Trabalho De Geografia - Resumo Cap - 11
Casos: Trabalho De Geografia - Resumo Cap - 11. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Guii333 • 24/12/2014 • 2.220 Palavras (9 Páginas) • 3.332 Visualizações
CAPITULO – 11 – América Latina
O Nacionalismo na América Latina
A ideologia nacionalista surgiu na Europa no século XIX. Com a ascensão da burguesia e consolidação do liberalismo durante a formação dos estados nacionais, ganhou força a concepção que sustentava o princípio de que deveria haver identidade entre a Nação e o Estado, com um Povo soberano. Essa identidade foi forjada com elementos culturais que representavam a língua comum, a história de cada país, fronteiras territoriais, símbolos nacionais como bandeira, hino, moeda e outros.
O processo de formação desses estados nacionais foi extremamente violento, com diversas guerras que envolveram todos os países da Europa e sacrificaram milhares de vidas.
No século XX, a ideologia nacionalista adquiriu maior força e importância. A Primeira Guerra Mundial (1914-18), mobilizou gerações em torno dos princípios nacionalistas, trazendo para os campos de batalha as cores, os emblemas, os traços culturais de cada nação envolvida no conflito, ocultando dos milhões de combatentes o real interesse que estava por trás do mito nacionalista: disputa internacional por mercados consumidores para o capitalismo em expansão.
Por ser uma construção mítica, iremos encontrar o nacionalismo com várias vertentes. O Fascismo, doutrina de direita que irá vigorar na Itália de Mussolini entre 1922 e 1945, pregava a ideia da reconstrução do Império Romano.
O Nazismo, sigla que se origina do Partido Nacional Socialista Alemão, difundia a necessidade do fortalecimento da nação alemã contra o internacionalismo comunista e judaico. Também a União soviética, sob o domínio de Stalin (1924-53) vai utilizar o sentimento nacionalista para consolidar o seu poder.
Na América Latina, encontramos fortes expressões nacionalistas a partir da década de 30. Os exemplos europeus vão influenciar intelectuais e políticos que combatiam o internacionalismo socialista.
Em países como Chile, Argentina, Peru e Brasil, doutrinas de inspiração fascista irão lançar mão do nacionalismo como elemento de afirmação do seu ideário direitista. Esse é um período no continente latino-americano de profunda repressão contra o movimento operário que pregava a revolução comunista internacional.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, o nacionalismo na América latina começou a adquirir outro significado. Com as constantes lutas contra a hegemonia norte-americana no continente, vários líderes surgiram com uma retórica anti-imperialista com o objetivo de se firmarem autonomamente. Domingos Perón na Argentina; Getúlio Vargas no Brasil; Victor Haya de lá Torre no Peru; Lázaro Cárdenas no México.
Esses líderes, que enfrentaram o preconceito das elites latino-americanas e a oposição ferrenha dos Estados Unidos da América, eram portadores de projeto de desenvolvimento dos seus respectivos países.
Inegavelmente todos eram anticomunistas mas profundamente nacionalistas. Por isso foram perseguidos pelos regimes militares que dominaram a América Latina nas décadas de 60 e 70.
O século XXI tem despertado novamente o sentimento nacionalista no continente latino-americano. O prestígio internacional que o presidente venezuelano Hugo Chávez tem é inegável. A eleição para presidente da Bolívia do dirigente sindical Evo Morales marca a história não só da Bolívia como de toda a América Latina por seu caráter simbólico: pobre, indígena, com uma retórica nacionalista.
No Peru, os eleitores deram maioria dos votos a um militar nacionalista, Planta Humala que, com uma retórica inflamada, tem despertado um sentimento nacionalista muito significativo na sociedade peruana.
Esse retorno do nacionalismo é muito recente para termos uma ideia precisa do seu impacto na política continental. As práticas desses líderes não surtiram ainda os efeitos num grau de profundidade que promovesse a alteração nas estruturas sociais e econômicas tão necessárias ao pleno desenvolvimento dos países latino-americanos. Aguardaremos se, de fato, surge um novo nacionalismo no nosso continente.
México: economia e sociedade
Tanto a "Crise de 1929" quanto a atual apresentam algumas características semelhantes, porém outras muito distintas. Ambas afetaram fortemente a América Latina, mas a primeira, pelo menos para seus principais países, reforçou um movimento de transição das estruturas econômicas, políticas e sociais que já dera alguns passos iniciais na década de 1920, desaguando, já no início da década de 1930, numa "ruptura com o passado", alterando o padrão de acumulação e instaurando um efetivo processo de industrialização e urbanização.
Mas, face à quase generalização das políticas econômicas de corte neoliberal, a atual crise, pelo que se pode ver até o momento, parece não poder utilizar as forças dinâmicas que possibilitariam uma nova ruptura para a retomada de um processo de crescimento acelerado e de transformação progressista. Lembremos, resumidamente, o significado da crise anterior.
A economia dos EUA, entre 1921 e 1928, ao mesmo tempo em que atravessava um "boom" pelo lado real, exorbitou o crescimento pelo lado financeiro, com expansão do crédito e taxas de juros muito baixas, estimulando os mercados de valores e o imobiliário. Pelo lado real, alguns sinais já se manifestavam antes de outubro de 1929: como a reacomodarão baixista dos preços agrícolas, especialmente das commodities, ao longo do período; estouro de bolha imobiliária no sul em 1925; desaceleração da demanda de imóveis e a de automóveis já a partir de 1927-28.
Ao mesmo tempo, a Europa tentava se recuperar dos efeitos negativos da Primeira Guerra, mantendo, entretanto, políticas econômicas controversas entre vários países, especialmente entre a Inglaterra e a França. Pelo lado financeiro, lembremos que aquela década mostrava alta volatilidade internacional dos fluxos de capitais, fortes descasamentos de prazos entre aportes de capitais americanos e aplicações por europeus, notadamente pelos alemães, e, nos últimos anos, fortes estímulos para a saída de capitais, rumo à exuberância do mercado de valores dos EUA.
Era mais uma crise do sistema capitalista de produção, mas que se manifestaria com muito mais intensidade, duração e amplitude espacial do que as anteriores. Foi uma profunda depressão, contagiando todo o mundo capitalista. Embora o "estopim" da crise tivesse sido a Bolsa de Nova Iorque, um exame detido sobre os anos 20 mostraria uma série
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