O Seminário
Por: Ana Duarte • 9/11/2016 • Trabalho acadêmico • 2.955 Palavras (12 Páginas) • 226 Visualizações
Introdução
O presente trabalho abordará a temática Gás natural, fazendo um breve percurso histórico, apontando as características que constituem esta fonte energética, como é obtido, suas aplicações, exemplos e desafios desta no contexto atual. Trataremos ainda, de apontar em nosso estudo como está o Gás natural no mercado nacional e internacional. Utilizaremos algumas pesquisas que nortearam este estudo, como a cartilha da ABRACE (Associação Brasileira de Grandes consumidores industriais de energia e de consumidores livres), informações disponibilizadas pela (Aneel) Agência Nacional de Energia Elétrica (2005), Fioreze (2013), Vieira; Garcia; Guimarães, Torres e Pereira (2005) dentre outros, sendo essas pesquisas de extrema relevância para a fundamentação de nosso estudo.
Objetivamos através desta pesquisa, aprimorar nossos conhecimentos prévios sobre a temática em questão, gás natural, vindo a utilizar os conceitos na investigação adquiridos para nosso estudo futuro, como também contribuir com estudos posteriores.
1.Desenvolvimento
1.1. O Gás Natural como fonte energética
A princípio, para acréscimo conceitual, faz-se relevante apresentar um pouco do percurso histórico de surgimento do gás natural, sendo assim, voltemos aos primórdios evolucionários onde este já era utilizado pelas grandes civilizações (Persas, Babilônicos e Gregos) quando era expelido naturalmente construíam-se em seu entorno templos cujo cultuavam a um “fogo eterno”.
Mais adiante o uso efetivo deste gás deu-se pelos japoneses, que localizavam um escape de gás mineral e produziam o que chamavam de “alto-forno”, bastante usual na fabricação de cerâmica.
Na Europa, o gás natural só foi descoberto no ano de 1659, não despertando interesse por causa da grande aceitação do gás resultante do carvão carbonizado (town gás), que foi o primeiro combustível responsável pela iluminação de casas e ruas desde 1790 (SANTOS et al., 2002). Já nos Estados Unidos, o primeiro gasoduto com fins comerciais entrou em operação na cidade de Fredonia, no estado de Nova York, em 1821, fornecendo energia aos consumidores para iluminação e preparação de alimentos (FERREIRA, 2006).
A construção de uma rede de gasodutos foi concretizada após a segunda Guerra Mundial, sofrendo bastante por não possuir uma grande infraestrutura que possibilitasse o transporte interestadual as aplicações deste gás tornaram-se menos viáveis, somente a partir de uma evolução na metalurgia que possibilitou o melhoramento de tais tubulações fez com que a procura desta fonte energética se fizesse cada vez mais assídua, destacando a utilização em grande escala nos Estados Unidos, Canadá e Japão.
O gás natural é um combustível fóssil, não renovável, encontrado em reservatórios subterrâneos tanto em terra quanto em mar. É definido como sendo a parcela do petróleo que se encontra na fase gasosa ou em solução nas condições de reservatório e que permanece no estado gasoso nas condições atmosféricas (BRAGA et al., 2005; PARO, 2005; SANTOS et al., 2007). Sua composição é dada por uma mistura variada de hidrocarbonetos leves, em principal o metano (CH4), etano (C2H6), propano (C3H8) e butano (C4H10), (BRAGA et al., 2005; FERREIRA, 2006; PARO, 2005).
Esta fonte energética pode ser encontrada de duas distintas formas: gás natural convencional e não convencional. Sendo que, O gás natural convencional é encontrado no subsolo, em depósitos ou reservatórios isolados por rochas impermeáveis, e pode ou não ser associado a petróleo, este por sua vez pode ser classificado em duas subcategorias: associado (GA) e não-associado (GNA).
Estas formas são resultantes da degradação da matéria orgânica de forma anaeróbica oriunda de quantidades extraordinárias de microrganismos que, em eras pré-históricas, se acumulavam nas águas litorâneas dos mares da época. Por sua vez, essa matéria orgânica foi profundamente soterrada e, por isto, sua degradação se deu fora do contato com o ar, a grandes temperaturas e sob fortes pressões.
Sendo assim, o gás associado é aquele que, no reservatório, se encontra dissolvido no petróleo ou sob a forma de uma capa de gás, já o gás não-associado é aquele que está livre do óleo e da água no reservatório; sua concentração é predominante na camada rochosa, permitindo a produção basicamente de gás natural. O Gás natural não convencional, diferentemente do convencional, pode ser considerado todo o gás natural cuja extração é mais complexa e menos atrativa economicamente, conceito que varia no tempo e de reservatório para reservatório.
Havendo anteriormente conceituado as duas subcategorias de gás convencional, agora faremos menção às subcategorias do gás não convencional, a cartilha do ABRACE menciona que atualmente, se refere principalmente ao gás de xisto, mas existem diversas categorias de gás não convencional, sendo alocado em reservatórios a grande profundidade (deep gas) ou em águas profundas (deep water); em formações pouco permeáveis (tight gas); gás de carvão (coalbed methane); gás de zonas geopressurizadas (geopressurized zones) e hidratos submarinos e árticos.
Em termos mais comuns o Gás natural pode apresentar-se ainda de cinco formas, “Gás Natural Liquefeito (GNL) - É o gás natural liquefeito em escala comercial, por um processo de refrigeração, com redução do seu volume original em até 600 vezes, em Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) - É obtido pela refinação do petróleo bruto ou do gás natural, se liquefaz a temperaturas normais e pressões moderadas, sendo armazenado em botijões, o Hidrocarboneto - É um composto constituído apenas por carbono e hidrogênio, o Hidrocarboneto Leve - É o que possui um baixo número de moléculas de carbono e o City Gate - Estações de redução de pressão e medição de gás, em gasodutos. O termo é bastante usado nas referências de preço do combustível, uma vez que normalmente é usado na conexão entre as redes de transporte e as de distribuição”.
A matéria orgânica fóssil também pode ser chamada de querogêneo. Desta forma, se divide em dois tipos: querogêneo seco, proveniente de matéria vegetal, e querogêneo gorduroso, proveniente de algas e material animal (FERREIRA, 2006). No processo de formação do planeta, as transformações da matéria orgânica vegetal, celulose e lignina, produziram o querogêneo seco, o qual ao alcançar maiores profundidades na crosta terrestre sofreu processo gradual de cozimento, transformando-se em linhito, carvão negro, antracito, xisto carbonífero e metano, dando origem às reservas de carvão do planeta (POULALLION,
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