PUBLICIDADE NO BRASIL: DE 1808 A 1999

PUBLICIDADE NO BRASIL: DE 1808 A 1999

A Publicidade inicia-se no Brasil por volta de 1808, onde a industrialização dos países Europeus e nos Estados Unidos. Apesar de o Brasil ser um país essencialmente agrícola, empresas estrangeiras já o visavam a fim de expandir seus negócios. Neste mesmo ano surge o jornal, A gazeta do Rio tendo um anuncio de imóveis como fundador do caderno de classificados. O meio foi popularizado e logo recebeu propagandas de aluguel, compra, venda de imóveis, avisos de procura de escravos fugitivos ou vendidos e carruagens.

Em 1900 aparecem as revistas com foco em crônicas sociais contendo anúncios de página inteira. Nessa linha encontram-se: Macho, Careta, Fon-Fon, Cri-Cri e outras e as ilustrações ganham sofisticações com grande frequência.

Estabelece em 1913 a primeira agência de Publicidade Castaldi & Bennaton – nomeada depois A Eclética e os primeiros anunciantes são as lojas de varejo, pnes, Dunlop, Kodak, as maquinas de escrever Underwood e a Colgate. O apelo pela propaganda criativa e aprimorada é intenso e a importação de produtos também estava em alta fazendo assim com que uma cultura americanizada e europeia predominasse nas peças publicitárias afastando assim a essência da cultura brasileira.

Segundo Marcondes, “a propaganda incorpora os avanços e as conquistas da sociedade, e os coloca a serviço da comunicação comercial. A evolução das técnicas e dos recursos da fotografia produz um impacto enorme na sociedade. O jornalismo incorpora rapidamente esses avanços e, em pouquíssimo tempo, tem sua própria forma de abordagem fotográfica, o fotojornalismo.” (MARCONDES, Pyr. Uma história da Propaganda Brasileira. Pg.24)

Os publicitários da época eram poetas, escritores e pintores que faziam serviços paralelos a seus autorais.

Em 1918 há um grande número de agências de Publicidade em São Paulo e Rio de Janeiro e os maiores anunciantes eram Farinha Láctea Nestlé, Extract Vision de Fleurs da Colgate-Palmolive, a Colgate Baby Talc Powder e a Bayer.

O Slogan da farmacêutica alemã Bayer – Se é Bayer é bom -, fora criado no Brasil e utilizado mundialmente.

Em 20 o Brasil ganha o rádio como novo meio de comunicação, porém de forma experimental. Há um grande destaque para cartazes de rua. Neste período surge a revista O Cruzeira, que se tornou um fenômeno de época e anunciava novos produtos para uma população que estava engajada a pertencer a sociedade de consumo.

Ainda neste período algumas agências seguiram seus clientes, numa tentativa de expansão de negócios. É então que se estabelece no Rio de Janeiro a agência Ayer e Son de Nova York.

Em 30 o rádio vira sensação e isso abre o leque para práticas publicitárias já populares nos Estados Unidos. A partir daí uma nova forma de comunicar acontecia e também de vender, pois as propagandas teriam voz e música. Spots, Jingles e programas associados a marcas surgem como provas disso e o repórter Esso transforma os marcos desta época.

Os produtos farmacêuticos ainda são os maiores anunciantes.

Na carreira publicitária é aberto espaço para profissionais brasileiros que se unem aos atuantes americanos da área.

Em 1938 a agência Mc Cann- Eickson instala uma filial no Brasil e atende as geladeiras Frigifaire da General Motors e mais tarde fica encarregada da publicidade dos caminhões e carros importados da empresa.

Há também as primeiras tentativas de disciplinas a ética da propaganda, com Conselho Nacional de Imprensa (CNI) e da Associação Brasileira de Propaganda (ABA)

Em 1943 A ABAP (Associação Brasileira de Agências de Propaganda) surge após um convênio entre as principais agências para a fixação de normas padrão para regulamentação da propaganda.

Em 1945 o Brasil tenta criar base para seu desenvolvimento, investindo principalmente em siderurgia, produção e refino de petróleo. O país ainda vivia um cenário agrícola, porém as Regiões Sul e Sudeste já apresentavam grande consumo de produtos industrializados. O comercio favorece a atividade publicitária. No início de 50, mais de 100 agências funcionavam no Brasil.

As revistas, jornais e radio ainda predominavam, porém na metade de 1950 é inaugurada em São Paulo a TV Tupi, primeira emissora de televisão brasileira que revolucionou a publicidade brasileira. As propagandas eram voltadas ao público feminino (que até então era o que mais tinha tempo para consumir este material).

Ainda neste tempo com o slogan “50 anos em 5” do presidente Juscelino Kubistckek, o mercado passa por um boom de concorrência e disposição de muitos produtos para o consumidor. Isso dá abertura para empresas estrangeiras