O DISCURSO DE ÓDIO E FASCISTA NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2018
Por: Artur Galvão • 14/12/2019 • Artigo • 1.993 Palavras (8 Páginas) • 240 Visualizações
O DISCURSO DE ÓDIO E FACISTA NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2018.
Artur Antonio Galvão Jeronimo.[1]
José Josean Silva.[2]
Maria de Fátima Cabral Teixeira[3]
Rodrigo Rodrigues N. Santos[4]
Wendel França da Silva
Este breve artigo busca apresentar um panorama informativo sobre os acontecimentos relevantes da eleição presidencial de 2018. E para compreendermos as causas de tais fatos se faz necessário voltarmos para o ano de 2014, onde Dilma Roulssef ainda era presidenta do Brasil pelo segundo mandato.
Após a vitória nas urnas de Dilma (PT) sobre o candidato Aécio Neves (PSDB), este não reconheceu o resultado das eleições e chegou a pedir recontagem dos votos, daí iniciou-se uma espécie de “sabotagem” contra o governo petista. Orquestrado por Aécio e Eduardo Cunha (PMDB) - deputado federal eleito presidente da Câmara dos Deputados. Cunha, como presidente da Câmara, colocava sempre em votação as chamadas “pautas bombas”- projetos de lei que aumentavam os gastos públicos e o rombo nas contas.
Explanado sobre a situação política do governo em 2015, trataremos agora sobre a economia deste momento. Em 2015 o mundo vivia uma séria crise econômica que afetou diversas potencias comerciais, e o Brasil não ficou fora dessa. Recessão, aumento no número de desempregados, falências de empresas e lojas, aumento da dívida pública foram algumas das mazelas que contribuíram para o péssimo segundo mandato de Dilma. Obviamente, decisões do governo foram determinantes para ínfima gestão – o que não tira a culpa dos erros, porém é necessário colocar na equação a questão política do momento, a crise econômica, e os erros.
Daí veio o impeachment. Para muitos foi “golpe”, para outros rito jurídico e constitucional previsto em lei. Acredito que houve um golpe constitucional, e tentarei explicar esse ponto. E o “crime” do qual Dilma foi acusada: pedalada fiscal. A mesma praticada nos governos FHC e Lula, porém não houve nenhuma abertura de processo de impeachment. E o motivo que levou a abertura do processo contra Dilma foi a chantagem de Eduardo Cunha, pois este respondia um processo na Comissão de Código de Ética da Câmara dos Deputados, e para não ter o mandato cassado ofereceu o arquivamento do impeachment pelo votos dos deputados do Partido dos Trabalhadores, que foi negado por Dilma, e então ocorreu o golpe. O vice da chapa – Michel Temer- assumiu, era do partido de Cunha e, também, um dos cabeças do golpe. Tempos depois Eduardo Cunha foi preso.
Temer assume a presidência pós-golpe, apoiado pelos partidos PSDB, DEM, PMDB, PP e partidos menos que compunham o chamado ‘Centrão”. Taxado desde o iniciou como golpista, foi um péssimo chefe do Poder Executivo. Impopular e com maior índice de rejeição pelos brasileiros[5], além de ter contra si duas denuncias de crimes de corrupção que foram arquivadas pelos deputados e senadores aliados da época, se resume assim sua nefasta passagem na presidência.
Eis que entre o fim de 2017 e inicio de 2018 surge uma figura inusitada, apresentando-se como: “diferente”, “anticorrupção”, “antipetista” e “defensor da família e dos valores cristãos”; esse era Jair Messias Bolsonaro (PSL-RJ). Junto com seu discurso raivoso contra o partido dos trabalhadores, ele destilava ódio, preconceito, machismo, e fascismo. Tudo que a extrema direita precisava era de alguém que expressasse esses sentimentos de ira guardados em cada pessoa. Cabe ressaltar algumas observações sobre o político Bolsonaro, ele passou 27 anos no Congresso Nacional como deputado federal pelo Rio de Janeiro; passou por diversos partidos pequenos e foi no Partido Progressista em que ficou mais tempo (alias, o PP é o partido que mais possui políticos citados em delações de corrupção na Operação Lava Jato[6]); Bolsonaro está no segundo casamento e já se pronunciou favorável a tortura, e também, admirador de Carlos Brilhante Ustra (um dos maiores torturados da Ditadura Civil Militar, 1964-1985).
Com um discurso pronto de frases feitas, tais como: “Bandido bom é bandido morto”, “O PT quebrou o país”, “Deus acima de tudo, Brasil acima de todos”, Bolsonaro expressava o que uma significativa parte da população queria ouvir. Sempre fazendo apologia ao uso de armas, e prometendo em campanha “liberar o porte de armas para todas pessoas, e discursando em tom violento contras grupos considerados minorias (gays, transexuais, indígenas, quilombolas, e outros)[7] [8].
Enquanto Bolsonaro fazia campanha fora de época, Lula respondia processo na Lava Jato sobre a acusação de ter recebido um apartamento e reforma do mesmo como propina por ter facilitado contratos para construtoras durante seu mandato presidencial.
O juiz deste processo é Sergio Moro. Jurista que saiu do anonimato para os holofotes das câmeras jornalísticas. Para alguns, Moro é um juiz parcial, para outros, imparcial. Contudo merece destacar que durante esse período em que foi o “centro das atenções”, Moro cometeu um grave crime ao grampear o telefone do gabinete da presidenta Dilma Rouseff e divulgado para os jornais [9]. Sergio Moro ficou muito conhecido e aclamado pela direita brasileira como um “herói da capa preta”, ao tomar a frente das investigações da Operação Lava-Jato e por indiciar Lula em processos do Triplex. Vale destacar que durante esse caloroso período das eleições, discutiu-se sobre o pagamento de auxílios-moradias a juízes brasileiros< pois muitos possuíam residência fixa nas localidades de trabalho e mesmo assim faziam uso imoral deste auxilio. Inclusive Sergio Moro, ou seja, um tanto imoral e antiético para um “herói”.
Retornando as pesquisas eleitorais, num cenário com Lula concorrendo, o mesmo liderava com folga as intenções de voto, seguido de Bolsonaro, Marina, Ciro Gomes, e Alckmin [10]. Com a decretação da prisão arbitraria de Lula pelo Juiz Sergio Moro[11], Bolsonaro liderava as pesquisas. O Partido dos Trabalhadores lutou até o fim para manter Lula na disputa eleitoral, recorrendo a diversas instâncias jurídicas superiores nacionais e internacionais, Fernando Haddad era o vice da chapa. O impasse da candidatura do PT persistiu até o momento final. Fernando Haddad (PT) foi escolhido para substituir Lula na cabeça de chapa junto com Manuela D’ávila (PCdoB). Ressalto uma critica ao PT e também a dita “esquerda progressista” (PDT, PSOL, PCdoB) que sem uma definição de um segundo plano para eleições sem Lula, entregou de bandeja a eleição presidencial para Jair Bolsonaro. Cogitou-se uma possível aliança de chapa entre Fernando Haddad e Ciro Gomes [12], apoiada pelos partidos PSOL (de Guilherme Boulos) e PCdoB (De Manuela D’ávila), mas por algum motivo não teve êxito. Talvez essa disputa a qualquer preço pelo poder entre os partidos ditos progressistas tenha pesado para a derrota.
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