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A Expansão marítima .

Por:   •  23/10/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  998 Palavras (4 Páginas)  •  249 Visualizações

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Expansão marítima: os detalhes

 

No século XV, com a unificação de Portugal e Espanha, os dois reinos se lançaram ao Atlântico, em busca de um caminho marítimo para o Oriente. Vários fatores podem explicar o pioneirismo ibérico, além da centralização política, a posição geográfica privilegiada e o investimento tecnológico feito pela Coroa. Um exemplo é a famosa Escola de Sagres, que não é exatamente uma escola, da maneira tradicional, mas sim a denominação do conhecimento produzido por cientistas da época que buscavam novos equipamentos e tecnologias que permitissem cruzar o Atlântico.  

 

Ainda que já existisse um comércio marítimo feito pelo Mediterrâneo desde longa data, a travessia do Oceano Atlântico, também chamado de mar Oceano, era um feito quase impossível. Não existiam barcos que fossem fortes e rápidos o suficiente, nem instrumentos que permitissem uma leitura confiável. Tampouco havia cartas náuticas precisas e, soma-se a isso, uma enorme superstição que cercava essa travessia. Acreditava-se que a terra era plana e o mar povoado por monstros e criaturas marinhas perigosas, como serpentes e sereias.  

 

Todavia, também no campo cientifico ocorreu um movimento renascentista. De modo geral, se podemos dizer que o renascimento constitui a retomada de valores clássicos da antiguidade, isso é válido para explicar a recuperação de conhecimentos produzidos na Grécia e Roma clássicas. Assim, a ciência dos séculos XV e XVI também ganha impulso, em áreas como Medicina, com o estudo do corpo humano, Astronomia, Física, Matemática e Engenharia, que estariam diretamente ligadas ao processo de expansão marítima. Esse conhecimento científico permitiu o desenvolvimento das caravelas. Estas embarcações eram fortes e resistentes. Faziam uso das velas latinas, que permitia aproveitar melhor os ventos. Na ausência de vento, utilizava-se o remo, o que aumentava ainda mais sua eficiência. Não foram só mercadorias que chegavam a Europa via Oriente. Muito do conhecimento científico desenvolvido pelos europeus chegou a Europa pelo mesmo caminho que faziam os mercadores. Os árabes eram matemáticos notáveis e haviam herdado grande parte do conhecimento do mundo antigo. É do Oriente que foi trazido o astrolábio, instrumento que mede a altura dos astros a partir do horizonte.  

 

O desenvolvimento tecnológico, com apoio estatal e o investimento burguês constituem os principais fatores que levaram ao início da expansão marítima. Portugal concentrava seus esforços em contornar o continente africano com o objetivo de chegar as Índias e foi a Espanha quem deu o passo mais audacioso.  

 

Em 1492, com a expulsão dos muçulmanos de Granada, a unificação do reino espanhol estava completa. Com o fim desse processo, a Coroa pode direcionar seus esforços na busca de metais preciosos e do caminho marítimo para o Oriente. Mas a viagem era incerta, e o investimento arriscado. Foi preciso um grande esforço para que ele se completasse e parte destes esforços coube ao navegador genovês Cristóvão Colombo.

 

Poucas figuras históricas são tão controversas e polêmicas quanto Colombo. Pouco se sabe realmente sobre sua vida e mesmo seu nascimento na cidade de Gênova, em 1451, tem sido constantemente questionado. O que podemos afirmar é que Colombo era marinheiro, possuía grande experiência em navegação e provavelmente não era de família nobre. Sua curiosidade levou-o a estudar mapas cartográficos e, fazendo uso de um vasto material náutico, chegou à conclusão que a terra não era plana, mas sim redonda, diferente do que se acreditava na época.

 

Não que ele tivesse sido o primeiro a chegar a esta conclusão, mas a Igreja considerava a afirmação uma heresia e a publicação de trabalhos sobre o tema passava pelo crivo acirrado da Igreja. Ainda que fosse um homem religioso, e disso há poucas dúvidas, Colombo defendeu com firmeza suas convicções e teve na rainha Isabel I uma protetora.  

 

O navegador defendia a possibilidade de cruzar o Atlântico, com o apoio da Coroa espanhola, iniciou sua viagem em agosto de 1492, partindo do porto de Palos, com três navios. Seus cálculos estavam errados e se não tivessem chegado a um novo continente, provavelmente ele e toda sua tripulação teriam morrido no mar.  

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