A Raça e Racismo
Por: Saulo Maia • 9/4/2023 • Ensaio • 4.448 Palavras (18 Páginas) • 96 Visualizações
Fundação Educacional Serra dos Órgãos – FESO [pic 1]
Centro Universitário Serra dos Órgãos – UNIFESO
Centro de Ciências da Saúde – CCS
Curso de Graduação em Psicologia - DIURNO
[pic 2]
Disciplina: DESFIOS CONTEMPORÂNEIOS
Professora: Doutora Cláudia Vaz
Tema: Raça e Racismo
Raça e Racismo
Antônio Gustavo Magalhães Lobo
Ione Aparecida de Freitas Bravo
Lethicia Afonso de Carvalho
Maria das Graças de Almeida Simonini Palhares
Marli de Oliveira Alves de Almeida
Saulo Maia Pinto
Teresópolis – RJ - 2023
Fundação Educacional Serra dos Órgãos – FESO[pic 3]
Centro Universitário Serra dos Órgãos – UNIFESO
Centro de Ciências da Saúde – CCS
Curso de Graduação em Psicologia - Diurno
Trabalho em grupo 01
DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
- Cada uma das questões valerá 2,5 pontos.
- Plágio resultará em nota zero em sua questão
- O que é “democracia racial”?
- Disserte sobre a “nova história” escrita para o Brasil.
RESPOSTAS
- O que é “Democracia Racial”?
- Introdução:
Democracia racial, por definição é a igualdade atribuída às pessoas independente de sua raça, cor de pele ou etnia. Na verdade, “democracia racial” é uma narrativa, um mito, que de tão bem elaborado e difundido tem atravessado o tempo, como uma história digna de apreciação e aceitação sem contestação num processo de naturalização, já que entranhado na cultura brasileira e assimilado na identidade do cidadão e que atravessa as instituições sociais e consequentemente o cotidiano social de forma estrutural.
Apesar de haver uma aparente concordância em relação a este termo, quais percepções poderiam explicitar a característica mítica desta narrativa?
Com certeza, para além do discurso elaborado para forjar uma identidade nacional de uma vivência harmônica entre as três raças que deram formação a população brasileira, o branco europeu, o indígena que já vivia em terras Brasilis e o negro africano trazido para estas terras como escravo, precisamos recorrer a fontes que narram vivências que explicitam as diferenças nas relações entre as raças citadas. Para isso, partimos do lugar de fala de dois dos componentes do grupo que tem vívidas memórias de racismo e discriminação racial para explicitar o mito da igualdade entre as raças no ideário nacional.
- Desenvolvimento:
- Lugar de fala 01:
Quando eu tinha por volta dos seis (06) anos, morávamos em uma fazenda de cultivo de café, meu pai trabalhava na lavoura, minha mãe era cozinheira. O patrão tinha um armazém onde os empregados recebiam seus pagamentos em forma de comida (arroz quebradinho, feijão meia banda, um litro de óleo e um quilo de fubá), as família recebia de acordo com o numero de pessoas que tinham em casa, lembro que uma vez no Natal, as filhas do patrão colocaram seus sapatinhos para o Papai Noel colocar sues presentes, eu também coloquei o meu, pela manhã, lá estava uma delas com um pianinho que tocava de verdade, a outra ganhou um disquinho que tocava a história de João e Maria, eu por minha vez não ganhei nada, na minha inocência entendi que era por que eu era filha dos empregados, não podia ganhar presentes, ano mais tarde minha mãe me entregou aos cuidados de uma família branca (disseram que me tratavam como filha), mais tarde ganhei o apelido carinhoso de “Isaura” porque minha mãe adotiva me emprestava para cuidar dos filhos da minhas irmãs de criação, sem ter nenhum tipo de remuneração, apenas pela casa e comida, EU ACHAVA QUE ERA NORMAL.
(Marli de Oliveira – Parda – de acordo com registro declarado ao IBGE 2022 – descendente da miscigenação entre negros e brancos)
2.2 Lugar de fala 02:
Relatar estes fatos que aconteceram comigo é como contar um conto que poderia ser mentira e eu adoraria que fosse, porém é verdade. Já passei por momentos que eu não merecia e tão pouco fiz algo para passar por momentos tão conflitantes. Um desses foi há alguns anos atrás, no meu primeiro emprego que foi em uma lanchonete e me deparei com um patrão extremamente arrogante e certa vez tive um impasse com ele em uma divergência normal do cotidiano de trabalho e ele simplesmente e olhou para mim e disse:
_ Cala a boca seu neguinho beiçudo, aqui você não decide nada!
Eu era um garoto de 17 anos começando a vida de trabalho e naquele dia senti minha pele gritar mais alto do que todas as vozes que estavam ecoando no ambiente.
(Antônio Gustavo Magalhaes Lobo – Negro – de acordo com registro declarado ao IBGE 2022 – descendente da miscigenação entre brancos e negros)
Os relatos acima de alunos componentes do nosso grupo são a comprovação viva e eficaz da inexistência da “democracia racial”.
- Para além dos mitos e das narrativas ideológicas construídas:
A democracia racial tão presente no inconsciente coletivo esbarra nas histórias de racismo e discriminação racial dos escravos, mestiços e índios e em tantos outros dados documentados de políticas que privilegiam brasileiros brancos, deixando explicito a inexistência de uma democracia plena onde as raças constituintes do povo brasileiro são tratadas como desiguais perante a predominância hegemônica dos brancos no poder.
- Conclusão:
Todas as raças, com a manifestação exuberante da diversidade produzida culturalmente por cada uma num processo de convivência lado a lado, sem privilégios para uma ou outra, mas com a equidade em direitos e oportunidades seria, de fato, uma democracia racial. Porém, pela realidade perversa em ralação ao preconceito e discriminação dos “diferentes” seja em razão da cor da pele ou de tantas outras características pessoais físicas ou não, o grau de intolerância gerado pela ignorância, fanatismo que geram discursos e práticas de ódio, esta democracia racial, ou talvez pudéssemos traduzir também pela tão sonhada “paz mundial”, está distante de se concretizar e não parece algo que vá se efetuar nem mesmo a longo prazo. Este estado de coisas nos faz questionar:
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