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Fichamento

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Por:   •  26/7/2014  •  896 Palavras (4 Páginas)  •  3.395 Visualizações

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O autor Wanderley Messias da Costa (1992) traz em seu livro Geografia Política e Geopolítica: Discursos sobre o Território, uma obra que é referência para a compreensão da evolução sofrida pela a Geografia Política e Geopolítica desde o seu período clássico, fundamentado no conjunto da obra de Friedrich Ratzel, até os dias de hoje, impondo por sua atualidade e pelo auxílio que proporciona à compreensão das transformações territoriais a que vem sendo submetida à política desde o século XIX. No seu capítulo intitulado: A Geografia Política Clássica, o autor traz como referência as ideias do alemão Friedrich Ratzel e tendo como base do mesmo o surgimento e sistematização desse ramo da Geografia, principalmente com sua obra: Geografia Política, de 1897 e ao mesmo tempo do geógrafo francês Camile Vallaux, com sua obra: O Solo e o Estado, de 1910. Estes contribuíram com estudos e reflexões que formularam pioneiramente conceitos e teorias fundamentais que marcaram esse conhecimento na Geografia.

Em Ratzel, é notório a exposição feita pelo autor dos principais problemas que marcaram Ratzel e a maioria dos intelectuais alemães. Um dos problemas foi à unificação mal concluída da Alemanha, fragmentando-a tanto socialmente, quanto político-territorial, tendo outro problema que foi a dos povos alemães fora da Alemanha.

É elaborada também por Ratzel a ideia de organismo, para o qual o solo condiciona as formas elementares e complexas de vida, ou seja, o Estado tende a se comportar como os seres vivos, nascendo, crescendo, estabelecendo relações etc. Pois para Ratzel, a força do Estado estava intimamente ligada ao espaço, na sua forma, extensão, relevo, clima e disponibilidade de recursos naturais, à sua posição, relações sociais estabelecidas entre o Estado e o seu meio circulante no âmbito nacional e internacional e, por último, ao sentido do povo, que representava a força desse determinado povo em relação a outro.

É analisada também por Wanderley (1992) toda a contribuição do geógrafo francês Camile Vallaux, considerado o primeiro grande crítico de Ratzel, estabelecendo certo diálogo entre os dois autores. Camille Vallaux apresenta a sua concepção dos problemas, mas sempre a partir da teoria e do método ratzeliano, sendo que o mesmo critica as teorias sociológicas sobre o Estado, principalmente a de que o Estado, por exemplo, seria um organismo biológico, mas cita que de todo modo foi importante pela introdução do papel do meio nas teorias do Estado. Vallaux rompe com uma das mais fortes noções da geografia tradicional, que é o antigo mito da unidade sociedade-natureza, ficando claro, que a partir das colocações do autor sobre as contribuições dos dois geógrafos, que há, muito além de um embate de ideias, um confronto entre as escolas alemãs e francesas, interessadas então na hegemonia da produção acadêmica e na veiculação dos seus próprios conteúdos ideológicos.

No texto: O Discurso Geopolítico, Wanderley Messias da Costa (1992) analisa o chamado discurso geopolítico aplicado às relações internacionais, abordando também que o termo Geopolítica foi usado, pela primeira vez, pelo geógrafo suíço Rudolph Kjéllen, tendo como suas principais obras: As grandes potências, em 1905, e em 1916, O Estado como forma de vida, sendo o fundador da “geografia política da guerra”. Como suas teses eram inspiradas nas ideias de Ratzel, Kjéllen se preocupou em estabelecer as diferenças entre as duas formas de conhecimento. Essas diferenças estariam baseadas, principalmente, na forma de abordagem.

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