Análise de texto De Fluminense
Por: Alana Santos • 21/2/2018 • Resenha • 1.291 Palavras (6 Páginas) • 210 Visualizações
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Análise do capítulo XVII - Do casamento poligamia e graus de parentesco entre os selvagens bem como o modo de tratar os filhos da obra Viagem a terra do Brasil de Jean de Léry
Apresentação
O presente trabalho tem por objetivo compreender através dos relatos de Jean de Léry, o casamento, a poligamia e os graus de parentesco no durante o século XVI no Rio de Janeiro. A escolha desse capítulo XVII – “Do casamento poligamia e graus de parentesco entre os selvagens bem como o modo de tratar os filhos” da obra Viagem a terra do Brasil foi expressa através de muitos questionamentos que tivemos em grupo, buscamos através das leituras entender melhor como eram as sociedades americanas e discutir temas relacionados ao texto como: poligamia, incesto e o nascimento. Para dialogar com o trabalho buscamos a historiografia de Hans Staden “Duas viagens ao Brasil” e Maria Fernanda Bicalho “ capítulo 1 A descoberta da América ou América a Descoberto do livro A cidade e o Império: o Rio de Janeiro no século XVIII.”
A descoberta da América representou um dos acontecimentos mais extraordinários da história da civilização ocidental, os europeus procuraram compreender esse novo mundo que era totalmente desconhecido e diferente. Segundo Maria Fernanda Bicalho[1] os relatos de viagens tornaram-se um dos elementos mais importantes para entender o “novo mundo”, a escrita e os relatos dos viajantes foram fundamentais para esse momento, “A escrita tornava-se assim lentamente, instrumento de compreensão e representação da realidade” (BICALHO, 2003, p.27).
Jean de Lery pertencia a uma família de burgueses da Borgonha, que aderiram rapidamente ao movimento da Reforma calvinista. Assim, aos 18 anos, seguiu para Genebra, que Calvino havia transformado numa cidade-igreja e centro de difusão das ideias reformistas. Artesão e estudante de teologia em 1555, Léry seguiu viagem para o Brasil. Chegando ao Brasil Lery fez suas análises sobre a sociedade americana que resultou ao livro Viagem a Terra do Brasil, onde descreve seus relatos sobre os nativos que aqui viviam. Como mencionado iremos abordar sobre o casamento, poligamia e graus de parentesco das comunidades nativas.
Segundo Lery, em seus relatos os casamentos entre os nativos eram permitidos com familiares, porém existiam três graus de parentesco que não era permitido: mãe, irmã ou filha, os demais parentes eram concedidos o casamento. A cerimônia de casamento para ser realizado era necessária a aprovação do pai da donzela ou viúva, para isso era preciso se aproximar do pai e este dava seu consentimento, porém ficava a cargo da mulher aceitar ou não se a mesma não aceitasse o homem iria embora sem se sentir humilhado. Observou-se que entre os nativos eram permitidos à poligamia, os homens que tinham mais mulheres eram considerados homens valentes em seu meio social, e as esposas não tinham ciúmes uma das outras, a convivência de homens com várias mulheres torna-se algo supresso, pois na Europa era totalmente diferente da América. Segundo Lery o adultério feminino nas tribos causava horror por todos, que, no entanto, o homem traído poderia repudiar sua mulher ou até mesmo matá-la respaldando pela lei, vale ressaltar que a mulher que cometesse adultério e engravidasse conforme a lei a criança seria enterrada viva assim que nascesse e a mãe abandona. O autor menciona que as mulheres antes de se casar poderiam ter relações sexuais com outros homens, e tinham apenas um nome que poderia ser de um pássaro, peixe ou fruta, ficaria com esse nome até a fase adulta. Após o casamento a mulher estaria proibida de ter relações sexuais com outros homens e seu nome mudaria conforme a escolha de seu marido.
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