Quantas pessoas podem viver na terra?
Por: Elizabeth Pacheco • 23/4/2019 • Resenha • 957 Palavras (4 Páginas) • 263 Visualizações
O documentário de David Attenborough, intitulado: “Quantas pessoas podem viver na terra?”, levanta a questão da capacidade do planeta Terra suportar um crescimento populacional exagerado, de acordo com Attenborough a população mundial atingirá uma média de 9 bilhões de habitantes até o ano de 2050, gerando assim, uma velocidade absurda das transformações do planeta, podendo levar a extinção de algumas espécies da fauna e flora; dificuldade de encontrar lugares in natura, entre outras problemáticas que devem ser discutidas e revistas.
Segundo a visão do documentário, a redução da taxa de mortalidade, provocada pelos avanços da medicina, tem promovido um aumento populacional em progressão geométrica, provocando assim, uma explosão demográfica. Junto a esse crescimento populacional desenfreado, surge a fome, produção de resíduos lixos, crise hídrica e escassez de terras para plantio.
O documentário tem uma narrativa pautada na teoria Mauthusiana, criada no final do século XVIII, por Thomas Robert Malthus, um economista inglês. Malthus argumentava que a população mundial cresceria em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos em progressão aritmética, o que provocaria problemas de fome, miséria, subnutrição e doenças. Atribuía-se à elevada taxa de fertilidade nas classes mais pobres a culpa da sua pobreza, evidenciada pelas doenças, pelas moradias precárias e pela fome. De acordo com Malthus, o celibato, o casamento tardio e o controle de natalidade nos países pobres seriam as principais formas de combater esse crescimento populacional desordenado.
A teoria Malthusiana desconsiderou fatores importantes como os avanços tecnológicos e o desenvolvimento no campo, causado principalmente pela Revolução Verde, que ampliou a produtividade agrícola. Ao fazer uso da mecanização no campo, aliada à fertilização do solo e desenvolvimento de pesquisas em sementes adaptáveis a diferentes solos e condições climáticas, a Revolução verde tinha o discurso de aumentar a produção agrícola e acabar com a fome mundial.
O cientista Norman Borlaug, conhecido como o pai da Revolução Verde, recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1970 por inovações agrícolas e o desenvolvimento de plantações de alta produtividade para combater a fome nos países em desenvolvimento.
No entanto nem tudo foi solucionado, a modernização das atividades agrícolas teve várias consequências negativas, como o aumento das despesas com o cultivo e o endividamento dos agricultores, perda da biodiversidade, redução da mão de obra rural, poluição do solo causada pelo uso de fertilizantes, além de não ter solucionado o problema da fome mundial, pois os produtos plantados nos países ‘subdesenvolvidos”, basicamente cereais, acabam sendo destinados em grande parte ao abastecimento do mercado consumidor de países ricos industrializados. Essa má distribuição de alimentos, é responsável pela desigualdade social que nos aflige ainda hoje.
Ao mesmo tempo que o documentário aponta situações alarmantes e depreciativas, aponta também fatos que mostram que esse crescimento populacional passa por ciclos diferenciados, onde em alguns momentos a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade eram muito elevadas, ter grande número de filhos representava grande quantidade de mão-de-obra para as sociedades rurais, mas a falta de medidas médico-sanitárias não permitia um grande crescimento populacional.
Depois temos uma fase onde a taxa de natalidade se manteve elevada, mas a taxa de mortalidade sofreu uma queda devido aos avanços da medicina e da estrutura urbana, com a coleta de lixo e implementação de saneamento básico, levando a um grande crescimento populacional, conhecido como “Baby boom” ou explosão demográfica.
Em outro momento, o documentário aponta que o acesso ao estudo e a capacidade de gerir a própria vida, faz com que as mulheres tenham menos filhos, o que nos leva a um baixo crescimento populacional. Os métodos contraceptivos, aumento da urbanização, novas tendências do mercado de trabalho, maior inserção de mulheres no mercado de trabalho, os avanços da medicina, as novas formas de lidar com o cultivo agrícola, políticas públicas de melhor distribuição
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