A Filosofia da Educação
Por: raaf244 • 14/7/2021 • Trabalho acadêmico • 3.201 Palavras (13 Páginas) • 243 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
RAFAEL PEREIRA DA SILVA
Historia da educação
Será abordado um breve relato histórico da educação no mundo e no Brasil, visando mostrar sua importância na sociedade desde os primórdios da humanidade. Para que se compreenda quão importante é o papel da educação para a formação tanto da sociedade quanto do indivíduo, o presente artigo explana desde o surgimento da educação nas comunidades primitivas passando por diversos países até chegar no Brasil.
1 Primórdios da educação no mundo
Tradição nas comunidades primitivas
Desde os primórdios da humanidade, podemos perceber o poder do ensino e da educação, bem como seu grande papel social, mas ela não se dava da forma como conhecemos hoje, e diferente era seu objetivo. Nas comunidades primitivas as crianças e jovens aprendiam técnicas grupais de sobrevivência e práticas coletivas como caça, pesca, plantio, enfim, sua cultura. Não existia uma instituição determinada para a educação: ela se dava em “casa” e no convívio com seu grupo ou tribo, e assim era repassada de pai para filho, confirmada através de gerações.
[...] as crianças acompanhavam os adultos em todos os seus trabalhos, ajudavam-nos na medida das suas forças e, como recompensa, recebiam a sua porção de alimentos como qualquer outro membro da comunidade. A sua educação não estava confiada a ninguém em especial, e sim à vigilância difusa do ambiente. Mercê de uma insensível e espontânea assimilação do seu meio ambiente, a criança ia pouco a pouco se amoldando aos padrões reverenciados pelo grupo. A convivência diária que mantinha com os adultos a introduzia nas crenças e nas práticas que o seu grupo social tinha por melhores. Presa às costas da sua mãe, metida dentro de um saco, a criança percebia a vida da sociedade que a cercava e compartilhava dela, ajustando-se ao seu ritmo e às suas normas [...], a criança adquiria a sua primeira educação sem que ninguém a dirigisse expressamente. [..] nas comunidades primitivas, o ensino era para a vida e por meio da vida; para manejar o arco, a criança caçava; para aprender a guiar um barco, navegava. As crianças se educavam tomando parte nas funções da coletividade. . (PONCE, 1989, p.19)
Segundo o pensamento de Aranha (2006, p. 35), nas primeiras sociedades “os mitos e ritos são transmitidos oralmente, e a tradição se impõe por meio da crença”. A educação se dava por aquilo que as crianças viam e ouviam cotidianamente, criando repetições de comportamento e consequentemente uma tradição. Pode-se dizer que seu objetivo principal era a sobrevivência do grupo.
Paideia Grega
Após milhares de anos e gradativa evolução social, chegamos à Grécia Antiga, onde a educação sofre uma verdadeira dedicação e se revoluciona. Muito da educação ocidental é devida a Paidéia Grega, um complexo educacional de Ginastica, Gramática, Retórica, Música, Matemática, História, Filosofia, entre outras matérias, para formação de cidadãos capazes de exercer ativo papel na sociedade. Nesse contexto, a educação era para alunos seletos, excluindo-se mulheres, escravos e estrangeiros. Inclusive, a etimologia da palavra “escola” é de origem grega “scholé”, que significa “discussão”, “conferência” e também “tempo livre”, o que quer dizer, em outros termos, que no tempo livre pode-se desenvolver uma conversa útil, digna de aprendizado.
Para Jaeger (1995, p. 5), “não é possível descrever em poucas palavras a posição revolucionadora e solidária da Grécia na história da educação humana”, pois toda a sua história se volta a esse destino: “a ideia de educação representava para ele o sentido de todo o esforço humano”.
3 Escolástica
Avançando um pouco mais no tempo, chegando à Idade Média, temos os mosteiros como responsáveis pelo ensino, ainda assim muito seletos, com alunos da elite e estudos extremamente ligados à religião “Os mosteiros e a institucionalização do ensino na Alta Idade:
O mosteiro foi o primeiro espaço de organização e preservação dos saberes na Idade Média. Eles salientam que a concepção que temos de um local especialmente destinado à sistematização do ensino e do conhecimento nasceu da ideia cristã de evangelização presente no mosteiro e nas escolas cristãs dessa época. Afiançam que a palavra escolare deu origem não só a escola, mas que o conceito filosófico que norteou o ensino, ao longo do medievo, deriva dessa sistematização do conhecimento. Em razão disso recebeu o nome de Escolástica
Grande parte da população da época ainda não possuía habilidades educacionais básicas como ler, escrever e fazer contas matemáticas. Até que o comércio começou a crescer, e essas habilidades passaram a ser uma necessidade dos comerciantes, forçando a burguesia a investir em uma escola, uma instituição própria para ensinos práticos que os ajudassem a crescer ainda mais financeiramente, tocando seus negócios com maior sabedoria. Em outras palavras, o desenvolvimento da escola como instituição de ensino está intimamente ligado a burguesia e ao capitalismo. Um exemplo disso é o pensamento de Adam Smith, um dos grandes teóricos do Capitalismo, que educação como necessidade, em pequenas doses, à massa trabalhadora.
O Surgimento da educação pública
Foi em 1717, na Prússia, que surgiu a educação pública, instituída escola obrigatória para crianças entre 5 e 12 anos, pelo rei Frederico Guilherme, surgindo posteriormente, inclusive, leis que impediam a contratação de qualquer criança que não concluísse esse estudo obrigatório. Essa educação obrigatória era de profundo interesse do Estado para a formação de soldados e operários, mas revolucionou a sociedade em vários aspectos.
Foi o rei Frederico Guilherme I quem inaugurou o sistema de educação compulsória prussiano, o primeiro sistema nacional na Europa. Em 1717, ele ordenou a frequência obrigatória para todas as crianças nas escolas estatais e, em atos posteriores, seguiu com a disposição para a construção de mais escolas. (ROTHBARD, 1999, p. 25)
O sucessor de Frederico II, Frederico Guilherme III, Barão Vom Stein, deu continuidade a esse ideal educacional abolindo escolas privadas semirreligiosas, decretando a necessidade de um exame estatal e certificação
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