A Peste Negra

Peste Negra

        É muito provável que hoje em dia as pessoas já tenham ouvido falar sobre a Peste Negra, mas poucos sabem como, onde e por que surgiu. Sabem de sua consequência, a morte de 1/3 da população Europeia, e, por conseguinte, a diminuição drástica da população mundial. Este texto irá tratar desses assuntos. Porém, para falar sobre a Peste Negra é importante nos situarmos no tempo e espaço aonde ocorreu, e principalmente o motivo do seu surgimento, para depois entender suas consequências.

        A partir do Séc. XI, a Europa possuía uma população relativamente superior aos séculos passados (em alguns séculos a população da Europa cresceu de 8 milhões para 26 milhões de habitantes), devido a um “momento de paz”, onde as terras Europeias já teriam sido divididas entre os reinos. Essa massa de pessoas precisava de um lugar para morar e trabalhar, por isso procuravam os feudos, onde receberiam terras e poderiam cultivá-las (dando grande parte de sua colheita para o Senhor Feudal). Os burgos, pequenas vilas e cidades comerciais, já existiam nesta época, porém, devido a altas taxas de juros e pouco retorno monetário tinham uma população menor.

Começa a surgir uma necessidade de expansão territorial devido à grande centralização rural do trabalho. Isso faz com que comece a surgir as Cruzadas, movimento expansionista criado pela Igreja Católica com o intuito de retomar a cidade de Jerusalém.

 Além do crescimento territorial e um excedente de alimentos vindo dos feudos, os reis e nobres europeus começam a dar maior importância aos produtos vindos do oriente, como: alimentos, perfumes, roupas, joias, etc., tudo de diferente o que não encontravam em suas terras.

Isso faz com que as pessoas comecem a trabalhar com matérias primas e produtos vindos do exterior, e não mais nos feudos, assim se estabelecendo nos burgos. O comércio com o estrangeiro mostrou ser um investimento promissor, um exemplo de cidade comercial é Veneza. O plebeu agora trabalhava e era remunerado de acordo com seu produto. Ainda pagava impostos, mas podia usufruir do que restava do seu trabalho, diferente do feudo, onde ele mantinha somente o suficiente para sobreviver, o restante iria para o Senhor Feudal.

Junto a essa grande aglomeração de pessoas, a higiene e o ambiente começam a mudar. As cidades possuíam valas para o centro das ruas, as pessoas jogavam seus dejetos pela janela, o banho ainda era algo raro de ser feito. Isso atraía animais e insetos que poderiam trazer doenças.

Segundo Tuchman “Em outubro de 1347 [...] navios mercantes genoveses chegaram ao porto de Messina, na Sicília, com homens mortos e agonizantes nos remos. ”. Era um sinal do início do fim. A Peste Negra, que provavelmente iniciou na África e/ou Ásia teria vindo ao ocidente por meio de navios mercantis, onde ratos com pulgas (que continham a doença) mordiam os navegadores, criando inchaços escuros com tamanhos de até uma maçã, que solavam pus e sangue. Os marinheiros tinham febre e muita tosse, e acabavam morrendo em até 5 dias depois desses sintomas.

Ninguém sabia o que era essa doença, muito menos como trata-la. Pessoas contraiam essa doença em contato com outras já infectadas, e como a cidade não era muito limpa e a população era muito grande, a doença se espalhou em poucos dias. A única certeza que eles viam era a face da morte, pois muitos não conseguiam pedir perdão de seus pecados aos padres e freires pois morriam em 24 horas.

A ideia de punição divina começa a se espalhar. Começam a surgir perguntas que ninguém sabia as respostas, como: “Por que Deus está lançando tal praga sobre nós? O que fizemos para merecer isso? ”. Isso faz com que a estrutura religiosa cristã comece a desestabilizar ainda mais.