O Garimpo em Terras Yanomani

1. INTRODUÇÃO

Ao longo da história, as atividades humanas têm representado papel determinante nas relações do homem com a natureza, sendo direcionadas para os mais variados aspectos dessas relações. Nesse contexto a atividade mineradora constitui uma das primeiras expressões, Através da manipulação de rochas e minerais para a produção de artefatos que facilitassem a vida em sociedade.

Desde o início de sua colonização até os dias atuais, o Brasil sofre reflexos de uma atividade extrativa, desordenada e de pouco controle tecnológico o que acaba sendo um aspecto negativo relacionado às atividades mineradoras no país.

Esse trabalho denuncia o garimpo ilegal e legal do ouro, abordando as técnicas de uniformização e os impactos da desarrumação socioambiental. Com foco no garimpo recorrente na Amazônia e a rota do ouro no Brasil e na sua exportação, abordaremos a problemática e os impactos causados principalmente em terras indígenas, a condição de vida e de trabalho dos garimpeiros e o destino do ouro.

1.  GARIMPO

O garimpo é a forma manual de exploração do solo que tem por finalidade a extração de minerais valiosos. O trabalho é realizado, na maioria das vezes, de forma ilegal e independente, apesar de ser uma atividade normalizada pelo Governo Federal. Apesar da massiva e ilegalidade e dos grandes impactos ambientais e á saúde do trabalhador, a atividade representa quase 4% do PIB nacional, cerca de R$70 milhões por ano.

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Com suas mangueiras que alcançam o fundo do rio, as dragas passam a noite buscando o ouro em meio a lodo, areia e pedras.

1.  RESERVAS INDÍGENAS

A mineração ilegal do ouro cresceu nitidamente nos últimos cinco anos na reserva Ianomâni, a maior reserva da américa latina que abriga mais de 26.700 pessoas e seu território equivale ao território de Portugal. Atualmente estimam-se que haja mais de 20.000 garimpeiros ilegais em suas terras, dizem que o número cresceu desde a eleição do presidente Jair Bolsonaro.

O MAAP, uma iniciativa da ONG Amazon Conservation, documentou em 2019 mais de 102 km2 de desmatamento ligado à mineração em três reservas Kayapó, Munduruku e Yanomami. Além de mostrar um aumento constante nas três áreas examinadas — incluindo um salto de mais de 100% entre 2018 e 2019 na Terra Indígena Munduruku, — a análise do MAAP também revelou uma tendência de crescimento.

Um estudo publicado pelo Jornal Internacional de Pesquisa Ambiental e Saúde Pública em 2018 descobriu que, em algumas vilas ianomâmis, 92% dos morados sofrem de contaminação por mercúrio, que pode danificar órgãos e causar problemas de desenvolvimento em crianças.

Atualmente a pandemia de coronavírus ameaça esses povos e o principal vetor são os garimpeiros que estão levando a doença até essas reservas.

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Aumento do garimpo na região do rio Fresco

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Índios Yanomami em um garimpo ilegal durante operação contra a mineração ilegal de ouro em terras indígenas, no coração da floresta amazônica.

1. O TRABALHADOR

O trabalhador que atua nessa atividade chama-se garimpeiro. Para a realização do trabalho necessita se utilizar metais pesados, como o mercúrio, e explosivos para abrir grutas e perfuração no solo. Operações mais sofisticadas usam canhões de água e barcos que sugam lama do fundo de rios.

Muitos desses trabalhadores acabam sofrendo com problemas respiratórios, neurológicos e intoxicações causadas pelos componentes químicos e por ficarem expostos a todos os tipos de condições do tempo e do meio.

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1.  O MERCADO

No ano de 2018, a extração legalizada de ouro no país atingiu a marca de 70 toneladas. No entanto, o mercado clandestino movimenta outras 20 toneladas, ou seja, mais de R$3 bilhões.

Com o aumento da demanda por ativos financeiros mais seguros, em um momento de crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19, o preço do ouro disparou nos mercados internacionais e nos quatro primeiros meses de 2020, o valor das exportações brasileiras cresceu 15%, com a remessa para fora do país de 29 toneladas de ouro.