UMA CIDADE DO INTERIOR DENTRO DE UMA METRÓPOLE
Por: Rodrigo Cociello • 4/4/2018 • Dissertação • 1.039 Palavras (5 Páginas) • 265 Visualizações
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO
RELATÓRIO – AGROFLORESTA, PARELHEIROS
RODRIGO GOBO COCIELLO SOARES DE SIQUEIRA
SÃO PAULO
2017
INTRODUÇÃO
Este relatório se baseia na visita monitorada à agrofloresta no distrito de Parelheiros, localizado na cidade de São Paulo, no dia 28 de Outubro de 2017. Neste trabalho serão observados os contrastes entre centro, centralidade e periferia, além de abordados os temas de agrofloresta, delimitações de terra, agricultura urbana e reflorestamento, sob a ótica da geografia agraria e os relatos do seu Zé da Floresta.
DESENVOLVIMENTO
- Breve Histórico
O distrito de Parelheiros, considerado patrimônio ambiental, está localizado no extremo sul da capital, e é estratégico para vida da cidade, devido à sua riqueza em recursos naturais. Seu território está situado em áreas de proteção aos mananciais que contemplam remanescentes importantes de Mata Atlântica, mantendo grande parte de sua mata nativa e sua biodiversidade preservadas. Além disso, sua rede hídrica contempla três grandes bacias hidrográficas da região: Capivari, Guarapiranga e Billings.
Em 1827, um grupo de 200 imigrantes chegou a São Paulo por determinação do governo imperial. Entre eles tinham alemães, austríacos e suíços que vinham para a criação de uma colônia agrícola. Após um período de estudos sobre o local onde deveria ser instalada esta colônia, o governo da época decidiu implantá-la em uma área afastada à cerca de 50 km do centro da cidade de São Paulo, que ficou conhecida como Colônia Alemã.
Segundo dados da Prefeitura de São Paulo, a posse do território começou pela vinda de 94 famílias alemãs no ano de 1829, cujos familiares habitam até hoje a região. Em um primeiro momento, esses imigrantes extraiam e forneciam madeira para serralherias para confecção de móveis e apetrechos para construção civil. Contudo, sem o apoio governamental a colônia entrou em rápido declínio, levando muitas famílias a deixarem a região.
Em meados de 1940, a região passou a receber muitos imigrantes japoneses, que vieram para explorar a agricultura e consequentemente contribuíram para o desenvolvimento da região, transformando os distritos de Parelheiros e Marsilac na maior área agrícola de São Paulo.
Além de seus moradores advindos dos mais diversos estados brasileiros, distribuídos em um total de 200 bairros, o distrito ainda conta com duas aldeias indígenas em sua área: a aldeia do Pyau (Krucutu) e a Tenondé Porá (Morro da Saudade), que é proveniente de um subgrupo guarani, com cerca de 1.000 indígenas que mantém vivas sua língua, cultura e religião.
- Aspectos Demográficos
Segundo dados do Censo de 2010, Parelheiros apresenta uma população de 139.441 habitantes.
[pic 1]
- Aspectos Ambientais
A totalidade do território está inserida em uma Macrozona de Proteção Ambiental, sendo a área mais preservada do município, com remanescente de Mata Atlântica (62,4%), segundo Censo 2001. O território abriga as APA – Área de Proteção Ambiental Capivari-Mono e Bororé-Colônia (Lei nº 13.136, de 9 de junho 2001 e Lei nº 13.706, de 06 de janeiro de 2004).
- Aspectos Administrativos
Os distritos de Parelheiros e Marsilac estão sob a circunscrição administrativa da Subprefeitura Parelheiros, que foi criada pela Lei nº 13.399, de 01 de agosto de 2002.
- Agrofloresta do seu Zé[pic 2]
José Luiz da Silva, 70 anos, popularmente conhecido como “Zé da Floresta”, reside em uma casa quase que escondida por um longo corredor de plantas no final de uma rua sem saída no bairro Jardim dos Alamos, no distrito de Parelheiros, São Paulo. Seu Zé relatou que se mudou de Alagoas, estado onde nasceu, para São Paulo no ano de 1973. Inicialmente para trabalhar em fábricas de plástico da região, se mudou para a área onde vive atualmente no ano de 1984.
Possuidor do título de formador da primeira agrofloresta da cidade de São Paulo, Seu Zé está na luta judicial pela regularização de suas terras. Entrou recentemente com um pedido de usucapião destas, após mapear toda a área de 130.000 m². [pic 3]
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