MOBILIDADE E MOBILIZAÇÃO: PROJETO DE REDE CICLOVIARIO DO MUNICÍPIO DE LONDRINA/PR
Por: Deyse Delamura • 17/9/2017 • Monografia • 17.436 Palavras (70 Páginas) • 554 Visualizações
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I 12
1. MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE URBNA: CONCEITOS E CONSENSOS 12
1.1 DESAFIOS DA MOBILIDADE URBANA 14
1.2 A HEGEMONIA DO TRANSPORTE INDIVIDUAL COMO MODAL DE DESLOCAMENTO 17
1.3 TRANSPORTE COLETIVO COMO MERO COADJUVANTE NO ESPAÇO URBANO 19
1.4 DESCASO AOS ESPAÇOS DEDICADOS PARA TRÁFEGO DE PEDESTRES E TRANSPORTES NÃO MOTORIZADOS 21
CAPÍTULO II 26
2. A BICICLETA COMO MODAL ALTERNATIVO 26
2.1 O PLANEJAMENTO PARA BICICLETA 32
2.1.1 ESPAÇOS CICLOVIÁRIOS 35
2.1.2 ESPAÇOS COMPARTILHADOS 36
2.1.3 CICLOFAIXAS 37
2.1.4. CICLOVIAS 38
2.1.5 SINALIZAÇÃO DO ESPAÇO CICLOVIÁRIO 39
CAPÍTULO III 42
3. CONHECENDO O MUNICIPIO DE LONDRINA 42
3.1 PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE LONDRINA 48
3.4 ANÁLISE DE PROJETO DE CICLOVIA PARA A CIDADE DE LONDRINA 50
CONSIDERAÇÕES FINAIS 61
REFERENCIAS 63
ANEXOS Erro! Indicador não definido.
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos tem se ampliado a discussão a respeito da necessidade do uso de distintos modais para o transporte dos habitantes que vivem nas cidades, em especial, nas de grande porte.
Além das várias notícias veiculadas com frequência pelos meios de comunicação, têm sido relevantes as discussões acadêmicas e governamentais relativas ao tema, tais como a organização de congressos, simpósios, periódicos especializados, dentre outros, que buscam vislumbrar soluções para os problemas de transporte que afetam o cotidiano de muitas pessoas.
Assim, na perspectiva latino-americana, por exemplo, a ampliação crescente dos congestionamentos, a poluição gerada por veículos automotores, a quantidade representativa de acidentes e mortes no trânsito, a baixa qualidade e o elevado custo do sistema de transporte coletivo, bem como a inexistência de recursos para a inserção de outros modais de transporte de massa, são alguns dos problemas que afetam as cidades e que incitam a discussão sobre a necessidade de se buscar alternativas viáveis de mobilidade.
Nesse contexto, vem se destacando o aumento do consenso em torno do uso da bicicleta como um modal importante em espaços urbanos. A bicicleta passa a ser concebida como um meio de transporte alternativo ao existente, viável para pequenas e médias distâncias e quando integrada a outros modais, permite atingir vários destinos. Além da redução do custo financeiro nos deslocamentos diários, favorece a saúde da coletividade e a integração dos citadinos ao ambiente urbano. Como exemplos representativos de tal prática, têm-se os de alguns países europeus, tais como a França, Alemanha e Holanda, nos quais o uso desse meio de transporte é fomentado através da criação de infraestrutura viária adequada, incentivos ao seu uso, integração com outros modais, existência de espaços apropriados para o seu acondicionamento, etc.
Em tais países, contrariamente às realidades estadunidense e de muitas cidades latino-americanas, os espaços urbanos e seu entorno são organizados tendo como premissa o uso de modais alternativos ao automóvel, destacando-se as bicicletas, os trens, os metrôs, os bondes e os ônibus. Nessa concepção, o automóvel é concebido como a última opção de transporte cotidiano. Pautada nessa realidade e na crescente necessidade de se pensar em outras alternativas de transporte, parte da sociedade das cidades localizadas em países não desenvolvidos, como as cidades brasileiras, nas quais se ampliam os problemas descritos anteriormente, tem se mobilizado para inserir a bicicleta na agenda das discussões governamentais sobre políticas públicas para o transporte e a mobilidade.
Pretendendo planejar o sistema cicloviário de Londrina, o IPPUL realizou no ano de 2006 um conjunto de 1000 entrevistas para análise da circulação do transporte não motorizado por bicicleta, enfocando as vias com elevada circulação de tráfego e as maiores empresas do município. Todas as pesquisas contavam com o preenchimento das regiões de origem e destino das viagens, dando oportunidade aos entrevistados sugerirem as vias necessárias para as ciclovias e para a localização dos bicicletários ou paraciclos. As entrevistas realizadas com pedestres, com usuários de ônibus e com usuários de veículos particulares coletaram informações sobre a possível utilização de bicicleta em seus deslocamentos rotineiros, identificando os desejos de viagens da demanda reprimida por este tipo de transporte, tanto para o percurso total quanto para parte dos deslocamentos. (IPPUL, 2014)
Nova pesquisa com ciclistas foi realizada pela Diretoria de Trânsito e Sistema Viário do IPPUL ao longo do ano de 2013, ampliando a coleta de dados que antes estava restrita aos deslocamentos motivados pelo trabalho.
Os espaços de discussão e reflexão proporcionados pelas pesquisas foram inúmeros, sendo que foram, inclusive, utilizados pela Prefeitura Municipal de Londrina para anunciar os projetos e investimentos da administração municipal para o incentivo da bicicleta na cidade. Assim como realizado em 2006, os dados da pesquisa de 2013 nortearam a equipe técnica do IPPUL na elaboração de uma ampla proposta de rede cicloviária para Londrina.
Dentre os vários projetos implementados ou que estão em desenvolvimento para implantação, encontram-se aqueles vinculados à Proposta de Rede Cicloviária de Londrina, lançado em 2014, destacando-se dentre as ações, a ampliação da malha viária cicloviária atual de 33,75 quilômetros para 318,8 quilômetros, a instalação de bicicletários junto aos terminais de ônibus da cidade, visando a integração de modais, e a instalação de vias calmas com circulação compartilhada entre automóveis e ciclistas. Essas ações têm como objetivo inserir a bicicleta como um modal efetivo de transporte na cidade de Londrina (PREFEITURA MUNICIPAL DE Londrina, 2014).
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