Variação Relativa Do Nível Do Mar

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

OCEANOGRAFIA GERAL

PROFESSOR SANDRO JOSÉ FROEHNER

Variação do Nível Relativo do Mar

ISIS BATISTELA

JÉSSICA BORMIO

NAYARA ORSI

Florianópolis 2014

INTRODUÇÃO

Embora pareça uma questão simples, a determinação da superfície de referência a partir da qual determinar o nível médio do mar oferece grande complexidade: por um lado o nível do mar não é de todo constante, variando constantemente em função da ondulação, das marés, da pressão atmosférica, temperatura das águas do mar, circunstâncias astronômicas ou meteorológicas e de diversos ciclos que atuam sobre ele com períodos que variam de segundos a vários anos.

A medição do nível médio do mar foi tradicionalmente feita com base nas leituras dos marégrafos, instrumentos que permitem medir a variação do nível das águas num determinado local. Eliminando dos dados recolhidos as flutuações devidas às ondas, a fatores meteorológicos, marés e outros fatores astronômicos, obtém-se uma leitura do nível médio do mar durante determinado período por referência ao datum (detalhe, pormenor em cartografia refere-se ao modelo matemático teórico da representação da superfície da Terra ao nível do mar utilizado pelos cartógrafos numa dada carta ou mapa.) utilizado.

DEFINIÇÃO

O nível do mar é um conceito da maior importância para a evolução geomorfológica dos continentes. Além disso, o nível do mar juntamente com os processos de erosão e/ou fornecimento de sedimentos ao litoral controlam a evolução dos litorais, nomeadamente a situação de avanço ou de recuo da linha de costa. Este avanço ou recuo da costa consiste no processo de transgressão e regressão marinha.

A regressão marinha ocorre geralmente em peridos glaciais, quando o nível do mar está mais baixo. Já as transgressões marinhas são típicas de periodos interglaciais (o que estamos passando agora), quando o nível do mar tende a aumentar por diversos fatores. A invasão do continente por parte dos oceanos faz com que as terras continentais fiquem mais altas que o fundo dos oceanos, sendo mais expostas a uma possível regressão dos oceanos.

Ao longo da história da Terra esta situação tem ocorrido, e é por essa razão que encontramos muitos fósseis de seres marinhos em terra. As variações eustáticas (variação do nível das águas dos oceanos provocada pelo aumento da quantidade de água) têm um caráter global, enquanto que os movimentos que se verificam no continente são claramente localizados no espaço. Do que fica dito, deduz-se facilmente que a variação do nível do mar é a resultante das tendências eustáticas e das tendências que se verificam d¬¬¬¬¬¬¬o lado do continente. Isso significa que as variações eustáticas podem ser ampliadas ou reduzidas, na sua amplitude, pelos movimentos do continente.

VARIÁVEIS

Para re alizar medições do nível do mar são observadas as variações do volume de água doce presente no mar, decorrente do degelo (variação eustática); Salinidade (variação halostérica); Temperatura da água (variação estérica); Posicionamento vertical da crosta em relação ao centro da Terra (variação crustal); Variações causadas pelos ventos e por outros fenômenos atmosféricos (variações atmosféricas); Comportamento das ondas e das correntes; Variação astronômica, devido ao Sol e à Lua (marés) e ao posicionamento das órbitas dos planetas (causador das glaciações) em relação à Terra.

Tectono-eustasia: Flutuações nos volumes das bacias oceânicas, principalmente em função da tectônica de placas. Como por exemplo: A agregação de continentes - diminui a área de plataforma continental envolvente e acaba por aumentar a capacidade das bacias, acarretando na descida do nível do mar. Processos de rifting - intumescência térmica e elevação dos fundos oceânicos na área das dorsais acabam por produzir uma diminuição da capacidade das bacias oceânicas, trazendo como consequência o aumento do nível do mar. Trata-se de processos muito lentos. A taxa de variação do nível do mar anda por volta de 1cm por cada 1000 anos.

Geóido-eustática: Deformações nas superfícies oceânicas, principalmente por causas gravitacionais.

Glácio-eustáticas: Flutuações nos volumes de água nas bacias oceânicas, principalmente por fenômenos de glaciação e deglaciação. Muito mais rápidas (da ordem de 1cm por ano) e atingem valores da mesma ordem de grandeza.

DISCUSSÃO SOBRE O AQUECIMENTO GLOBAL

Um aquecimento global do clima traduz-se quase sempre numa diminuição da quantidade de água retida nos continentes sob a forma de gelo, fazendo aumentar a quantidade existente nos oceanos. Além disso, um aquecimento produzirá uma expansão da água dos oceanos por puro efeito térmico. O IPCC afirma que o nível do mar irá subir em até 60cm até o final do século. Mas há controversas entre os cientistas sobre este assunto. Uma parte deles alega que não há base cientificamente suficiente para o IPCC afirmar esta tal subida do nível do mar em 100 anos, sendo que os primeiros dados oceanográficos retirados por satélites foram coletados em outubro de 1992.

Dados registrados pelos satélites mostram que de 1993 até 2005 o nível do mar aumentou em 5cm, só que a partir de 2006 os dados começaram a se estabilizar novamente, devido a isso, pode-se supor que estes 5cm de elevação tendem a voltar ao normal com o passar dos anos. Segundo Luiz Carlos Molion esta elevação do nível dos oceanos não tem correlação com o impacto que o homem vem causando ao meio ambiente gerando o “aquecimento global”. A sua argumentação é que este fenômeno está ligado à atração gravitacional da lua, chamado de Ciclo Nodal Lunar. A lua durante este período atua a fora dos trópicos, e como consequência a atração gravitacional da lua puxa a água para cima fazendo com que o nível do mar aparentemente suba. Esse desnível (ou gradiente) hidráulico aumenta ligeiramente