A Era dos Extremos: o breve século XX
Por: karlossilva • 23/5/2018 • Resenha • 635 Palavras (3 Páginas) • 456 Visualizações
Eric J. A Era dos Extremos: o breve século XX. (Introdução- O século: visão aérea).
Eric Hobsbawn foi um dos mais brilhantes historiadores do século 20 e influenciou gerações de estudantes e intelectuais que se interessam pela história contemporânea. Nasceu na cidade de Alexandria, no Egito, em 1917 e mudou-se para Londres em 1933 com sua família. Hobsbawn foi também um autor importante e o didatismo e a clareza de seus trabalhos granjearam grande número de leitores, que sempre reconheceram a relevância de sua obra, principalmente como fonte instigadora da capacidade de enxergar o mundo contemporâneo em suas distintas nuances.
No contexto de Hobsbawn definir que o século XX terá sido breve, podemos atribuir isso basicamente ao fato de que ele começa a contar cronologicamente a partir de 1914, ou seja, ele inicia sua contagem do século logo após a eclosão da 1ª Grande guerra, e estende-se sua contagem ate o ano de 1991 ano em que a houve a queda da União Soviética.
Dentre os 12 depoimentos o que mais me chama atenção foi o 4º de Rene Dumont (agrônomo e ecologista da França) “Vejo-o apenas como um século de massacres e guerras”.
Realmente o século XX foi marcado por grandes guerras, grandes massacres, mas também foi o século em que houve mudanças, fundamentais para o desenvolvimento do homem moderno, tanto social, econômico quanto tecnologicamente falando, E não como o autor descreve apenas por guerras e massacres.
Hobsbawn aborda as Eras das Catastrofes como um período onde não apenas a paz, a estabilidade social e a econômica, como também as instituições políticas e os valores intelectuais da sociedade liberal burguesa do século XIX entraram em colapso.
Em sua obra Hobsbawn afirma que uma aliança bizarra envolvendo o capitalismo liberal e o comunismo colaborou para salvar seu inimigo natural o capitalismo, resultando na vitória contra a Alemanha de Hitler. Esse momento em que esses dois sistemas dão uma trégua e põem – se a face contra um outo inimigo o facismo, constitui um ponto critico na história do século XX. Do qual podemos tirar um paradoxo histórico nas relações entre capitalismo e comunismo, que na maior parte do século com exceção do breve período de antifascismo — ocuparam posições de antagonismo inconciliável
Da qual sem esta, o mundo hoje (com exceção dos EUA) provavelmente seria um conjunto de variações sobre temas autoritários e fascistas, mais que de variações sobre temas parlamentares liberais.
Varias foram as inovações tecnológicas ocorridas em meados do século XX, que foram intensificadas nos preparativos para as guerras que assolariam o século, das quais mudaram os rumos da guerra, pensemos na aeronáutica e nos computadores, as descobertas da física nuclear, a bomba atômica. Que não só intensificaram ainda mais as baixas da guerra, como também ajudaram muito a difundir a especialização técnica, e certamente tiveram um grande impacto na organização industrial e nos métodos de produção em massa, mas o que conseguiram foi, de longe, mais uma aceleração da mudança que uma transformação.
Segundo o autor três aspectos, três aspectos diferenciam o mundo do final do século XX do mundo de seu início, a Europa até então centro inquestionado de poder, riqueza, intelecto e “civilização ocidental” quando o século começou havia entrado em declínio e consequentemente caiu.
A segunda transformação foi mais significativa. Entre 1914 e o início da década de 1990 o globo foi muito mais uma unidade operacional única, como não era e não poderia ter sido em 1914.
A terceira transformação, em certos aspectos a mais perturbadora, é a desintegração de velhos padrões de relacionamento social humano, e com ela, aliás, a quebra dos elos entre as gerações, quer dizer, entre passado e presente.
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