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O “CC” e a patologização do natural: higiene, publicidade e modernização no Brasil do pós-Segunda Guerra Mundial

Por:   •  29/11/2019  •  Resenha  •  948 Palavras (4 Páginas)  •  222 Visualizações

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FICHEMANTO:

O “CC” e a patologização do natural: higiene, publicidade e modernização no Brasil do pós-Segunda Guerra Mundial

Por volta das décadas de 40 e 60 do século XX acelerou-se no Brasil o processo industrial e consequentemente potencializou a urbanização e o consumo das mercadorias impulsionados pelo avanço das publicidades que a todo instante instigava a população a consumir por meio da divulgação de ações publicitárias que traziam a ideia de modernidade e progresso, encantando a classe média brasileira que logo passaram a aderir as campanhas midiáticas e adotar o padrão consumista de vida.

A publicidade buscava atrair o consumidor a investir na vida pessoal por meio da utilização de produtos que poderiam promover a manutenção da saúde e do bem-estar da família, e ao mesmo tempo, os anúncios proporcionava um aumento grandioso na lucratividade das empresas que alegavam contribuir com o crescimento da economia do país.

O consumo levou a ideia de uma vida mais higiênica, mais saudável, isso potencializou os investimentos em produtos relacionados como sabonetes, lenços de papel, que trouxe na sua lógica de uso não poder guardar na bolsa o resfriado e por isso deveria utiliza-lo e descarta-lo, evitando assim, a proliferação dos germes e bactérias. Utilizar o lenço de papel representava o moderno, a praticidade que trazia benefícios a saúde, já a utilização do lenço de pano trazia o pensamento de atraso e doença.

A aquisição e consumo de novos produtos proporcionaram mudanças nos hábitos que passou a promover a substituição dos utensílios domésticos por industriais. Nesse contexto, até o cheiro do corpo foi alvo das ações publicitárias que passaram disseminar a ideia que algo até então considerado normal já não era agradável, e que deveria ser combatida a partir da utilização de produtos. Pós Segunda-Guerra Mundial, no Brasil, as publicidades passaram a acelerar suas ações vinculando ferozmente em revistas semanais e nos diversos meios de comunicação que passaram a informar que a beleza estava ao alcance de todos que consumissem os produtos e praticassem exercícios físicos.

A solução encontrada pela indústria para minimizar os odores corporais foi oferecer aos consumidores sabonetes, que eliminam a sensação natural do cheiro do corpo que se torna repugnante e passam a aderir ao aroma industrializado e agradável. Além do sabonete, foram elaborados outros produtos para combater o cheiro natural do corpo, como enxaguatórios bucais e pastas de dente. Qualquer problema referente a manutenção da saúde e do corpo saudável a publicidade estava disposta a oferecer.

A partir do final da Segunda Guerra Mundial, no Brasil as agências de publicidades passam a investir em profissionais da área que trabalhavam em agências publicitárias estadunidenses instaladas no país desde o final da década de 30 do século XX, que promoviam a valorização dos novos produtos como uma maneira de adquirir benefícios a longo prazo. Esse novo pensamento consumista implantado, traz a ideia que se a pessoa não consome ela é considerada pobre e consequentemente mal vista pelos grupos sociais de maior poder aquisitivo.

Cabe destacar que até o século XIX era normal exalar o cheiro do corpo, a partir de meados do século XX essa conduta passou a ser considerada falta de higiene e de atraso. No Brasil, a utilização de produtos para o corpo passou a ser motivos de gozação, pois os compradores eram alegados pelos amigos como maus cheirosos, dessa forma, para combater essa pequena rejeição, a publicidade passou a adotar novas abordagens alegando que os consumidores ficariam mais cheirosos. Para fomentar a aceitação das mercadorias famosas atrizes de Hollywood participavam dos anúncios, mas pessoas anônimas também participavam das ações publicitárias, pois transmitiam a imagens de donas de casas saudáveis e felizes.

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