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A Educação no Piaui no período colonial

Por:   •  22/6/2017  •  Resenha  •  1.324 Palavras (6 Páginas)  •  1.591 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

HISTORIA DA EDUCAÇÃO DO PIAUI

1) PERIODO COLONIAL

      No Piauí os jesuítas se estalaram em 1711 onde o trabalho desenvolvido por eles limitou-se a catequese de filhos de colonos e índios aldeados, bem como na administração das fazendas de gado deixadas como herança por domingos Afonso Mafrense.  Após a instalação oficial os jesuítas dividiram-se em dois grupos distintos, um ligado a administração das fazendas de gado, e o outro aos aldeamentos no Delta do Parnaíba. Uma vez instalado nas terras piauiense por interesses pecuniários, os jesuítas encontraram na distância dos núcleos populacionais, na pobreza do meio, nas precárias condições de comunicação e acesso, e na baixa densidade demográfica, argumentos para a não implantação de seminários em colégios, bem como no pouco interesse que a população de vaqueiros e pequenos agricultores demostravam pelo ensino das primeiras letras. Tudo concorriam para justificar a não aplicação dos rendimentos obtidos com a administração das fazendas pela companhia Jesus na Educação do Piauí.

     A presença dos jesuítas no Piauí, com exceção da vila da Mocha, não resultou na edificação de colégios, pois o trabalho resumia-se em aulas de catequese, como forma de “aliciamento” ou “docelização” de índios adultos e curumins. “Não cogitaram nunca em fundar escolas ou colégios para o ensino de primeiras letras”. Se apresenta porém, mais como curraleiros, do que educadores propriamente ditos. Já na vila da Mocha, o trabalho dos jesuítas consistia em aulas para filhos de fazendeiros e colonos na preparação de uma elite para ocupação de funções públicas. As dificuldades de pacificação do elemento indígenas, perturbações políticas locais somadas as precariedades estruturais dificultam a permanência do seminário da vila da Mocha, no Piauí, levando os superiores da ordem dos jesuítas a transferir o seminário para a região de Aldeias Altas, na capitania do Maranhão. O fechamento do seminário da Vila da Mocha provocou nas famílias de melhores posses a necessidade de enviar seus filhos para estudos em Aldeias Altas ou em outros centros. As outras crianças e jovens de menores posses daquela região tiveram de agudar a expedição do Alvará Régio, de 03 de maio de 1757, criado duas escolas: uma para meninos, na qual devia aprender a doutrina cristã, ler, escrever e contar; outra para meninas, que deveria aprender, além da doutrina cristã, a ler, a escrever, a contar, e também cozer, fiar e fazes rendas.

      Em 1730 o padre Tomé de Carvalho, ofereceu a base econômica necessária para a implantação de um seminário: uma fazenda de gado, onde os rendimentos seriam revestidos para manutenção de educandário, cuja condução deveria ser confiada aos jesuítas.  Já em 1739 houve a criação do seminário do Rio Parnaíba, liderado por um grupo de jesuítas do colégio do maranhão, o seminário do Rio Parnaíba na vila da mocha foi por quase vinte anos, a única referência educacional secundária da companhia de jesus no Piauí.

      Em suma em 1759, os jesuítas são expulsos após serem declarados e prescritos como rebeldes, traidores, adversários e agressores do rei. Como a expulsão dos jesuítas do território colonial brasileiro foram interrompidas as pequenas e únicas iniciativas existentes no campo educacional, e colocava para a coroa portuguesa, o desafio de bancar o sistema educacional, com a introdução de aulas régias que incluía gramatica latina, grego e retórica, onde leigos começam a ser introduzidos no ensino e o estado assumiu pela primeira vez os encargos da educação. A capitania do Piauí enfrenta então uma situação de ostracismo e esquecimento, desfavorecido do poder público. As circunstâncias físicas, demográficas e econômicas da capitania do Piauí somadas ao desinteresse dos superiores da ordem, não permitiram os jesuítas estabelecidos no Piauí, a formação de um grande aparato educacional, nem o preparo de uma elite intelectual, necessária à ocupação de cargos públicos no Governo da Capitania, que iniciava sua estruturação.

      Em seu governo, Marquês de Pombal implantou um modelo educacional que visou criar uma escola diferente da jesuítica, a nova escola seria uniformizada em seu currículo (aritmética, álgebra, geometria, latim, grego e retórica), desvinculada da religião e voltada para o mundo (secularizada) e baseado nos interesses do estado Português. Inaugurava-se então uma nova fase na educação da colônia.

      O sonho de marques de pombal de um bem articulado sistema de ensino, sob a orientação de “Diretoria de estudos”, ´diretoria essa que só passou a funcionar após o afastamento do próprio Marquês(1777) que passou a assumir a incumbência da administração e a direção dos estudos das escolas menores de Portugal e de suas colônias. Na verdade, pouco restou da prática educativa pombalina.

      Cada aula régia era autônoma e isolada com professor único uma não articulada com a outra, os professores não tinham preparação para a função, eram improvisados e mal pagos, cujo cargo, na maioria das vezes, era feito da intervenção e nomeação de autoridade locais seguidas muitas delas de aprovação religiosa, e tornavam-se após contratados, “proprietários” vitalícios e inamovíveis de suas aulas regias. Nessas aulas era proibida o emprego da língua indígena. O latim, grego e retórica eram mais ensinadas do que a língua portuguesa.

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