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A CERÂMICA ARISTÉ: A RELAÇÃO DOS GRAFISMOS E SEUS LUGARES

Por:   •  2/11/2016  •  Projeto de pesquisa  •  4.858 Palavras (20 Páginas)  •  491 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

CURSO BACHARELADO EM HISTÓRIA

ADRIENE CAMILE SIMÕES GOMES

Matrícula: 012011362001

A CERÂMICA ARISTÉ: A RELAÇÃO DOS GRAFISMOS E SEUS LUGARES

        

MACAPÁ

2016

A CERÂMICA ARISTÉ: A RELAÇÃO DOS GRAFISMOS E SEUS LUGARES

Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de Bacharelado em História da Universidade Federal do Amapá como requisito de Avaliação Final da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II, ministrada pela Prof. Dr. Adalberto.

Orientador: Ms. Lúcio Flávio S. Costa Leite.

MACAPÁ

2016

SUMÁRIO

1 DELIMITAÇÃO DO TEMA        

2 JUSTIFICATIVA        6

3 OBJETIVOS        9

3.1 Objetivo geral        

3.2 Objetivos específicos        

4 REFERENCIAL TEÓRICO        

5 METODOLOGIA        14

6 CRONOGRAMA        7

REFERÊNCIAS        8


1-DELIMITAÇÃO DO TEMA                    

Neste projeto tenho a intenção de pesquisar a iconografia presente na cerâmica da fase arqueológica Aristé. A partir dos traços estilísticos tentarei entender a ocupação das sociedades pré-coloniais, buscando dados que apontam a contextualização do cotidiano indígena pré-colonial, analisando o motivos (desenhos), formas e decoração presentes nas vasilhas e urnas funerárias pertencente a fase, a partir da descrição dos símbolos e comparando com dados da etnologia presentes na literatura.

O objeto de estudo deste projeto é a cerâmica do sítio arqueológico AP-CA-18 (sítio Rêgo Grande), localizado no município de Calçoene, na zona leste do estado do Amapá. A pesquisa envolve o universo iconográfico dos vasilhames e urnas funerárias Aristé de um poço 2 , tentando entender a ligação dessas decorações com as diferentes formas que os objetos foram dispostos no Sítio. Investigando a relação das paisagens naturais com as construções (cultura material) desses indígenas (Cabral e Saldanha, 2008) e como esses padrões estilísticos poderiam correlacionar as formas de representação visual e a estrutura social daquelas sociedades. (BARRETO, 2008.)

 Na escavação do sítio AP-CA-18 realizado através do Instituto de Pesquisa Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA, foram encontrados blocos de rochas que estavam alinhados, de forma que sua inclinação marcava a mudança de estação (Solstício de Inverno) em dezembro, quando o sol ficava perfeitamente alinhado com um dos blocos, indicando a finalidade de observação do céu do sítio. Essa descoberta chamou bastante atenção dos pesquisadores, pois evidencia uma novidade na arqueologia amazônica, e traz novos argumentos para uma nova forma de organização social dos indígenas que ocupavam essa região antes da chegada dos europeus. Além desse alinhamento de blocos de rocha também foram encontrados cerâmica, com decoração pintada ou moldada, que correspondiam a tipos pertencentes à fase Aristé. (Relatório do Sítio AP-CA-18- SALDANHA et alii 2008)

André Prous afirma que fase arqueológica é qualquer complexo, que reúne elementos culturais entre si de cerâmica, líticos, padrões de habitação, entre outros, que estejam relacionados dentro do espaço e tempo encontrados em um sítio ou mais.  A fase Aristé foi definida por ter cerâmica antropomórfica, com técnicas de decoração modeladas ou pintadas, do estado do Amapá,  por Meggers e Evans em 1957, depois de fazerem escavações sistemáticas no Amapá. Posteriormente também foram encontrados sítios na área sul da Guiana Francesa que continham cerâmica que foi vinculada a fase Aristé.  Betty Meggers e Evans fundamentaram teoricamente sua pesquisa no Determinismo ecológico e difusionista, de Julian Steward (MEGGERS & EVANS,1948), nesse contexto, acreditavam que a população indígena pré-colonial da Amazônia estava parada no estágio“marginal”, que as condições físicas do ambiente da Amazônia, como solo e clima, trazia condições desfavoráveis para uma evolução cultural “padrão”.  

Como resultado desse projeto, entre outros, Cabral e Saldanha publicaram um artigo que trouxe a discussão sobre como se deu a ocupação dos indígenas pertencentes a fase Aristé  nos sítios arqueológicos voltados para fins ritualísticos ou sepultamentos na pré-história tardia da costa do Amapá e Guiana Francesa (2012). Eles verificam que existem espaços específicos, naturais ou não, que foram utilizados para finalidades diferentes.

Neste projeto temos a preocupação de responder se os motivos reconhecidos específicos da fase, na composição da cerâmica como um todo, por exemplo, pinturas policromas, formas, apliques tanto antropo e zoomorfo, podem diretamente se inter-relacionar com os diversos lugares que estas foram encontradas. Partindo da suposição que os espaços são formados por significados e pelas ações sociais dos indivíduos que nela habitam (SALDANHA, 2008). A linguagem iconográfica pode ser abordada como um tipo de código interno, onde a “agência dos objetos” pode demonstrar a complexidade das relações sociais.  Como o estilo nas urnas e vasilhas estão temporalmente implicada nesses meios naturais que o homem adaptou para uso em momentos “especiais”, vai observar as semelhanças e diferenças das estruturas dos sítios e como foi feito o depósito em cada tipo de sítio.

Nesse projeto vamos utilizar a nova cronologia proposta por Stephan Rostain na classificação da cerâmica Aristé, o sítio AP-CA-18 está inserido no que tange o Aristé Final- Enfer Polychrome filiado à Tradição Policroma, possui tempero de caco moído, possui decoração principalmente pintada. Tem decorações incisas simples, apliques zoomorfos e antropomórficos muito elaborados. (ROSTAIN, 1994).

Então o objetivo dessa pesquisa é apresentar uma investigação sobre a cerâmica pré-colonial, do ponto de vista da percepção visual, utilizando ferramentas como a reconstituição virtual, análises dos componentes visuais recorrentes na cerâmica, análise bibliográfica sobre arqueologia e apoio também nos documentos etnográficos existente da possível ligação da fase Aristé e com os indígenas Palikur, conforme propõe Hilbert  

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