente.
A cafeicultura faz parte da história territorial e socioeconômica do Brasil, já que os primeiros pés de café foram plantados no século XVI. Mas a partir do século XIX, o café tornou-se o principal produto do cenário agromercantil, além de impulsionar a industrialização brasileira no início do século XX. (VALE; CALDERARO; FAGUNDES, p.1, 2012)
A planta do café tem origem na África e migrou por todo o Oriente, este avanço foi identificado a partir da percepção de que este produto era de mercado. Segundo a obra “História do Café”, de Ana Luiza Martins, percebe-se que desde o início como produto de mercado, do qual o primeiro foi a península arábica, nos idos do século XIV. Popularizou-se na Turquia, no século XVI, em estabelecimentos comerciais com o nome de “Café”. Difundiu-se na Europa, sendo distribuído a partir de Veneza, já no século XVII, em que pese a oposição ideológica da igreja católica, identificando o café como bebida advinda dos pagãos muçulmanos, e da disputa de mercado com os vinhos e a partir da sua consolidação, houve sua dispersão pelo mundo (MARTINS, 2008).
A cultura chegou ao Brasil no século XVIII e o país se tornou o produtor dominante na década de 1840. Segundo o historiador Boris Fausto, em seu livro “Uma História Concisa do Brasil”, o primeiro arbusto de café no Brasil foi plantado por Francisco de Melo Palheta no estado do Pará em 1727 (FURTADO, 2005).
Cerca de 1/3 de todo o café do mundo vem do Brasil, o que torna o nosso país, de longe, o maior produtor e exportador de café mundial. O país tem ocupado essa posição nos últimos 150 anos. As plantações de café, que cobrem cerca de 10 mil quilômetros quadrados, estão localizadas principalmente nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo, no Sudeste e ao Sul, no Paraná, onde o ambiente e o clima oferecem condições ideais de crescimento.
A indústria cafeeira desempenhou um papel relevante na economia brasileira. Em razão do fim do ciclo do ouro, a comercialização do café ganhou destaque no cenário mineiro, visto que o café era um dos produtos primários mais comercializados no mundo, atrás apenas do petróleo. Isto implica dizer que a indústria cafeeira representava naquele momento a movimentação e aquecimento da economia, pois a importação, comercialização e transporte do
café proporcionou um número maior de empregos e, consequentemente, renda para a população (SINDICAFÉ, 2004).
O Brasil é o maior exportador, com cerca de 30% do total exportado. Vietnã e Colômbia são também grandes exportadores com 22 e 11% da exportação total mundial, respectivamente. Em torno de 155 milhões de sacas de 60 Kg de café são produzidos anualmente em aproximadamente 10,5 milhões de hectares de mais de 50 países. A maioria – em torno de 63% do total mundial
– é produzida na América Central e do Sul. Do restante, 30% são produzidos na Ásia e 7% na África. Em torno de 63% do café produzido é “Arábica”. Na Ásia, o café “Robusta” é o produzido. O maior produtor e exportador mundial de café verde é o Brasil, com cerca de 50 milhões de sacas em 2,3 milhões de ha. Vietnã, campeão de produtividade, é o maior produtor e exportador de café Robusta com cerca de 28 milhões de sacas em 650 mil ha. Colômbia no Arábica produz cerca de 14,5 milhões de sacas em pouco mais de 930 mil ha. A Indonésia destaca-se pela produção de aproximadamente 11 milhões de sacas em uma área de quase 1,23 milhões de ha.
Produção mundial de café por área:
Ano da colheita | 2015/16 | 2016/17 | Área | |
Brasil | (A/R) | 50.376 | 53.000 | 2.210.000 |
Vietnã | (R/A) | 28.737 | 25.500 | 650.000 |
Colômbia | (A) | 14.009 | 14.500 | 950.000 |
Indonésia | (R/A) | 12.317 | 11.000 | 1.230.000 |
Etiópia | (A) | 6.714 | 6.600 | 560.000 |
Índia | (R/A) | 5.800 | 5.333 | 380.000 |
Honduras | (A) | 5.766 | 5.934 | 325.000 |
Uganda | (R/A) | 3.650 | 3.800 | 353.000 |
Guatemala | (A/R) | 3.420 | 3.500 | 305.000 |
Peru | (A) | 3.301 | 3.800 | 370.000 |
México | (A) | 2.800 | 3.100 | 727.000 |
Nicarágua | (A) | 2.137 | 2.100 | 126.000 |
Côte d'Ivoire | (R) | 1.893 | 2.000 | 880.000 |
Costa Rica | (A) | 1.634 | 1.486 | 94.000 |
Tanzânia | (A/R) | 930 | 800 | 215.000 |
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