A HISTÓRIA DA AMÉRICA
Por: Daniel Ayres • 17/3/2018 • Resenha • 747 Palavras (3 Páginas) • 190 Visualizações
AD 1 – HISTÓRIA DA AMÉRICA
Prezado Aluno,
segue anexa a esta seção a AD de número 1. Trata-se de uma resenha sobre o texto 2 da Aula 4: WANDERLEY, Marcelo da Rocha. Vidas Mescladas. Mulatos livres e hierarquias na Nova Espanha 1590-1740. In: PAIVA, Eduardo França; AMANTINO, Marcia e IVO, Isnara Pedro (orgs). Escravidão, Mestiçagens, Ambientes, Paisagens e Espaços. São Paulo: Annablume, 2011, p. 81-94.
Estamos anexando uma resenha como exemplo. Isso não significa que seu trabalho tenha que ser igual ou seguir a mesma formatação. Trata-se tão somente de um exemplo no sentido de auxiliá-lo.
Observe as indicações no corpo da atividade e as observações que atentam para os critérios de correção. Procure realizar seu trabalho da melhor forma possível, pois, além de ser um bom índice de aferimento pessoal da sua aprendizagem, ele compõe parte de importante de sua avaliação.
Bom trabalho!
Vidas mescladas. Mulatos livres, e hierarquias na nova espanha (1590 – 1740)
Wanderley, Marcelo Da Rocha
O texto fala sobre o aumento da população africana na Nova Espanha, creditando-a principalmente à dizimação da população nativa, sobretudo a partir do final do século XVI, destacando a presença dos mulatos livres. Aponta o tráfico negreiro praticado pelos portugueses como a causa do aumento dessa população, bem como o rompimento dos contratos comerciais com os portugueses, após 1640, como o responsável pela grande queda no tráfico de escravos africanos.
Em um processo autofágico, a expressiva população negra miscigenou-se com outros grupos étnicos, originando os mulatos livres da Nova Espanha, objetos desse estudo (com especial ênfase aos residentes na Cidade do México). O enfoque está nas relações entre este grupo e os demais segmentos da sociedade (criollos, mestiços, indígenas e negros escravos) e a rede de poder social (negociações, benefícios para a adaptação e identidade própria).
A definição de “mulato” é complexa, sendo o grupo classificado por conceitos ambíguos que envolvem cor, combinações raciais e distinções jurídicas (libertos, forros ou escravos). Não eram de uso cotidiano essas categorizações, ficando restritas ao discurso da elite da Nova Espanha, notadamente os setores administrativos, civis o eclesiásticos, preocupados com questões censitárias-tributárias. Ainda que em um primeiro momento o mulato fosse a descendência do negro africano com outras castas hispânicas, o termo também foi usado para designar, num sentido mais amplo, todos que não fossem negros, como judeus, mouros e berberes (que mais tarde passaram à classificação de loro) de forma a ser proibido o tráfico de mulatos. Consolidado no século XVII, esse sistema classificatório se baseou na cor da pele e em traços anatômicos.
Pejorativamente, o termo mulato é derivado de “mula”, animal híbrido e estéril e, portanto, sem condições de transmitir qualidades positivas à linhagem branca.
Na prática, o uso dessa classificação engloba a homogeneização dos registros dos indivíduos de origem africana, tanto quanto a dificuldade em relacionar genótipo/fenótipo. Essa confusa classificação era alvo de estratégias pessoais, visando a mobilidade social e a própria identidade pessoal. A designação de certos indivíduos como mulatos livres era importante no campo social, para a formação de clientela e de laços de amizade e de parentesco. Como exemplo, cita o caso de um processo para contrair novo casamento, onde consta no primeiro matrimônio “negro livre de cativeiro” e, no segundo, “mulato livre”, ou seja, o matrimônio foi o instrumento usado para mudar a situação de cor do noivo.
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