RELATÓRIO SOBRE DESASTRES AMBIENTAIS
Por: não perturbe • 26/2/2021 • Seminário • 1.292 Palavras (6 Páginas) • 304 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
BACHARELADO EM GEOGRAFIA
LAURINDO ALMEIDA LOPES NETO
RELATÓRIO SOBRE DESASTRES AMBIENTAIS
Agronegócio no Oeste Baiano
FEIRA DE SANTANA – BA
2020
LAURINDO ALMEIDA LOPES NETO
RELATÓRIO SOBRE DESASTRES AMBIENTAIS
Agronegócio no Oeste Baiano
Relatório da apresentação sobre desastres ambientais como parte integrante da avalição da disciplina Análise da Paisagem do curso Bacharelado em Geografia.
Professor(a): Raquel De Matos Cardoso Vale
FEIRA DE SANTANA – BA
2020
INTRODUÇÃO
O oeste baiano está inserido na grande fronteira agrícola (região do país que sofre com o avanço das práticas agrícolas devido a devastação dos seus biomas, é uma área definida pela expansão das atividades agropecuárias sobre o meio natural) chamada MATOPIBA que abrange os municípios dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A delimitação foi realizada pela Embrapa com o intuito de promover o desenvolvimento regional com a realização de pesquisas e transferências de tecnologias voltadas á qualificação e expansão das atividades agrícolas, a produção nessa região apresenta potencial de expansão, mas possui pouca representatividade quando comparada as regiões do estado do Mato Grosso e Goiás, o potencial de expansão deve-se pelo fato de que a produção contempla áreas de produção de outros estados próximos.
O agronegócio contribui para o aparecimento de áreas cada vez mais urbanizadas e funcionalmente relacionadas com a realização de suas atividades, um exemplo disso é a criação de ‘’cidades do agronegócio’’ que apresentam a relação entre o urbano e produção agroindustrial, ou seja, a gestão local ou regional do agronegócio cria funções urbanas diretamente relacionadas a essa atividade.
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Figura 1 Localização do Oeste Baiano
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Figura 2 Fronteira Agrícola do MATOPIBA
Dados sobre o Agronegócio no Oeste Baiano
O oeste baiano tem como principal atividade o Agronegócio (Agrobusiness). De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no setor de Pesquisa Agrícola Municipal, 2016, o oeste baiano é responsável pela produção de 92% dos grãos de soja do Estado, o cultivo de algodão, milho, café e forrageiras complementam a matriz produtiva local. [pic 3]
Figura 3 Distribuição de Área, AIBA (2013-2014)
- Aproximadamente 4 % da produção agrícola do Brasil é realizada na Bahia
- 65% da produção agrícola do oeste do Estado destina-se aos mercados do Norte/Nordeste do país
- 50% da soja produzida vai para indústrias da região e a outra metade da produção vai para países como China e Holanda[pic 4]
Figura 4 Destino da soja brasileira
- 92% da soja da Bahia é cultivada no Oeste
- A soja ocupa 58% da área cultivada do Oeste
- Produtividade Média equiparada a nacional
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Figura 5 Produtividade de Soja: Oeste Baiano x Brasil
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Figura 6 Área x Produção de soja do Oeste Baiano
- 31% do Milho da Bahia é cultivado no Oeste e a produção representa 77%
- Em média 90% da produção abastece o Norte/ Nordeste do país
- Produtividade 181% superior a nacional (Figura 9)
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Figura 7 Produtividade de Milho: do Oeste Baiano x Brasil[pic 8]
Figura 8 Área x Produção de soja do Oeste Baiano
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Figura 9 Produtividade de Milho no Oeste da Bahia
A fruticultura também é outra atividade importante devido a região contar com uma extensa bacia hidrográfica composta por rios perenes possibilitando a irrigação e condições climáticas favoráveis como a regularidade das chuvas.
História do Agronegócio no Oeste Baiano
A região do Oeste Baiano permaneceu como até a primeira metade do século XX, como um imenso território de reserva, parcialmente ocupado e com baixo nível de atividade econômica. O processo de utilização intensiva das terras do Oeste Baiano teve início na década de 60/70 sendo subsidiado pelo governo federal, através dos créditos agrícolas e pelas melhorias constantes na infraestrutura da região. No mesmo período o 4º Batalhão de Engenharia e Construção (4°BEC) chegou na região para construção das rodovias BR020/BR242 (Figura 10) que liga Barreiras a Brasília e BR020/135(Figura10) que liga Barreiras ao Piauí, rotas importantes para o escoamento da produção agrícola da região
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Figura 10 Principais vias de escoamento da produção agrícola
As terras foram sendo adquiridas a preços irrisórios ou foram doadas pelo próprio governo federal/estadual aos imigrantes sulistas que estavam difundindo a moderna agricultura para o resto do país, vale ressaltar que uma boa parte das famílias que migraram para o Oeste Baiano foram famílias do sul que perderam suas terras devido a construção da hidrelétrica do Paraná. Os antigos moradores da região do Oeste da Bahia, os chamados posseiros, por não terem documentação das terras, foram sendo expulsos através de vários métodos, desde a grilagem à violência e assassinato, devido a isso essa população começou a ocupar a periferia das cidades ou as grandes fazendas surgindo assim trabalhadores com renumeração baixa e intensa exploração mão de obra.
A ocupação do território ocorreu de duas formas, no primeiro momento vieram pessoas atraídas pela região devido o potencial agrícola que a região oferecia e no segundo momento a marca foi a migração descendente, ou seja, a vinda de mão de obra especializada para o trabalho no campo.
Motivos para o sucesso do Agronegócio no Oeste Baiano
- Inserção e expansão da cultura de soja, amplamente estimulada por subsídios governamentais aos grandes produtores e exacerbada entrada de capital público e privado presente na região
- Características Edafoclimáticas favoráveis: Estações bem definidas ,ou seja, existe o período certo de secas ( maio a setembro ) e o de chuvas ( outubro a abril ), índices pluviométricos que contribuem na definição de limites territoriais, topografia plana que ajuda na mecanização do trabalho agrícola, topografia plana e o bioma cerrado que ajuda na mecanização agrícola, extensa bacia hidrográfica com rios perenes sobre o Aquífero Urucuia ( Figura 11), potencializando a irrigação e os solos são antigos, profundos e bem drenados, baixa fertilidade natural e acidez acentuada (EMPRABA, 2009)
- Elevado padrão tecnológico empregado : Principal fator para o desenvolvimento das culturas de soja e milho nos cerrados baianos deve-se a esse ponto de vista técnico, ou seja, pesquisas de adequação com correções do solo oferecidas pelas ações de suporte e desenvolvimento marcados pela presença de universidades públicas como particulares e órgãos governamentais (Figura 12) que oferecem técnicos e engenheiros para os serviços especializados
- Presença de comércio diversificado e infraestrutura rodoviária (BR020/242 e BR 020/135) que possibilita a circulação e concentração da produtividade agrícola da região
- Uma das áreas com maior disponibilidade de terras e além disso média de preços das Terras é 40% inferior se comparada as terras do cerrado do Centro-Oeste
- Atração de investidores estrangeiros devido a área está fora do foco dos ambientalistas
[pic 11]
Figura 11 Principal fonte de irrigação: Aquífero Urucuia
[pic 12]
Figura 12 Principais órgãos de ações de suporte no desenvolvimento agrícola
Consequências do Agronegócio no Oeste Baiano
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