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A divisão do trabalho na sociedade atual

Por:   •  2/5/2016  •  Artigo  •  1.638 Palavras (7 Páginas)  •  4.799 Visualizações

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A divisão do trabalho na sociedade atual

RESUMO: A divisão do trabalho teve inicio desde o século XVIII, as primeiras divisões de trabalho eram feitas dentro das famílias, dividido principalmente pela capacidade física de cada um, mas com a revolução industrial, a divisão do trabalho na produção de bens teve maior êxito, porém, essa divisão do trabalho é vista por alguns grandes pensadores como uma forma de alienação da sociedade, transformando a sociedade em uma “máquina” para o beneficio único e exclusivo do capitalista.

PALAVRAS CHAVES: Trabalho, Divisão, Capitalismo.

A divisão do trabalho na sociedade atual se da desde o princípio do tempo. Divisão que acontece no processo de desenvolvimento da sociedade. Para satisfazer nossas necessidades estabelecemos relações de trabalho e dividimos nossas atividades para um melhor aproveitamento e rendimento.
           A forma como o trabalho está organizado na sociedade atual com diretores, analistas, auxiliares, operários, não se deu da noite para o dia, houve todo um processo de evolução. Na fase inicial, a divisão do trabalho se limitava entre a distribuição de tarefas entre homens e mulheres, ou entre adultos, anciões e crianças em virtude da força física, na qual os homens desempenhariam as tarefas que exigisse uma quantidade maior de força física, enquanto as mulheres desempenhariam funções que exigisse uma menor quantidade de força. 

A divisão do trabalho na atualidade se dá, também, pela necessidade de se produzir para atender as necessidades do mercado. Uma determinada empresa precisa estabelecer metas para conseguir abastecer o mercado, sendo assim, há uma necessidade do trabalho desempenhado pelos trabalhadores esteja em constante aperfeiçoamento e evolução, cada funcionário terá de desempenhar uma única função, tornando os mais ágeis, na qual gera uma grande competição entre a classe trabalhadora, pois o mercado exige que os esteja sempre buscando uma melhor qualificação, ocasionando, muitas das vezes, a demissão do trabalhador que não esteja de acordo com as qualificações do mercado. 
         A divisão do trabalho favorece a vida em sociedade, cada indivíduo desempenha uma função na estrutura social, ou seja, desempenha algo de necessário e útil tanto para si quanto para as outras pessoas. Toda essa organização contribui para um aumento na produção, mas ocasiona também a alienação do trabalhador quanto ao processo produtivo, por conta de não conhecer as etapas de produção, limitado em uma única etapa.

Na sociedade moderna capitalista, o trabalho está dividido em trabalho rural (voltado para a agricultura) e trabalho urbano (comércio e indústrias). O trabalho rural se difere do trabalho urbano pela sua estruturação. O trabalho rural é menos fragmentado do que o urbano, ou seja, é menos individualista e mais solidário, há uma colaboração entre os trabalhadores para um melhor desempenho das atividades. Já o trabalho urbano, é menos coletivo e mais individualista por conta da competição estimulada pelo capitalismo. 
          Na formação do trabalho na sociedade atual, por conta das fases do desenvolvimento do capitalismo, contribuíram para elevar a produtividade do trabalho, que tinha como objetivo exclusivo a obtenção de lucro. Lucro que necessita de um administrador sobre quem executa as funções, sendo assim, é preciso haver quem fiscalize as etapas desempenhadas pelos trabalhadores, com o objetivo de conter possíveis conflitos entre empregado e empregador, uma medida que evitasse o conflito e promovesse um equilíbrio e colaboração entre os trabalhadores.
         Na medida em que a sociedade vem se desenvolvendo, vem ocorrendo grandes mudanças na organização e na distribuição das atividades inerentes ao trabalho. Com a necessidade de sempre estar no controle, o capitalista conta com a ajuda de profissionais altamente qualificados para dar suporte nas atividades de chefia, assessoramento, consultas especializadas, etc. Um tipo de trabalho intelectual, diferente do físico, uma elite voltada altamente para gerir os negócios do capital, aumentando cada vez mais a organização do capital, dificultando na sua dissolução.

A divisão do trabalho no capitalismo baseia-se, sobretudo na divisão do trabalho manual e o trabalho intelectual. Porém essa divisão do trabalho não é exclusiva do capitalismo e nem nasceu com ele: “A divisão social do trabalho, a especialização das tarefas é uma característica de todas as sociedades complexas e não um traço particular das sociedades industrializadas ou economicamente evoluídas” (Marglin, 1996: 43).
          Adam Smith foi o primeiro a escrever teorias sobre a divisão do trabalho e para ele o crescente aumento de produção nas indústrias, o aumento da engenharia sobre as máquinas e a destreza dos trabalhadores foram todos provocados pela divisão do trabalho.
         Com a divisão do trabalho a sociedade acabou gerando uma anomia, criou um vício em saber fazer apenas algumas partes do que está sendo produzido, muito diferente do trabalho dos antigos artesãos, porém, essa anomia da sociedade para Durkheim não era causada pelos trabalhos repetitivos nas indústrias, mais principalmente suas causas seriam a falta de disciplina, de leis e, sobretudo, causas morais.

Para Durkheim a divisão do trabalho seria algo visto como uma solidariedade entre os trabalhadores e o patrão, talvez isso fosse o ponto onde Durkheim teria se enganado, pois na divisão do trabalho é impossível essa solidariedade entre patrões e empregados e até mesmo entre os próprios empregados, pois essa solidariedade vai totalmente contra os princípios do capitalismo e o capital também jamais se interessou em fazer a sociedade ser mais justa e solidária.

Para Marglin, a divisão do trabalho não consiste em somente ter um avanço técnico, mais também proporcionar ao capitalista um controle sobre seus empregados e assim impedi-los de terem uma compreensão do que estão fazendo, deixando os assim alienados e tirando suas forças de criatividade.
Para Marx, a divisão do trabalho pode ser encarada como uma “patologia industrial” algo como uma deformação física e espiritual do trabalhador, essa deformação leva ao empobrecimento do trabalhador em todos os sentidos enquanto proporciona aos capitalistas lucros e mais lucros. Marx trata esse processo como uma vampirização do trabalhador, na qual quanto mais ele é sugado mais o capitalista se fortalece.
          Com a divisão do trabalho após analisar algumas ideias de alguns grandes pensadores é possível fazer algumas afirmações sobre o que é a divisão do trabalho e quais são as consequências que ele nos remete como: Divisão do trabalho corresponde à especialização de tarefas com funções específicas, com finalidade de dinamizar e aperfeiçoar a produção industrial. Esse processo produz eficiência e rapidez ao sistema produtivo. 
          A especialização delimitada de funções e tarefas nas etapas produtivas industriais é derivada, principalmente, do crescimento do comércio, do capitalismo e impulsionada pela intensificação da produção industrial. 
A divisão do trabalho faz com que o trabalhador adquira, com a tarefa repetitiva, uma agilidade maior e com isso fique “treinado” na execução de seus movimentos, provocando assim uma diminuição no tempo gasto, o resultado é o aumento da produção em todo período de trabalho.

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