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Meio Ambiente E Praticas Educativas

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Por:   •  9/4/2014  •  5.228 Palavras (21 Páginas)  •  625 Visualizações

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MEIO AMBIENTE E PRÁTICAS EDUCATIVAS

A reflexão sobre as práticas sociais, em um contexto marcado pela degradação permanente do meio ambiente e do seu ecossistema, envolve uma necessária. Articulação com a produção de sentidos sobre a educação ambiental. A dimensãoambiental configura-se crescentemente como uma questão que envolveum conjunto de atores do universo educativo, potencializando o engajamentodos diversos sistemas de conhecimento, a capacitação de profissionais e a comunidadeuniversitária numa perspectiva interdisciplinar. Nesse sentido, a produçãode conhecimento deve necessariamente contemplar as inter-relações do meionatural com o social, incluindo a análise dos determinantes do processo, o papeldos diversos atores envolvidos e as formas de organização social que aumentam opoder das ações alternativas de um novo desenvolvimento, numa perspectivaque priorize novo perfil de desenvolvimento, com ênfase na sustentabilidadesocioambiental.Tomando-se como referência o fato de a maior parte da população brasileiraviver em cidades, observa-se uma crescente degradação das condições de vida,refletindo uma crise ambiental. Isto nos remete a uma necessária reflexão sobre osdesafios para mudar as formas de pensar e agir em torno da questão ambientalnuma perspectiva contemporânea. Leff (2001) fala sobre a impossibilidade de resolveros crescentes e complexos problemasambientais e reverter suas causas semque ocorra uma mudança radical nos sistemas de conhecimento, dos valores e doscomportamentos gerados pela dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspectoeconômico do desenvolvimento.A partir da Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental realizadaem Tsibilisi (EUA), em 1977, inicia-se um amplo processo em nível globalorientado para criar as condições que formem uma nova consciência sobre o valorda natureza e para reorientar a produção de conhecimento baseada nos métodosda interdisciplinaridade e nos princípios da complexidade. Esse campo educativotem sido fertilizadotransversalmente, e isso tem possibilitado a realização de experiênciasconcretas de educação ambiental de forma criativa e inovadora por diversossegmentos da população e em diversos níveis de formação. O documento daConferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade, Educação e ConsciênciaPública para a Sustentabilidade, realizada em Tessalônica (Grécia), chama aatenção para a necessidade de se articularem ações de educação ambiental baseadasnos conceitos de ética e sustentabilidade, identidade cultural e diversidade,mobilização e participação e práticas interdisciplinares (Sorrentino, 1998).

A necessidade de abordar o tema da complexidade ambiental decorre dapercepção sobre o incipiente processo de reflexão acerca das práticas existentes edas múltiplas possibilidades de, ao pensar a realidade de modo complexo, defini-lacomo uma nova racionalidade e um espaço onde se articulam natureza, técnica ecultura. Refletir sobre a complexidade ambiental abre uma estimulante oportunidadepara compreender a gestação de novos atores sociais que se mobilizam para aapropriação da natureza, para um processo educativo articulado e compromissadocom a sustentabilidade e a participação, apoiado numa lógica que privilegia o diálogoe a interdependência de diferentes áreas de saber. Mas também questiona valorese premissas que norteiam as práticas sociais prevalecentes, implicando mudançana forma de pensar e transformação no conhecimento e nas práticas educativas.A realidade atual exige uma reflexão cada vez menos linear, e isto se produzna inter-relação dos saberes e das práticas coletivas que criam identidades e valorescomuns e ações solidárias diante daeapropriação da natureza, numa perspectivaque privilegia o diálogo entre saberes.A preocupação com o desenvolvimento sustentável representa a possibilidadede garantir mudanças sociopolíticas que não comprometam os sistemas ecológicose sociais que sustentam as comunidades.A complexidade desse processo de transformação de um planeta, não apenascrescentemente ameaçado, mas também diretamente afetado pelos riscossocioambientais e seus danos, é cada vez mais notória. A concepção “sociedade derisco”, de Beck (1992), amplia a compreensão de um cenário marcado por novalógica de distribuição dos riscos.Os grandes acidentes envolvendo usinas nucleares e contaminações tóxicasde grandes proporções, como os casos de Three-Mile Island, nos EUA, em 1979,Love Canal no Alasca, Bhopal, na Índia, em 1984 e Chernobyl, na época, UniãoSoviética, em 1986, estimularam o debate público e científico sobre a questão dosriscos nas sociedades contemporâneas. Inicia-se uma mudança de escala na análisedos problemas ambientais, tornados mais frequentes, os quais pela sua próprianatureza tornam-se mais difíceis de serem previstos e assimilados como parte darealidade global.Ulrich Beck identifica a sociedade de risco com uma segunda modernidadeou modernidade reflexiva, que emerge com a globalização, a individualização, arevolução de gênero, o subemprego e a difusão dos riscos globais. Os riscos atuaiscaracterizam-se por ter consequências, em geral de alta gravidade, desconhecidas alongo prazo e que não podem ser avaliadas com precisão, como é o caso dos riscosecológicos, químicos, nucleares e genéticos.O tema da sustentabilidade confronta-se com o paradigma da “sociedade derisco”. Isso implica a necessidade de se multiplicarem as práticas sociais baseadas nofortalecimento do direito ao acesso à informação e à educação ambiental em umaperspectiva integradora. E também demanda aumentar o poder das iniciativas baseadasna premissa de que um maior acesso à informação e transparência naadministração dos problemas ambientais urbanos pode implicar a reorganização dopoder e da autoridade.

Existe, portanto, a necessidade de incrementar os meios de informação e oacesso a eles, bem como o papel indutivo do poder público nos conteúdos educacionais,como caminhos possíveis para alterar o quadro atual de degradaçãosocioambiental. Trata-se de promover o crescimento da consciência ambiental,expandindo a possibilidade de a população participar em um nível mais alto noprocesso decisório, como uma forma de fortalecer sua corresponsabilidade na fiscalizaçãoe no controle dos agentes de degradação ambiental.

Há uma demanda atual para que a sociedade esteja mais motivada e mobilizadapara assumir um papel mais propositivo, bem como seja capaz de questionar,de forma concreta, a falta de iniciativa do governo na implantação de políticasditadas pelo binômio da sustentabilidade e do desenvolvimento num contexto decrescente dificuldade na promoção da inclusão social.

Nessa direção, a problemática ambiental constitui um tema muito

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