A UTILIZAÇÃO DAS FONTES HISTÓRICAS COMO INSTRUMENTO NA FORMAÇÃO DE CONHECIMENTO HISTÓRICO
Por: odilonpfilho • 29/2/2020 • Artigo • 1.707 Palavras (7 Páginas) • 238 Visualizações
A UTILIZAÇÃO DAS FONTES HISTÓRICAS COMO INSTRUMENTO NA FORMAÇÃO DE CONHECIMENTO HISTÓRICO
Odilon Fernandes Pereira Filho
RESUMO
O docente não atua somente como um condutor de conhecimento, mas como um intermediário entre o objeto a ser entendido e o estudante. Para isso, o professor utiliza inúmeros instrumentos conciliadores que o ajudam nessa metodologia, como uma música, um artefato da cultura material, uma visita a um museu ou mesmo uma imagem. Este trabalho retrata a probabilidade de se ponderar o uso da música na qualidade de documento histórico durante as aulas, visto que, se trata de produções culturais repletas de interpretações, tanto de maneira explícita, quanto implícita. As fontes históricas, ao serem usadas com o propósito de intervir a formação do conhecimento em História, na atuação de sala de aula, se transformam em instrumentos pedagógicos. Nesta lógica, asseguramos que as fontes históricas não precisam ser reduzidas a uma simples figura de conteúdos, em virtude de se traduzirem em objetos culturais cheios de propósitos. As fontes precisam se apropriar de um papel essencial de relevância na organização cognitiva do acadêmico: expor as expressões que certos grupos manipularam sobre a sociedade em que se encontravam como sentiam ou pensavam, como se organizaram no espaço e no tempo. Elas precisam servir para que o estudante tenha capacidade de realizar distinções, intelectualizações que o possibilitem realizar a leitura das diversas temporalidades às quais nos encontramos sujeitos.
Palavras-chave: Instrumentos Conciliadores. Música. Documento Histórico. História.
INTRODUÇÃO
Um dos temas significativos ao debate acerca do ensino de História nos últimos anos diz respeito à utilização de documentos históricos na atuação de sala de aula. E mais precisamente, a datar do final do século XX até a atualidade, sua utilização vem sendo ponderada com perspectivas à formação do conhecimento. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) destacaram, nos ano 90, a precisão de se expor ao estudante de que maneira a História é realizada, elemento que concerne diretamente a fontes históricas. Assim Cerri e Ferreira (2007) enfatizam:
As perguntas acerca da utilização limitada e específica de fontes escritas encaminhou a análise histórica a considerar a utilização de outras fontes documentais, aprimorando as inúmeras maneiras de registros gerados. A comunicação entre os homens, além de oral, é escrita, rítmica, figurada, gestual e música (CERRI; FERREIRA, 2007, p. 72).
Nesta perspectiva, o docente, considerando a aprendizagem do estudante, pode converter essas fontes em instrumentos pedagógicos. Tal raciocínio pode encaminhar o estudante a notar que a História é realizada a contar de vestígios esquecidos pelos homens de antigamente, os quais formam o material que o historiador vai usar para o entendimento de como certas sociedades viviam em certo espaço e tempo.
O docente, ao usar da fonte histórica, não a usa como os historiadores na academia, mas com o propósito de direcionar o estudante a notar como se forma a história, como se contextualizam os conteúdos históricos através dessa fonte. Ela se torna, assim, um instrumento psicopedagógico, que certamente irá ajudar o docente na complicada tarefa de incitar a imaginação do estudante na aprendizagem da História.
Para isso, buscamos entender como a fonte se constitui para a História dos historiadores, e como se transforma em um instrumento interdisciplinar ao ser apreendido pelo ensino, na metodologia de formação de saberes históricos em sala de aula. As fontes históricas precisam ser mais que simples figuras de conteúdos.
2 FONTE HISTÓRICA E SEU RELACIONAMENTO COM A HISTÓRIA
As fontes históricas constituem-se nos elementos dos quais os historiadores se adaptam através de comportamentos específicos, metodologias diferenciadas, táticas diversas a fim de articular seus debates históricos (PINSK, 2005). A concepção de fonte histórica cresceu de forma significativa nas últimas décadas, passando a ser reconhecida como indícios de várias fontes esquecidos por comunidades antigas. Contudo, o historiador precisa ter domínio das metodologias de análise, compreendendo que as fontes precisam ser advertidas e historicizadas.
De acordo com Silva:
A fonte histórica introduziu-se como a edificação do historiador e seus questionamentos, sem esquecer a crítica documental, visto que indagar o documento não era somente levantar interpretações acerca deles, mas inclusive saber de sua origem, seu relacionamento com a sociedade (SILVA, 2006).
No momento em que, o historiador lida com as fontes históricas, este, como se pode notar, cria certas análises, as quais interferem no seu presente. Contudo, ele, a contar de outras circunstâncias, de fatores distintos engajados numa historicidade típica, contextualizada, procura o entendimento do que quer dizer aquela fonte procura saber em qual interpretação de universo encontra-se introduzido o grupo que a criou.
De acordo com Bloch (2001) as fontes, nessa perspectiva, são objetos culturalmente arquitetados e cheios de propósitos pelos grupos que as criaram. Desta feita, tudo que é dito pelo homem ou escrito, tudo que ele realiza, tudo o que toca deve e pode instruir sobre ele.
Assim, o passado serve para o entendimento de como os homens viviam, e, especialmente, para determinar a ligação com o presente. Para Bloch (2001) o desconhecimento do passado não se determina a depreciar o entendimento do presente, danifica na atualidade a própria atuação.
Consideramos, dessa maneira, que se usadas de maneira adequada e que ponderem o desenvolvimento cognitivo compreendido no relacionamento ensino/aprendizagem, as fontes históricas, podem transformar-se em instrumentos, no sentido global que estas conseguem atingir, ajudando o entendimento da atualidade
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