O Retorno do Território

Resenha

O Retorno do Território

O texto “O retorno do Território” de Milton Santos, apresentado por Maria Adélia Aparecida de Souza, nos mostra a visão de Milton Santos sobre o conceito geográfico Território. Para o autor, o conceito de território deve ser revisto, pois, a noção de território que possuímos é herdada, do que é denominado por ele como “Modernidade Incompleta”, e vem atravessando os séculos sem ser discutida e analisada por isso, necessita de uma revisão histórica, já que é o uso do território e não o território em si discutido, pondo-o como palco das manifestações sociais e o tornando objeto de análise social.

O autor defende que o conceito que atravessou séculos, no que se refere ao uso político e administrativo e que o território era a base e fundamento do Estado-Nação e assim o moldava, afirma que hoje vivemos em uma dialética pós-moderna de “transnacionalização do Território” que o território não se submete mais a ideia de subordinado ao Estado, mesmo que nem todos os lugares sejam "transnacionalizados" havendo recortes regionais em que a cultura local sobressai apesar da mundialização e da globalização.

Com uma linguagem paradoxalmente difícil mas, compreensível a realidade em que vivemos, o autor elucida sobre a importância da ciência e dos meios técnicos na produção dessa nova moldura do território, que hoje rege as relações econômicas e sociais e que são criadas em uma fluidez virtual.

Para compreender o que é chamado de novos recortes além da velha categoria região, Milton elenca duas novas proporcionalidade do território, a horizontalidade e a verticalidade, sendo a primeira a continuação ou seja, estabelecida por ligações com territórios vizinhos de que perpetuam uma continuidade territorial, enquanto a verticalidade seriam formados pontos distantes uns dos outros ligados por diversas formas de conexão e relações sociais, conexões com territórios distantes.

Trazendo à tona o conceito de rede e espaço banal, o autor demonstra a possibilidade de coexistência de ambos no espaço geográfico e que justamente por essa dualidade, há possibilidade de um único lugar conter simultaniamente fatores opostos.