Geomorfologia Estrutural
Por: Cfjr • 26/3/2019 • Resenha • 1.010 Palavras (5 Páginas) • 208 Visualizações
A geomorfologia estrutural, estuda a relação da formação do solo, suas formas e os aspectos geológicos que caracterizam as áreas pesquisadas. Com os estudos das formas de relevo e suas características, é possível identificar áreas, com riscos para a habitação humana, assim como regiões com riscos de deslizamentos, queda de blocos, enchentes, etc. assim, é possível definir lugares de riscos e a frequência em que acidentes naturais podem ocorrer. As atividades antrópicas, provocam alteração nos processos naturais geomorfológicos. Algumas dessas atividades que estão ligados de maneiro direta são as construções, aragem da terra, revolvimento do solo, moldagem, terraciamento, escavações, como cortes em encostas, mineração, abertura de crateras, inundações, represamento, dragagem, construções de canais, etc. de forma indireta os processos antrópicos resultam em: aceleração da erosão e sedimentação, provocado pela remoção da cobertura vegetal, agricultura, obras de engenharia civil, como estradas e todas as construções urbanas. Subsidência, provocado por atividades de minerações, retirada de água subterrânea. Colapsos em encostas provocados por deslizamento, fluxo e rastejamento acelerado devido a carga de material.
Conforme os impactos mencionados acima, a geomorfologia é de suma importância, para aplicação de projetos na área ambiental, forma de uso de solo, ocupação urbana e rural, pesquisa para desenvolvimento de produtos renováveis e não renováveis. Assim, o conhecimento geomorfológico é de grande importância para o planejamento relacionado a expansão ocupacional.
Apesar da importância do profissional geomorfológico para o planejamento na esfera governamental, não ocorreu de maneira natural e espontânea. Na Inglaterra, estudos realizados na década de 80 através de uma pesquisa que apontavam a identificação e distribuição geográfica, causas e mecanismos de deslizamentos, este projeto foi apontado como revolucionário, no entanto, não contou com um profissional geomorfológico.
No Brasil, o aproveitamento de geógrafos em estudos para tomadas de decisões é pratica comum. Nas grandes cidades a pratica de decisões é predominantemente exercida por arquitetos, engenheiros civis e geólogos, nos projetos relacionados ao uso e ocupação de solo em terras urbanas. A falta de estudos geomorfológicos no setor público, por diversas vezes é responsável por perdas de materiais e equipamentos infra estruturais, devido a falta de uma visão biomorfoclimática, que está inserido na formação da geomorfologia.
A evolução histórica do processo de ocupação do território brasileiro mostra que a terra sempre foi utilizada de forma intensiva, com propósitos imediatistas, até o limite. A exploração de cana de açúcar na área litorânea e na zona da mata nordestina no século XVI, ou a exploração de ouro em minas gerais no século XVIII, são exemplos de processo intensivo de exploração do solo e de uma postura de capitalismo primitivo. Limitando o período da exploração, já que a renovação dos recursos naturais está associada com o tempo geológico.
As atividades agrícolas, tem seu inicio relacionado com a retirada da cobertura vegetal nativa, e posteriormente, alterando o processo interativo entre vegetação e solos. Mesmo essas atividades, substituindo a vegetação por outra que visa a produtividade para fins comerciais, normalmente, não são acompanhadas de um projeto de maneja do solo, ou politica conservacionista do sistema terra-água. Que está diretamente afetado pelas praticas agrícolas, elevando os riscos de impactos ambientais e degradação do solo.
O diagnóstico de aspectos biomorfoclimáticos, realizados por um geomorfólogo, leva a uma considerável redução de possíveis impactos ambientais e realizando o mapeamento de áreas de riscos morfogenéticos, um instrumento necessário para a aplicação de técnicas de contenção de erosões e movimentação de massas.
Para a ocupação de novas áreas para a agricultura, precisamos entender a ocorrência de setores morfotopográficos favoráveis, normalmente áreas de planícies e encostas suaves, de fácil manejo e de menor custo de manutenção, e de melhor aproveitamento. Apesar das limitações impostas a certos manejos agropecuários, com restrições impostas pela fisiografia, as áreas de vertentes são consideradas como recursos indispensáveis ao acúmulo de capital, ou como reserva de valor, que resulta em prováveis processos de desequilíbrios ambientais.
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