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A MARINHA NA GUERRA DO PARAGUAI

Por:   •  13/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.197 Palavras (9 Páginas)  •  683 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA

TRABALHO

DE BRASIL IMPÉRIO

A Guerra do Paraguai: A participação da Marinha brasileira.

por:

Freddy Kim Vargas

Rio de Janeiro

Novembro de 2014

 A participação da Marinha brasileira na Guerra do Paraguai

                

        Antes de se abordar o tema específico deste trabalho, que consiste em exemplificar a participação da Marinha brasileira na Guerra do Paraguai, se faz necessário descrever, de forma sucinta, um breve histórico sobre a formação e atuação da Marinha bem como apontar causas e motivos do conflito, de maneira que se possa ter uma ideia da situação por qual o país e as forças aramadas da época passavam.

        A Marinha do Brasil tem sua origem ligada ao próprio nascimento do país, tendo como marco o desembarque das naus do descobrimento de Pedro Alvares Cabral sua tripulação e a comissão formada por oficiais da Marinha portuguesa, designada pelo Rei de Portugal da época.  A Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha, criada em 28 de julho de 1736 pelo Rei de Portugal, foi reorganizada por D. João VI quando da sua chegada ao Brasil em 1808, nomeando D. João Rodrigues de Sá e Menezes - Conde de Anádia para ser o primeiro Comandante da Marinha do Brasil. Vale ressaltar inúmeras participações desta força em batalha navais como as lutas pela consolidação da independência, no movimento separatista na província Cisplatina, nas inúmeras revoltas regenciais, como a Revolução Farroupilha e a Balaiada.

        Como causa inicias do conflito pode-se destacar a oposição da Argentina, do Brasil e do Uruguai à autossuficiência do Paraguai, ressalta-se também a influência inglesa, que via o Paraguai como provável ameça a sua potência hegemônica industrial. A livre navegação do prata e dos afluentes dos rios Paraguai e Paraná, eram de grande cobiça por parte de Brasil e Argentina, a importância destes rios para a predominância do comércio naval e para a defesa das encostas ribeirinhas de ambos os países, promoveu uma disputa a parte entre a marinha brasileira e argentina.

        A Guerra do Paraguai, que ocorreu entre 1865-1870, foi o maior conflito militar da América do Sul, somente superado em vítimas no Novo Mundo pela Guerra Civil Americana (1861-1865). A Tríplice Aliança, formada por Brasil, Uruguai e Argentina, declarou guerra ao  Paraguai, com intuito de depor o ditador Solano Lopéz e de impedir a ascensão do único estado economicamente livre. Para o Brasil foi um desafio que exigiu um enorme esforço logístico. Foi a primeira grande mobilização do País, inclusive recrutando pessoas de todas as províncias. Nessa guerra, os brasileiros das diversas regiões passaram a se conhecer melhor e se acostumaram a trabalhar juntos, o que, sem dúvida, favoreceu a consolidação da nacionalidade brasileira.

        A participação da Marinha foi de suma importância estratégica para a conquista dos territórios inóspitos que compreendiam as fortificações paraguaias. Entre os inúmeros combates navais e desembarques de tropas, feitas pela armada brasileira da época e o Corpo de Fuzileiros  Navais, destacam-se a Batalha Naval do Riachuelo e a tomada do forte de Humaitá.

        A área onde se deram os embates era muito pantanosa e cortada por rios de difícil navegação para navios de grande porte que a armada brasileira possuía. No Rio Paraguai, o principal da região, os paraguaios montaram um sistema defensivo baseado numa série de fortalezas, e a de Humaitá era a mais poderosa. A maioria das embarcações de guerra do Império era inadequada para enfrentar aqueles obstáculos naturais e militares, o que exigiu um rápido desenvolvimento da tecnologia naval brasileira. O auge desse processo foi a fabricação de um novo tipo de navio. No século XIX, a construção naval havia sido impulsionada pela Revolução Industrial. Em pouco mais de meio século, rápidas transformações resultaram em novos navios de guerra, como o Monitor, que foi usado pela primeira vez durante a Guerra de Secessão dos Estados Unidos (1861-1865). Ele tinha casco de madeira revestido de couraça de ferro, uma torre giratória com dois canhões, e ficava pouco exposto acima da linha d’água, o que o tornava um alvo difícil para os inimigos.

        O almirante Joaquim José Ignácio (1808-1869), então ministro da Marinha e futuro barão e visconde de Inhaúma, defendeu a aquisição desse tipo de embarcação em um relatório do Ministério da Marinha apresentado ao Parlamento em 1862. Curiosamente, foi ele mesmo quem empregou pela primeira vez aquele tipo de navio em favor do Brasil anos depois

 Coube ao Almirante Tamandaré o comando das forças navais no início da guerra, em 1865 e 1866. Logo, ele estabeleceu o bloqueio naval e se empenhou na organização de um apoio logístico eficiente. O suprimento de combustível, mantimentos e munição e o apoio de manutenção aos navios foram fundamentais para o bom êxito das operações. Em seguida, Tamandaré comandou a operação militar de Passo da Pátria, invadindo o território inimigo e obtendo bom êxito em um difícil desembarque de grande envergadura. Na tentativa de conquistar as fortificações do Rio Paraguai, que impediam o avanço aliado, comandou o apoio naval. Solicitou exoneração do cargo por razões de saúde e políticas, sendo substituído no comando, em dezembro de 1866, pelo Visconde de Inhaúma.

        Na Batalha Naval de Riachuelo, em 11 de junho de 1865, o Chefe-de-Divisão Francisco Manoel Barroso da Silva, que ele designara para comandar as divisões no Rio Paraná, obteve uma vitória decisiva, que garantiu o bloqueio e mudou o curso da guerra. Porém, embora com a vantagem em terra sobre os seus adversários a marinha do Paraguai não tinha possibilidade de enfrentar a marinha brasileira, que era superior em qualidade e número de navios. Ocorre que sem controlar o rio Paraná, o Paraguai não podia apoiar eficientemente as suas forças expedicionárias, que corriam o risco de ficar cercadas.

        Com o objetivo de ganhar a vantagem táctica também no campo naval, os paraguaios atacaram a esquadra brasileira fundeada nas proximidades da desembocadura de um dos afluentes do rio Paraná. O ataque foi iniciado de madrugada, os navios paraguaios apareceram na neblina, quando os navios brasileiros estavam ancorados próximo à margem. A juntar à artilharia dos seus navios, os paraguaios tinham ainda enviado artilharia terrestre para a margem do rio, com o objetivo de garantir a destruição dos navios brasileiros. Embora com mais e melhores navios, a violência e rapidez do ataque paraguaio, deixou as forças brasileiras desorganizadas e em clara desvantagem táctica. A frota paraguaia, passa em frente aos navios brasileiros, e dispara várias vezes praticamente sem que houvesse resposta brasileira. Depois que os paraguaios seguem em direção a nascente, a frota brasileira, sai do ancoradouro para perseguir os paraguaios, que voltaram para junto da costa do lado norte. Mas era uma armadilha, e a esquadra brasileira caiu nela. Ao tentar perseguir os paraguaios os navios brasileiros aproximam-se demasiado da costa, e ficam ao alcance da artilharia que os paraguaios tinham colocado em terra. A frota brasileira desorganiza-se. Muitos dos navios brasileiros são adequados à navegação no mar e encalham nas águas rasas das margens do rio. Aproveitando a confusão, os navios paraguaios voltam a aproximar-se da esquadra brasileira, com o intuito de tomar os navios, que lhes seriam uteis em futuros combates.

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