Erosão Costeira

Erosão Costeira

1. INTRODUÇÃO:

As linhas de costa no mundo sofreram e continuam a sofrer processos de erosão marinha, em grande parte resultante de conflitos entre ações naturais e atividades antrópicas. A erosão costeira é um problema que vem sendo observado em diferentes costas do mundo, considerando-se atualmente um fenômeno global. No Brasil há centenas de praias onde o processo é bastante severo, requerendo medidas de recuperação ou contenção. Contudo, embora o tema seja bastante abordado nas instituições de pesquisa em Geociências de todo o país, as políticas de planejamento e ordenamento territorial, em especial aquelas na esfera da gestão costeira, pouco têm incorporado os conhecimentos adquiridos, resultando muitas vezes no desperdício de recursos financeiros públicos com a implantação de obras de engenharia costeira que acabam acelerando ainda mais o processo.

2. DEFINIÇÃO:

A erosão costeira é um processo natural que afeta grande parte das praias do mundo e, basicamente, ocorre quando a taxa de remoção de sedimentos é maior do que a de deposição. Inúmeros são os fatores que causam este desequilíbrio entre “o que chega” e “o que sai”, tais como tempestades, elevação do nível relativo do mar, falta de fonte de sedimentos, correntes paralelas à costa, entre outros. Uma vez que o sistema praia-oceano não se pode considerar em situação de equilíbrio porque as praias não se qualificam como sistemas fechados, sendo a areia constantemente transportada naquele sistema. O resultado desse desequilíbrio é a migração da linha de costa em direção ao continente, e um terreno que, por exemplo, hoje está longe da praia pode, no futuro, ser a praia. Apesar de ser um fenômeno natural, a erosão pode ser considerada como problema a partir do momento em que causa perdas e danos a propriedades e construções, sejam elas públicas ou privadas. A erosão costeira, apesar de estar associada a um fenômeno essencialmente natural, é acelerada devido a acontecimentos resultantes da intervenção humana.

É importante esclarecer que o fenômeno da erosão não implica em destruição da praia arenosa, como o termo à primeira vista parece sugerir. A posição da praia simplesmente recua continente adentro durante este processo. O desaparecimento da praia arenosa, usada para fins recreativos, ocorre quando o homem interfere no processo de recuo da linha de costa, tentando estabilizar a posição da linha de costa através de obras de engenharia.

3. CAUSAS:

• Causas Antrópicas:

Das causas antrópicas podemos citar: Urbanização da orla, implantação de estruturas rígidas ou flexíveis (paralelas ou transversais), armadilhas de sedimentos associadas à implantação de estruturas artificiais, retirada de areia de praia, extração de areias fluviais e dragagens em canais de maré e na plataforma continental, conversão de terrenos naturais em urbanizados, e balanço sedimentar negativo por intervenções antrópicas.

• Causas Naturais:

Das causas naturais podemos citar: Dinâmica de circulação costeira, morfodinâmica da praia, aporte de sedimentos naturalmente ineficiente, presença de irregularidades na linha de costa, presença de amplas zonas de transporte ou trânsito de sedimentos, armadilhas de sedimentos, fenômenos climáticos-meteorológicos anômalos, elevações do nível relativo do mar de curto período ou longo período, evolução quaternária das planícies costeiras, balanço sedimentar atual negativo por processos naturais individuais ou combinados, e fatores tectônicos.

Dentre as diversas causas da erosão costeira, a principal é a subida de nível do mar. Essas variações fazem parte das transformações da terra, contudo, algumas delas são provocadas por modificações climáticas estimuladas pelo homem. Esta é, sem dúvida, a principal causa, uma vez que o aquecimento global provocado pelo homem desde a revolução industrial tem gerado uma expansão térmica do oceano e a fusão de massas de gelo.

4. CONSEQUÊNCIAS:

A erosão costeira possui além de muitas causas muitas consequências dentre as quais:

• Perda de recursos pesqueiros;

• Ocorre a desvalorização imobiliária próxima à região em vias de erosão ou erodida;

• Gastos altíssimos para os cofres públicos na recuperação das praias afetadas, incluindo propriedades particulares e públicas, quiosques, estruturas de saneamento, etc...

• Alteração das atividades sociais locais, ligadas ao lazer, bem como as econômicas, devido ao prejuízo das atividades turísticas;

• Aumento da erosão em planícies de manguezais e maré e possível alteração da circulação do estuário;

• Soterramento e possível colapso de sistemas de esgoto e sanitário;

• Danificação de estruturas artificiais situadas na linha de costa;

• Recuo da linha de costa bem como redução das dimensões da praia (em largura)

• Tendência de migração para regiões mais interiores dos municípios e afastamento da costa;

• Comprometimento do valor paisagístico e do potencial turístico do local;

• Desaparecimento gradual da zona de pós-praia e possivelmente da praia em si;

• Prejuízo da balneabilidade em decorrência da maior presença de sedimentos que causarão poluição e contaminação das águas.

5. METODOLOGIAS DE QUANTIFICAÇÃO DA EROSÃO COSTEIRA

Podemos notar a erosão pelo estreitamento das praias, transformação de praias de areia em praias de calhau (por migração das areias), recuo das arribas, construções humanas destruídas, e pela inutilização de campos de cultivo inundados pela água do mar.

Os métodos mais utilizados na análise do fenômeno de erosão costeira são:

• Uso de tecnologias de geoinformação:

Consiste na aquisição, processamento, interpretação e análise de dados topográficos com o auxilio de GPS, cartografia digital; tecnologias de SIG (Sistema de Informações Geográficas que permite