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Fernando Pessoa - Análise Do Poema "não Sei Quantas Almas Tenho"

Artigos Científicos: Fernando Pessoa - Análise Do Poema "não Sei Quantas Almas Tenho". Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  23/11/2014  •  1.988 Palavras (8 Páginas)  •  3.798 Visualizações

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Introdução

Título do poema e do autor:

Não sei quantas almas tenho, Fernando Pessoa

Razão da Escolha:

Após uma longa pesquisa por obras de poetas do século XX entre as pesquisadas: O soneto à lua de Vinícios de Moraes, Autopsicografia de Fernando Pessoa e finalmente Não sei quantas almas tenho também de Fernando Pessoa, a escolha foi decidida após uma deliberação de vantagens de desvantagens em cada poema. Por fim, devido ao famoso histórico de um poeta nacional e também pela à apreciação de ambas as alunas nas características do poema, neste caso o conteúdo, despertou-nos um grande interesse em analisar Não sei quantas almas tenho de Fernando Pessoa.

Motivo do trabalho:

A realização desta ficha de leitura e da apresentação oral, que se vai realizar no dia 2 de Junho, do poema escolhido, foram requeridos pela professora Maria Isabel Coelho, da disciplina de Português, como um elemento avaliativo cuja finalidade é de testar a habilidade do aluno perante uma análise completa de um poema e de exemplifica-lo de forma compreensível e clara bem como proporcionar ao aluno conhecimentos mais aprofundados da literatura portuguesa.

Expectativas relativamente ao trabalho:

As nossas expectativas em relação a realização deste trabalho e de aperfeiçoar conhecimentos básicos nas áreas gramaticais através da analise interna e externa do poema em contesto, esperamos também melhorar as nossas habilidades relativas a compreensão textual, e também aprimorar a nossa técnica de avaliação completa de um poema em todos aspectos necessários adquirindo assim melhor conhecimento dos conceitos mais específicos requeridos na poesia.

Desenvolvimento

Biografia do autor:

Fernando António Nogueira Pessoa foi um dos mais importantes escritores e poetas do modernismo em Portugal. Nasceu em 13 de Junho de 1888 na cidade de Lisboa (Portugal) é considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura universal

Aos seis anos de idade, Fernando Pessoa foi para a África do Sul, onde aprendeu perfeitamente o inglês, e das quatro obras que publicou na sua vida, três são em inglês. Durante sua vida, Fernando Pessoa trabalhou em vários lugares como correspondente de língua inglesa e francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, e ao mesmo tempo produzia as suas obras em verso e prosa.

No ano de 1901 escreveu os seus primeiros poemas em inglês e em 1902 a sua família volta para Lisboa. Em 1903 Fernando volta sozinho para a África do Sul, onde submete-se a uma selecção para a Universidade do Cabo da Boa Esperança. Em 1905, retornou sozinho para Lisboa e, no ano seguinte, matriculou-se no Curso Superior de Letras. Porém, abandonou o curso um ano depois. Pessoa passou a ter um contacto mais efectivo com a literatura portuguesa, principalmente com Padre António Vieira e Cesário Verde. Foi também influenciado pelos estudos filosóficos de Nietzsche e Schopenhauer. Recebeu também influências do simbolismo francês.

Fernando Pessoa foi vários poetas ao mesmo tempo. Tendo sido "plural" como se definiu, criou vários poetas, que conviviam nele. Cada um tem sua biografia e traços diferentes de personalidade. Os poetas não são pseudónimos e sim heterónimos, isto é indivíduos diferentes, cada qual com seu mundo próprio, representando o que angustiava ou encantava seu autor, Como poeta, era conhecido por essas suas múltiplas personalidades, os heterónimos, que eram e são até hoje objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra.

Em 1912, estreou como ensaísta e crítico literário, na revista Águia. Em 1915, liderou um grupo de intelectuais, entre eles Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros. Fundou a revista Orfeu, onde publicou poemas que escandalizaram a sociedade conservadora da época. Os poemas "Ode Triunfal" e "Opiário", escritos por Álvaro de Campos que causaram reacções violentas contra a revista. Fernando Pessoa foi chamado de louco.

A saúde do poeta português começou a apresentar complicações em 1935. Neste ano foi hospitalizado com cólica hepática, provavelmente causada pelo consumo excessivo de bebida alcoólica. A sua morte prematura, aos 47 anos, provavelmente aconteceu em função destes problemas, pois apresentou cirrose hepática.

Bibliografia:

Fernando Pessoa usou o ortónimo e os heterónimos nas suas obras. Usou seu próprio nome (ortónimo) para assinar várias obras e pseudónimos (heterónimos) para assinar outras. Os heterónimos de Fernando Pessoa tinham personalidade própria e características literárias diferenciadas. Os principais heterónimos de Fernando Pessoa são:

- Alberto Caeiro, nascido em Lisboa, e era o mais objectivo dos heterónimos. Buscava o objectivismo absoluto, eliminando todos os vestígios da subjectividade. É o poeta que busca "as sensações das coisas tais como são". Opõe-se radicalmente ao intelectualismo, à abstracção, à especulação metafísica e ao misticismo. É o menos "culto" dos heterónimos, o que menos conhece a Gramática e a Literatura.

- Ricardo Reis, nascido no Porto, representa a vertente clássica ou neoclássica da criação de Fernando Pessoa. Sua linguagem é contida, disciplinada. Seus versos são, geralmente, curtos. Apoia-se na mitologia greco-romana; é adepto do estoicismo e do epicurismo (saúde do corpo e da mente, equilíbrio, harmonia) para que se possa aproveitar a vida, porque a morte está à espreita. É um médico que se mudou para o Brasil.

- Álvaro de Campos, nascido no Porto, é o lado "moderno" de Fernando Pessoa, caracterizado por uma vontade de conquista, por um amor à civilização e ao progresso. Campos era um engenheiro inactivo, inadaptado, com consciência crítica.

Fernando Pessoa escreveu obras como “O Marinheiro”, “Por ele mesmo”, “Na Floresta do Alheamento” e outras. Dentre suas poesias estão “Pressagio”, ”Autopsicografia” e “Ser grande”, entre suas poucas prosas estão “Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação” e “Páginas de Estética e de Teoria e de Crítica Literárias”.

Como exemplo de obras dos seus heterónimos estão “A Fernando Pessoa” de Álvaro de Campos, “O Sono é Bom” de Ricardo Reis e “O Guardador de Rebanhos” de Alberto Caeiro.

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