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A Era dos Extremos 1914-1991 (E.J. Hobsbawn)

Por:   •  25/4/2019  •  Resenha  •  1.173 Palavras (5 Páginas)  •  146 Visualizações

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Fichamento – A era dos extremos 1914-1991 (E. J. Hobsbawm)

Rumo ao abismo econômico

Hobsbawm analisa o profundo efeito do colapso econômico entre as guerras na história do século XX. Ele afirma que a Primeira Guerra Mundial foi seguida por um colapso mundial, sentido em todos os lugares onde as pessoas realizavam transações impessoais de mercado. Entre as guerras, a economia mundial capitalista parecia desmoronar. Ninguém sabia como ela poderia ser recuperada.

No passado, ondas e ciclos (longos, médios e curtos) tinham sido aceitos por homens de negócios e economistas. Esperava-se que a economia mundial continuasse crescendo e avançando como antes, a exceção das súbitas e breves catástrofes das depressões cíclicas. O que parecia ser novo, no início do século XX, era que, pela primeira vez na história do capitalismo, suas flutuações apresentavam perigo para o sistema e a curva secular de subida parecia interromper-se.

Hobsbawm afirma que durante o período da Grande Depressão (1929-33), o crescimento econômico não cessou. Apenas diminuiu o ritmo. Contudo, a economia mundial não se encontrava em expansão. A globalização da economia dava sinais de que parara de avançar nos anos entre guerras. Durante a Grande Depressão, até mesmo o fluxo internacional de capital pareceu secar. Entre 1927 e 1933, os empréstimos internacionais caíram mais de 90%.

Por que essa estagnação?

Hobsbawm afirma que a maior das economias do mundo, a dos EUA, passou a ser praticamente autossuficiente. E a Grã-Bretanha e os países escandinavos mostravam esta mesma tendência. Cada Estado tentou proteger ao máximo suas economias das ameaças externas, ou seja, da economia mundial que estava visivelmente abalada.

Na década de 1920, ocorreu um espetacular colapso do sistema monetário. As poupanças privadas desapareceram, criando um vácuo quase completo de capital ativo para as empresas. Os governos mudaram as moedas, medida esta que prejudicou as pessoas na Alemanha que dependiam de rendas fixas e poupanças. O resultado disso foi traumático para as classes média e média baixa locais, e deixou a Europa Central pronta para o fascismo.

Em 1924, esses furacões pós-guerra se acalmaram. Houve algo parecido com um retorno ao crescimento global, embora o preço dos produtos primários tivesse voltado a cair. Além disso, na maior parte da Europa Ocidental, o desemprego permaneceu assombroso.

Em outubro de 1929, começou uma crise universal e profunda com a quebra da Bolsa de Nova York – algo muito próximo do colapso da economia mundial.

Houve uma crise na produção básica, tanto de alimentos como de matérias-primas, porque os preços entraram em queda livre. Isso prejudicou profundamente os países que dependiam do comércio internacional de produtos primários. Em suma, a Depressão tornou-se global.

Para os homens e mulheres contratados por salários, a consequência da Depressão foi o desemprego em escala inimaginável e por mais tempo do que qualquer um já experimentara. O que tornava a situação mais dramática era que a previdência pública na forma de seguro social e auxílio-desemprego não existia ou era insuficiente. Não surpreende, portanto, que o desemprego fosse visto como uma ferida profunda e potencialmente mortal ao corpo político.

Hobsbawm afirma que o senso de catástrofe causado pela Grande Depressão foi talvez maior entre os homens de negócios, economistas e políticos do que entre as massas. A ausência de qualquer solução política dentro do esquema da economia liberal tornou dramática a situação para os tomadores de decisões econômicas.

Os Estados começaram a erguer barreiras cada vez mais altas a fim de proteger seus mercados e suas moedas nacionais contra os furacões econômicos mundiais, mesmo sabendo que isso significava o desmantelamento do sistema mundial de comércio multilateral.

Segundo Hobsbawm, a Grande Depressão destruiu o liberalismo econômico por meio século. Quase simbolicamente, a Grã-Bretanha em 1931 abandonou o Livre Comércio. Os governos ergueram barreiras tarifárias ainda mais altas e passaram a subsidiar a agricultura, assegurando os preços agrícolas.

A Grande Depressão obrigou os governos ocidentais a darem prioridade às considerações sociais em suas políticas de Estado. Assim, os dirigentes empenharam-se em tentar eliminar o desemprego em massa, pois sabiam que isso era política e socialmente explosivo.

O trauma da Grande Depressão foi realçado pelo fato de que um país que rompeu com o capitalismo parecia imune a ela: a URSS. Enquanto o capitalismo liberal ocidental estagnava, a União Soviética entrava numa industrialização rápida e maciça. E

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